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01 de fevereiro 2019

Democracia na saúde

© Márcia Costa

Debate sobre qualidade na saúde bucal brasileira passa por difusão da informação
e investimentos em saúde pública
 O CIOSP tem abrigado, ao longo dos
anos, uma importante discussão sobre
a saúde pública no Brasil. A falta de investimentos no setor tem sido uma das
principais discussões do evento. Ontem, juntamente com essa demanda, o
debate durante a 15ª edição do Projeto
Saúde Coletiva (PSC) concentrou-se
nas relações entre democracia e saúde.
“Democracia e Saúde Bucal” é o
tema do PSC este ano. Além de estar
presente no CIOSP, Saúde e Democracia
também é tema da 16ª Conferência Nacional de Saúde, que já vem sendo desenvolvida em vários municípios brasileiros e também ocorrerá este ano em

âmbito estadual e federal. A proposta é
discutir o fortalecimento do SUS, a urgência do ﬁnanciamento de saúde
(diante do congelamento de gastos com
a saúde por 20 anos pelo governo federal), e incentivar a população e as organizações locais a lutarem pela melhoria
da saúde no Brasil.
O fortalecimento da discussão sobre saúde pública no Brasil foi destacado ontem por Wilson Chediek ontem,
durante entrevista ao CIOSP Today. O
presidente da APCD defendeu maiores
investimentos e atenção à prevenção, a
existência e o avanço de programas
como o Brasil Sorridente, que contri-

buiu, durante os últimos anos, para a
melhoria da saúde brasileira.

Democracia
Ontem, durante o Projeto Saúde Coletiva, representantes de diversas instituições da saúde pública explicaram
como a democracia é importante para o
setor. “A falta da democracia faz mal à
saúde. Se não consideramos a democracia como valor, ela deixa de existir e,
com ela, o direito à informação, já que,
como mostra a História, a censura é
uma das formas de evitar a difusão da
informação, a ação da imprensa”, ex2



Projeto Saúde Coletiva discute, tradicionalmente, o acesso democrático à saúde.
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notícias
1
© Márcia Costa

A informação é uma forma de alcançar uma saúde mais democrática no Brasil.

plica Paulo Capel, um dos coordenadores do Projeto Saúde Coletiva.
O acesso à informação é um direito
constitucional e, sem ele, a democracia
é afetada, conforme citaram os debatedores do Projeto Saúde Coletiva. Exemplo disso ocorreu nos anos 70, quando
uma epidemia forte de meningite atingiu o país. Naquele contexto de censura
à imprensa a população deixou de ser
informada sobre o perigo da doença e,
portanto, não pôde prevenir-se. “Havia
diﬁculdades com informações que pudessem ser negativas para o governo.
Daí, não se providenciou a vacinação e,
sem o devido controle da doença, muitas mortes ocorreram, principalmente
de crianças”, destacou Paulo Capel. Os
palestrantes ressaltaram o contexto
atual, em que a democracia não é vista
como um valor em si.

Outra questão importante debatida
no evento foi a ausência de uma deﬁnição sobre o nome que ocupará a coordenadoria Nacional de Saúde Bucal, já
que a representante do cargo foi exonerada recentemente. Sem essa deﬁnição
não se pode planejar e executar a
agenda de interesse público, que
aguarda para ser implantada.
Uma das ações primordiais, segundo os integrantes do debate, é a continuidade da realização da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, multicêntrica,
que depende da articulação de várias
instituições em diversas regiões brasileiras. Realizada a cada dez anos, a última edição ocorreu em 2010. A expectativa é a realização de outra pesquisa
epidemiológica sobre problemas de
saúde bucal, que envolve de 2 a 3 mil
proﬁssionais no Estado. “Ela precisa ser

realizada, não pode ser interrompida”,
reforça Capel.
Outra ação importante para debate
da saúde pública no Brasil é o cuidado
com a população indígena. Para tal, torna-se imprescindível a realização da
Pesquisa Nacional de Saúde Bucal dos
Povos Indígenas do Brasil, que já foi planejada, está em desenvolvimento e precisa ter continuidade, conforme reforçaram os palestrantes.

gente”, salientou Capel, destacando que
a Coordenadoria Nacional de Saúde Bucal é mais do que necessária para dar
andamento às ações de saúde pública
no Brasil.

Projeto Saúde Bucal
“O projeto teve início quando o Departamento de Prevenção da APCD sentiu a necessidade de trazer para o
CIOSP o debate sobre as políticas públi-

âmbito nacional. Portanto, o Projeto
Saúde Coletiva buscar reunir tradicionalmente representantes do Conselho
Nacional de Saúde, do Conasems, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e também do Conass, o
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde, além de dirigentes de
entidades de Odontologia e de saúde coletiva, como o Cebes e a Abrasco.
Ao longo desses anos as reﬂexões

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da Dental Tribune International.

37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019

Público é formado por gestores de saúde e proﬁssionais da Odontologia.

Há ainda problemas com a gestão
da atenção básica à saúde, destacou Capel. Segundo ele, hoje são 25 mil equipes de saúde bucal nos centros de especialidade odontológica, um serviço essencial para atendimento da população.
A saúde bucal da população depende
da presença de proﬁssionais de saúde
no sistema público.
Essa e todas as outras questões citadas no evento formam um conjunto de
iniciativas que envolvem a atuação das
secretarias estaduais, municipais, e
está no comando federal. “Isso é ur-

cas que impactam a saúde bucal da população. Não apenas de problematizar
as ações e programas especíﬁcos de
saúde bucal, mas abordar outras políticas, buscando sua compreensão para
melhorar a atuação especíﬁca dos proﬁssionais de Odontologia, promovendo
interação e diálogo com os congressistas. Esta é, talvez, a marca principal do
PSC: interação e diálogo”, explica Capel.
O principal desaﬁo para quem trabalha na Odontologia pública é atuar de
forma estratégica junto aos conselhos
de saúde, nos municípios, estados e no

produzidas no PSC repercutiram nos rumos das políticas de saúde em São
Paulo e no Brasil, inﬂuenciando junto às
secretarias de saúde, de estados e municípios, e junto ao Ministério da Saúde,
mas, sobretudo, junto aos proﬁssionais
do setor que atuam no sistema público
O diálogo é o caminho para a melhoria da saúde pública, destaca Capel:
“É preciso ouvi-los e, juntos, buscar caminhos para barrar os retrocessos e fazer avançar o direito à saúde e, com ele,
o direito à saúde bucal. Direito de todos,
sem exclusões, sem privilégios”.

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notícias

Com a promessa de inovar mercado odontológico,
app BookLab é lançado no CIOSP
Aplicativo chega ao mercado com a recomendação da maior entidade classista da América Latina, a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD),
que reúne cerca de 40 mil proﬁssionais da Odontologia
Campeão mundial no ramo de Odontologia, o Brasil se mostra pioneiro em
tecnologia e inovação do setor. O aplicativo que promete conectar dentistas e
protéticos para automatizar processos
e garantir controle de qualidade foi
lançado ontem no CIOSP, no Auditório
APCD/segundo piso, e terá outro lançamento hoje (01 de fevereiro).

Um dos desaﬁos para os dentistas
em qualquer canto do país é se relacionar com os laboratórios de prótese em
condições que atendam ao combo perfeito: bom preço, condições de pagamento favoráveis e uma agenda disponível que não atrase o tratamento do
paciente. Agora a tecnologia pode ajudar nisso: o aplicativo BookLab promete
estreitar laços e ampliar as opções de
escolha para os proﬁssionais. O App já
está disponível nas lojas de aplicativos
para celular Apple Store e Google Play.
A lógica é simples: o cirugião-dentista baixa o aplicativo gratuitamente e,
pela geolocalização, recebe uma lista
com opções de laboratórios de prótese
cadastrados e tem acesso à agenda disponível. Faz o pedido pelo próprio aplicativo e pode escolher pagar por boleto
bancário ou ainda parcelar no cartão de
crédito. Depois disso, acompanha a produção do pedido e consegue organizar
os recebimentos dos materiais encomendados, tendo a garantia da procedência dos laboratórios e a segurança
em relação ao cumprimento de prazos
de entrega. Um dos diretores da Inovais
– empresa que desenvolveu o App –
Antônio Carlos de Sá, explica outra vantagem para o cirurgião-dentista: encontrar laboratórios que utilizam tecnologia de ponta para a confecção das pró-

teses. “Muitas vezes o dentista está habituado a trabalhar sempre com o
mesmo protético e acaba dependente
dos prazos e até mesmo dos recursos
que aquele proﬁssional dispõe. Mas
com o BookLab ele vai ter acesso a laboratórios altamente qualiﬁcados país
afora, em que ele encaminha apenas
um arquivo digital para ser produzido
por robôs, com preço
atrativo e que vai
ser entregue na data
que ele precisa”, comenta.
Para referendar
o
aplicativo,
a
Booklab estabeleceu
parceria com a
APCD e tem São
Paulo como berço de
execução da ideia.
Os 40 mil sócios da
associação poderão
usufruir do App com
uma série de benefícios, como serviços
ﬁnanceiros digitais,
pagamentos de serviços parcelados, antecipação de recebíveis, máquinas de
cartão para dentistas e máquinas aos
laboratórios. Os cirurgiões-dentistas
não têm custo algum
para usar o App. Já
os laboratórios pagam uma taxa de conveniência e têm como benefício a ampliação do volume de atendimentos.
Do ponto de vista dos laboratórios,
os incentivos são a garantia de recebimento, a possibilidade de parcelar os
serviços para o cirurgião-dentista recebendo à vista e o aumento expressivo
nas demandas. “Estamos organizando a
elite dos laboratórios das maiores cidades em rede, com um trabalho promocional de uma visibilidade que eles
nunca tiveram antes, sem pagar nada
por isso”, aﬁrma. Na primeira etapa, o
App vai funcionar para o mercado da
capital São Paulo. Na sequência, outras
grandes cidades paulistas receberão o
aplicativo.

CLUBE DE BENEFÍCIOS – Um dos
diferenciais do BookLab é o programa
de benefícios no sistema de cashback.
Quanto mais o dentista usar o aplicativo para fazer seus pedidos, mais receberá de volta. Esse crédito em dinheiro
poderá ser usado em novas encomendas, compras nas lojas de parceiros, cursos de qualiﬁcação ou até mesmo para
pagar anuidade da APCD.

Aplicativo promete movimentar
R$ 200 milhões por ano
O Booklab chega ao mercado como
aplicativo capaz de revolucionar o setor,
otimizando os pedidos protéticos e melhorando a relação entre proﬁssionais
da odontologia. Segundo o co-fundador
do app, o cirurgião-dentista Antonio
Carlos de Sá, o benefício se estenderá à
toda cadeia. “É uma iniciativa ímpar e
inovadora que traz a odontologia digital
como solução para agregar modernização aos laboratórios e agilidade em todo
o processo”, aﬁrma.
A julgar pelo volume de demandas
brasileiras, a aposta dos sócios-investi-

dores tem tudo para ser promissora.
Com maior serviço público de Odontologia do planeta, o país possui mais de
300 mil cirurgiões-dentistas e 22 mil
técnicos de próteses registrados no Conselho Federal de Odontologia. Com as
facilidades trazidas pela tecnologia, as
negociações entre essas classes devem
se tornar mais eﬁcientes e seguras para
os pacientes, já que estima-se que mais
da metade dos protéticos trabalhem
sem registro proﬁssional, conforme explica o presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, Wilson
Chediek. “Acreditamos que a tecnologia
pode ser uma importante aliada no combate à informalidade e a serviços de
baixa qualidade”, comenta.
O setor de próteses dentárias movimenta cifras expressivas em âmbito nacional. São aproximadamente 4 milhões de ordens de serviço ao mês. O
ticket médio é de R$ 400 por procedimento. Com isso, a health tech espera
movimentar R$ 200 milhões ao ano em
um mercado que movimenta R$ 20 bilhões.

Background: Grupo Inovais
O Grupo Inovais nasceu há 5 anos com
a fundação da empresa DF Sistemas
atuando no segmento de educação na
área de Odontologia. Após a ampliação
de sua primeira operação, houve uma
diversiﬁcação de áreas de atuação
onde, atualmente, o Grupo também
atua em mobilidade urbana, no agronegócio e na odontologia. O Grupo já
formou mais de 25.000 alunos em
seus cursos de capacitação e educação continuada, já tendo atendido
mais de 100 clientes corporativos com
notoriedade nacional e internacional.
A empresa, pioneira no segmento de
EAD voltado à saúde, está constantemente desenvolvendo novas soluções
para melhor atender a todos os seus
clientes. Através da abertura de capital
e entrada de investidores, o Grupo deu
um passo largo na gestão, consolidando seu modelo de negócio em todas as
suas operações.

Qualidade garantida
Para o presidente da APCD, Wilson
Chediek, a tecnologia atende uma
causa maior: combater a atuação de laboratórios irregulares, que ainda representam mais da metade dos proﬁssionais em atuação no mercado. O App é
uma ferramenta que prioriza a proﬁssão regulamentada e vai ser aliada no
combate à pirataria. “A tecnologia vem
para ajudar a odontologia, não só na organização do consultório, mas principalmente nas questões de segurança e
ética”, pontua.

37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019

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notícias

“Laser na estética dental e suas inovações”

Casos clínicos e pesquisas brasileiras de ponta apontam bons resultados clínicos
Tratamento inéditos no Brasil, apresentados no Japão, Itália e Bélgica, poderão ser conhecidos durante conferência dos professores pesquisadores
Aldo Brugnera Junior e Fátima Zanin
no CIOSP. Conﬁra entrevista com Aldo
Brugnera sobre essas novidades.
O país é um dos principais produtores
mundiais de aparelhos de laserterapia
para uso odontológico. Quais as últimas novidades tecnológicas? E o
acesso a essas tecnologias tem se ampliado para toda a população?
Realmente o Brasil é um destaque
na produção de equipamentos e na área
de pesquisa e aplicação clínica do laser,
na área de alta e baixa potência. A
grande novidade do congresso da APCD
é a chegada ao Brasil do laser de ErYAG
Lite Touch, tecnologia de Israel com
fabricação nacional pela MMOptics,
de São Carlos. Esse laser tem a capacidade de remover a cárie dental em
90 % dos casos sem anestesia, sem
vibração, sem dor, com alto poder de
descontaminação bacteriana na dentina, nas bolsas periodontais e tratamentos endodônticos.

Posso aﬁrmar que se trata de uma
excelente resolução para os casos de perimplantite, com parâmetros clínicos
adequados. É um dos primeiros recursos tecnológicos que atua em tecido
duro e tecido mole para corte, sem gerar
aquecimento e danos aos tecidos adjacentes da área de aplicação. É uma terapia conhecida como minimamente invasiva.
Grande parte da população tem
tido acesso às tecnologias laser, principalmente no tocante ao laser de baixa
potência para tratamento da dor, estímulo do reparo e melhora da cicatrização, descontaminação através da terapia fotodinâmica, sistema de clareamento dental com leds azul e etc.
Como se dá a relação entre laser e as
Terapias Integrativas e Complementares?
O laser tem várias indicações clínicas e uma delas seria na Odontologia Estética. Em relação ao laser de alta potência de ErYAG (Lite Touch), ele consegue
remover as facetas de porcelana de
modo rápido e sem trauma para o paciente. Hoje demoramos em média 3,8

37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019

minutos para remoção de cada faceta.
Se o material for e-max, por exemplo,
pode remover integralmente e até fazer
a recimentação. Com o laser terapêutico,
que grande parte dos dentistas já possuem, será abordada a técnica de Hemolasterapia, que é o fechamento do black
space gengival, com duas ou três aplicações, estimulando células-tronco presentes no sangramento gengival e remodelando as papilas para um fechamento
perfeito dos espaços. A técnica e uma
novidade no Brasil, trabalhos cientíﬁcos
foram publicados no ano passado, com
um acompanhamento de quatro anos de
tratamento. É evidente que essas técnicas necessitam de parâmetros, ideias de
energia para uso clínico com sucesso. É
uma técnica extremamente simples de
ser realizada e reproduzida em todas os
consultórios do Brasil.
Fale sobre a palestra que irá ministrar
A palestra terá o foco nas inovações
do uso do laser terapêutico, ampliando
a visão do dentista na sua utilização e,
para quem não conhece, a técnica traz
muitas informações que irão evidenciar
os benefícios na clínica.

Quanto ao laser de ErYAG, iremos
focar a Odontologia Estética, com vídeos de casos clínicos realizados na confecção e remoção de facetas estéticas.
Tratamento de perimplantites, aumento
de neo formação óssea e seu resultados
estéticos. Os colegas irão conhecer essas inovações que são baseadas na evidências cientiﬁcas, mas com uso muito
fácil na clínica.
O sistema Brite Smile é ainda uma das
maiores referências hoje em tratamento? Surgiram outras novidades
nas pesquisas da sua equipe na área
de clareamento dental?
Sim, temos nos dedicado há quatro
anos no estudo das luzes violeta no clareamento dental, que pode ser realizado
com essa técnica, usando gel e sem utilizar gel. Não há necessidade de ter um
laser acoplado, pois o sistema led sozinho funciona muito bem, sem gerar sensibilidade dental. Recente tese apresentada no mestrado europeu de laser (EMDOLA) mostrou enormes vantagens
dessa técnica e resultados estéticos.
Convido a todos para nossa conferencia, no dia 02 de fevereiro, no audi-

Dra. Fátima Zanin utilizando laser no tratamento de seus pacientes. (Imagem cortesia)

tório de Terapias Integrativas e Complementares, TIC 007, intitulada “Laser na
estética dental e suas inovações”, das
14h30 às 16hs, com os professores Aldo
Brugnera Junior e Fátima Zanin.

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notícias

Arena: espaço de aprendizado que facilita
o cotidiano do Cirurgião-Dentista
A Arena do CIOSP é um espaço para
proﬁssionais e estudantes complementarem seu conhecimento e ampliarem
sua prática da Odontologia. São diversas palestras gratuitas com temas do
cotidiano da Odontologia, incluindo aspectos éticos e legais, todos os dias, das
11h às 18h50.
Todos os anos, acadêmicos, recém-formados e Cirurgiões-Dentistas têm
acesso a um rico aprendizado a partir
de uma abordagem dinâmica e de conteúdo relevante. Desde 2017, o CIOSP
investe na educação e orientação dos
acadêmicos e dos proﬁssionais, especialmente nos assuntos que se referem
à ética, ao Código de Defesa do Consumidor, à responsabilidade civil dos proﬁssionais e entidades que prestam assistência odontológica, minimizando e
gerenciando os riscos inerentes ao exercício odontológico e aprimorando o relacionamento com os pacientes, aﬁrma
Wilson Chediek, coordenador do CIOSP.
As atividades da Arena buscam
complementar a programação cientíﬁca
do CIOSP, debatendo temas relativos ao

Uma conversa sobre a relação entre estética e ética na conduta odontológica.

dia-a-dia do Cirurgião-Dentista, para
além do saber técnico e cientíﬁco. Quem
participa tem acesso a informação de

qualidade, recebe orientações éticas e
jurídicas sobre como exercer a proﬁssão
de forma mais segura e preventiva.

Entre os temas que serão discutidos
este ano estão: ética nos procedimentos
odontológicos; como usar as redes so-

ciais e digitais para publicidade e propaganda; como empreender (consultoria e gestão odontológica); planos odontológicos, direitos e melhores condições
de trabalho; gerenciamento e minimização de riscos com pacientes e aposentadoria do Cirurgião-Dentista.
Não basta ao Cirurgião-Dentista se
tornar um excelente técnico, destaca
Wilson Chediek. “É fundamental que
o proﬁssional saiba, principalmente,
como se relacionar de modo respeitoso,
acolhedor, transparente e responsável
com seus pacientes e com os colegas de
proﬁssão. Sabemos que a Odontologia
brasileira é considerada como uma das
melhores do mundo, isso porque nossos proﬁssionais são capazes de oferecer aos seus pacientes um atendimento
de excelência, aliado a altas tecnologias e aos princípios morais da proﬁssão”.
As inscrições ocorrem por ordem
de chegada, conforme a capacidade do
auditório. Em média a Arena disponibiliza 80 lugares por palestra aos congressistas.

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Enxertos sintéticos: por que utilizar
Por Prof. Dr. Leonardo Bez
A utilização de biomateriais na clínica dos cirurgiões-dentistas tem se tornado corriqueira e de extrema importância para obtenção da tríade saúde,
função e estética nas reabilitações com
implantes dentários. Contudo, pairam
dúvidas em relação a qual, quando e
como utilizá-los para que se possa obter
sucesso nas regenerações. Os enxertos
ósseos podem ser obtidos de diferentes
origens: autógeno (mesmo indivíduo),
alógeno (mesma espécie), xenógenos
(espécies diferentes) ou aloplásticos
(sintéticos)2,3. Atuam por meio de três
diferentes mecanismos, que podem ou
não estar associados:

1–Osteogênese:
O crescimento ósseo deriva de células viáveis. O novo osso é regenerado
pelos osteoblastos e pelas células que
se originam na medula transferida com
o enxerto1, sendo capaz de promover
síntese de novo tecido ósseo logo após o
procedimento cirúrgico4.

2–Osteoindução:
O crescimento ósseo deriva de células osteoprogenitoras, que se diferenciam sob a inﬂuência de agentes indutores, ou seja, caracteriza-se pela capacidade de recrutar novas células formadoras de osso para o local enxertado4.

3–Osteocondução:
O crescimento ósseo deriva de uma
neoformação aposicional. Forma-se um
arcabouço interconectado para depósito e proliferação celular com atividade osteoblástica1. Assim, possibilita-se adesão e proliferação para a sedimentação de novo osso e formação de
novos vasos sanguíneos4.
Enxertos sintéticos são, em sua
maior parte, compostos por cerâmicas à
base de hidroxiapatita (HA) e ɴ-fosfato
tricálcico (ɴ-TCP). Ambos são altamente
biocompatíveis, sendo que a HA possui
maior tempo de degradação que o
ɴ-TCP8. Associado à evolução da ciência regenerativa, tem ganhado muito espaço no meio odontológico devido às limitações dos enxertos autógenos, alógenos e xenógenos. Possuem vantagens
de não ser patológicos, ser prontamente
disponíveis e ser processados de acordo
com suas propriedades físico-químicas,
apesar de não possuir as propriedades
de osteogênese e osteoindução7.
A hidroxiapatita é empregada em
diversas áreas médicas devido às suas
características químicas e estruturais.
Não causa uma resposta inﬂamatória
exacerbada ou indesejada, não é antigênica nem cancerígena8.
O ɴ-TCP é altamente osteocondutor,
com enorme capacidade de reabsorção,
apresentando resultados clínicos e histológicos muito satisfatórios em comparação com outras cerâmicas, tanto em
animais quanto em humanos8,10,11,12,13,14.
Compostos puros de ɴ-TCP não apresentam um balanço entre a taxa de reab-

1A, 1B e 1C. Cirurgia de ROG para ganho de espessura em região anterior de maxila. 1D. Reabertura do enxerto com oito meses pós-operatório. 2A e 2B. Instalação de implante imediato e preenchimento
do “gap” com Nanosynt. 2C: Nanosynt. Pós-operatório de três meses (2C). A ﬁgura 3A exempliﬁca um defeito ósseo com necessidade de abordagens reconstrutivas. 3B. Vista oclusal do defeito, tanto em altura
quanto em espessura. 3C. Após a instalação de implantes orientados pelo planejamento reverso, a região é regenerada com Nanosynt. 4A e 4B. Cirurgia de regeneração óssea peri-implantar. 5A. Exposição
da loja sinusal para levantamento de assoalho de seio maxilar. 5B. Acomodação do biomaterial sintético Nanosynt (500–1000 um) associado L-PRF no sítio cirúrgico. 5C. Tomograﬁa pós-operatória após oito meses de proservação. 6. Exposição do defeito e preparo do sítio paraendodôntico previamente ao preenchimento com Nanosynt (200–500). 7. Exposição do defeito periodontal previamente ao preenchimento
com Nanosynt (200–500 um).

sorção e a formação óssea, necessitando
ser associados à HA para manter um
arcabouço na área implantada por mais
tempo. À medida que o ɴ-TCP é absorvido, mais espaços são disponibilizados
para ser preenchidos pelas células osteoprogenitoras, acelerando o processo de
regeneração óssea8,13,14.
Os resultados clínicos esperados e
o comportamento dos biomateriais são
diretamente inﬂuenciados pelas suas
características mecânicas, proporção,
composição físico-química, tamanho e
morfologia das suas partículas4. Materiais sintéticos com estruturas nanométricas se apresentam como a melhor escolha para procedimentos de enxertia,
pois mimetizam o osso natural, que é
nanoestruturado (composto por nanocristais de HA e nanoﬁbras de colágeno), assumindo uma estrutura interconectada altamente porosa4, que favorece a vascularização, migração de osteoblastos e deposição óssea.
Do ponto de vista bioquímico, micro e nano poros permitem ainda uma
melhor oxigenação do tecido ósseo em
formação, pela presença de grupamentos químicos especíﬁcos nas interfaces
do biomaterial, além de elevarem a ade-

são de osteoblastos entre essas células
e o biomaterial. O tamanho dos grânulos de HA interfere na produção de várias citocinas. Grânulos esféricos de HA
(de 150 a 300 micrômetros) induzem a
produzir menores quantidades de IL-6 e
TNF-alfa (relacionadas à ativação de osteoclastos) e também podem estimular
a produção de IL-18, o que leva a uma
menor quantidade de osteoclastos. Esse
balanço entre menores níveis de IL-6 e
TNF-alfa, conjugado a uma elevação nos
níveis de IL-18, pode levar a uma maior
quantidade de tecido ósseo4.

5. Levantamento do seio maxilar
(sinus lift).
6. Preenchimento de defeitos ósseos após apicectomia, remoção de cistos ósseos, osteotomia corretiva.
7. Tratamento regenerativo periodontal.
Biomateriais à base de fosfato de
cálcio bifásico têm apresentado resultados seguros, previsíveis e muito conﬁáveis. Pesquisas cientíﬁcas e os próprios
resultados clínicos têm demonstrado o

Dentre as várias indicações
dos enxertos sintéticos,
podemos citar:
1. Defeitos ósseos intraorais e maxilofaciais pequenos ou médios e que
apresentem no mínimo três paredes remanescentes de suporte.
2. Preenchimento alveolar de um
ou vários elementos (ex., após exodontia).
3. Reconstrução (horizontal e/ou
vertical) em casos de defeito ósseo no
rebordo alveolar.
4. Regeneração óssea peri-implantar.

37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019

Em todos os casos clínicos apresentados
no presente artigo foi utilizado o biomaterial
sintético para enxertia óssea Nanosynt, da FGM.

elevado potencial regenerativo dos biomateriais sintéticos, com performance
semelhante e até superior para estes
quando comparados a marcas conhecidas de origem animal. Isso se deve à associação das características químicas,
físicas e morfológicas (relacionadas, sobretudo, à porosidade), somadas aos benefícios econômicos e de menor morbidade possibilitados por esses biomateriais.
Nota editorial: A FGM disponibiliza uma
lista completa de referências.

[9] => TDI0319_01-12.pdf

[10] => TDI0319_01-12.pdf

empresas & produtos

Entrevista com Martina Strasser, chefe de vendas global
do segmento odontológico, da empresa Sulzer Mixpac Ltd
Para o mercado odontológico, a Sulzer Mixpac oferece um amplo portfólio
em sistemas de mistura e injeção com
os produtos MIXPAC™ sendo vendidos para os fabricantes de produtos
odontológicos. Existem também produtos que são vendidos diretamente
para Dentais?
Martina Strasser: No que diz respeito à marca Transcodent, a Sulzer
Mixpac oferece um portfólio interessante de produtos também disponíveis
para dentais. Ele inclui diversas cânulas endodônticas para irrigação, aspiração, aplicação de material em pasta, assim como as já bem conhecidas agulhas
anestésicas Painless Steel® para anestesia inﬁltrativa. As cânulas endodônticas de irrigação com duas saídas laterais promovem uma irrigação suave e
eﬁciente do canal radicular.
Como é possível reconhecer uma ponta
misturadora MIXPAC original?
Em muitos países, inclusive nos
EUA, as Candy Colors™ MIXPAC™ e o
formato das pontas misturadoras
MIXPAC™ são marcas registradas
patenteadas, fornecendo uma clara
evidência de qualidade. Além disso, as
pontas misturadoras originais possuem
a marca MIXPAC™ gravada em alto relevo na borda superior do anel de retenção colorido. Existe também um selo de
qualidade MIXPAC™ utilizado pelos revendedores autorizados Sulzer Mixpac.
As pontas misturadoras originais
MIXPAC™ são fabricadas na Suíça e
atendem aos mais altos padrões de qualidade. A Sulzer é um fornecedor de sistemas - nossos produtos caracterizam-se
pela perfeita conexão e interação entre
todas as partes envolvidas. Esta característica se traduz em segurança para o
paciente e para o proﬁssional. Nossos
sistemas funcionam de forma conﬁável
e eﬁciente. Materiais mal misturados ou
polimerizados de forma inadequada resultam em custos mais elevados pela
necessidade de repetições, enquanto
um encaixe defeituoso ou impreciso
pode comprometer a segurança e a reputação do dentista. Não vale a pena
arriscar o bem-estar e a segurança do
seu paciente para economizar tão
pouco.

5 Martina Strasser, Jelena Danilov, Ezequias Rodrigues e Anna Paula Mendes são a equipe da Sulzer no CIOSP.

O seu portfólio de produtos inclui
pontas misturadoras Helicoidais e
T-Mixer™. A família produtos
T-Mixer está em constante crescimento, tendo sido ampliada recentemente com a T-Mixer Colibri™ Plus.
Quais são as diferenças entre as duas
tecnologias de mistura? E quais os benefícios para os dentistas?
Graças à tecnologia avançada, ao
design compacto e ao tamanho reduzido, as pontas misturadoras T-Mixer
permitem reduzir em até 40 % o desperdício de material quando comparadas
às pontas misturadoras helicoidais.
Assim, a mistura e a aplicação do material se tornam mais fáceis, precisas e
seguras. A família T-Mixer Colibri™ se
caracteriza por pontas misturadoras
com uma cânula metálica integrada,
que pode ser rotacionada 360° e curvada, permitindo uma mistura ade-

Os seus produtos MIXPAC são baseados numa abordagem de sistema. O
sistema MIXPAC consiste em uma
ponta misturadora, um cartucho e um
dispensador. Quais são as novidades

Produtos da Sulzer à mostra para manuseio do público.

quada e a aplicação absolutamente
precisa de materiais odontológicos
multicomponentes. As forças de cisalhamento e estiramento produzidas
dentro de uma T-Mixer™ fazem com
que as moléculas do material sejam
distribuídas individualmente de forma
mais homogênea em comparação com
as pontas convencionais, garantindo
além de uma mistura mais homogênea,
uma melhoria das propriedades ﬁnais
do material pela reação química mais
adequada entre seus componentes.
A T-Mixer Colibri™ foi testada em 2018
pelo comitê da revista Dental Advisor,
obtendo 92 % de aprovação.

37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019

Vitrine de produtos Sulzer mostra inovação da marca a cada ano.

mais recentes no portfólio de dispensadores?
O nosso produto
mais recente é o
MIXPAC™ S-Dispenser
II. Trata-se de uma
nova geração de dispensadores com notáveis melhorias de qualidade. O design elegante, as propriedades
de aplicação melhoradas, a ergonomia otimizada e o manuseio sim- Visitantes da FIOSP conferem produtos Sulzer.
pliﬁcado permitem preAlém do S-Dispenser II, quais são as
cisão máxima e uma utilização diária
últimas novidades?
sem cansaço no seu consultório! O
Através da aquisição da Medmix no
novo dispensador é totalmente compaano passado, nós reforçamos a nossa potível com o sistema multicomponente
sição de fornecedor-líder no mercado de
MIXPAC™ para cartuchos de 18 ml a
cuidados com a saúde, com uma extensa
75 ml.
e inovadora gama de embalagens primárias, pontas misturadoras e cânulas. O
produto mais recentemente lançado é a
nova seringa para enxerto ósseo. Ela se
destina a armazenar, hidratar e aplicar o
material de substituição óssea para regeneração óssea guiada, em procedimentos de levantamento de assoalho do seio
maxilar e preenchimento de cavidades
ósseas, sendo projetada com perfeição
para oferecer um manuseio preciso e seguro tanto de grânulos como de massa
(“putty”), além de um armazenamento
eﬁciente quando estes materiais já são
disponibilizados pré-envasados.
Fonte: Assessoria de imprensa Sulzer Mixpack Ltd.

[11] => TDI0319_01-12.pdf

empresas & produtos

CLESTA II (E) – BELMONT
Apresentamos Clesta II – o modelo
mais vendido, carro chefe da série
“CLESTA”.

IMPLANTES 3.0 - TITANIUMFIX
A cadeira odontológica Clesta II da
Belmont Dental utiliza o sistema eletro
-hidráulico de excelente durabilidade

que permite realizar movimentos suaves para oferecer o maior conforto ao
paciente e com alta potência que garante práticas eﬁcazes ao dentista.
O freio pneumático oferece
estabilidade para movimentação
ﬁrme e oferece a opção de controle micromotor integrado no
painel - o seu Micromotor poderá
ser integrado no sistema. Pode
operar o Micromotor pelo mesmo
jeito que Alta Rotação com Controlador de Pé. Luz dental AL-900
de 10X LEDS - tecnologia sem
sombra de máx. 35500lx.
São diferenciais que tornam
a Clesta II referência em equipamento odontológico de alta tecnologia, design e ergonomia para
seu consultório.
Visite nosso estande (Av. H –
Rua 3000) e descubra porque os
equipamentos odontológicos da
Belmont são sinônimo de alta tecnologia, durabilidade e operabilidade.
Seu consultório merece toda a
tecnologia, seu paciente o máximo
conforto.

Atuar em implantodontia é estar
disposto a solucionar desaﬁos. Foi
pensando nessa questão que a TITANIUMFIX lança no 37° CIOSP a sua
linha de implantes estreitos, com
3.0 mm de diâmetro.
Os casos de agenesia de incisivo
lateral superior e de reabilitação de
incisivos centrais e laterais inferiores,
cujo espaço protético é reduzido, terão
uma solução dentro da já conhecida
linha b-ﬁx, com as mesmas características de macrogeometria e tratamento
de superfície dos implantes de diâmetros convencionais.

Os implantes b-ﬁx Proﬁle 3.0 mm,
aliado às demais características
desse implante, possibilitam a resolução de casos com convergência de raízes de dentes adjacentes e depressões vestibulares, devido ao diâmetro
ainda mais reduzido da região apical,
com 1 mm de diâmetro. Além disso,
podem ser utilizados com o sistema
GUIDEFIX, o sistema de cirurgia
guiada da TITANIUMFIX.
Não deixe de visitar nosso estande e conhecer mais essa solução
para a reabilitação em implantodontia! Será um prazer recebê-lo!

37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019

[12] => TDI0319_01-12.pdf

IMPLANTES ESTREITOS 3.0
PROFILE
O3 mm

O3 mm

CONEXÃO CÔNICA

PLATAFORMA SWITCH

GROOVES

MICRO ROSCAS

TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE TITANIUMFIX
TITÂNIO MEDICINAL GRAU V
ÁPICE CÔNICO COM DIÂMETRO REDUZIDO
SEM NECESSIDADE DE KIT ADICIONAL

UMA SOLUÇÃO PARA ESPAÇOS
PROTÉICOS REDUZIDOS
O1 mm

O1.8 mm

Visite nosso Stand: Av N com rua 8000/9000
A.S. Technology Componentes Especiais Ltda.
Rua Profª Ana Isabel Barbosa, 207 - CEP: 12223-180
São José dos Campos - SP, Brasil
Tel. + 55 12 3929-5504 / SAC 0800 77 37030

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