DT Portugal No. 3, 2023
Dr. Rui Monterroso – Campus Clinic: “A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência” / SOCIEDADE / INDÚSTRIA / INDÚSTRIA / INVESTIGAÇÃO / INVESTIGAÇÃO / OPINIÃO / TENDÊNCIAS
Dr. Rui Monterroso – Campus Clinic: “A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência” / SOCIEDADE / INDÚSTRIA / INDÚSTRIA / INVESTIGAÇÃO / INVESTIGAÇÃO / OPINIÃO / TENDÊNCIAS
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especialidade a tornar-se mais sustentável. QUEDA DOS DENTES É UM DOS SONHOS MAIS COMUNS ©Colourblind Kevin em unsplash.com Setembro 2023 Estudo realizado pela Mornings, plataforma do Reino Unido que se dedica a estudar o sono, refere que sonhos com queda de dentes, cobras, gravidez, casamento e ex-companheiros são os mais frequentes no mundo. Página 8 Dr. Rui Monterroso – Campus Clinic “A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência” Por: Dental Tribune Portugal © Campus Clinic O Dr. Rui Monterroso, diretor clínico da Campus Clinic, concedeu-nos uma entrevista onde aborda vários temas da medicina dentária, que vão desde a formação à relação médico-protésico, da implementação digital aos cursos universitários, deixando-nos ainda com a sua perspetiva para o futuro. Sobre a Campus Clinic, o médico dentista refere que esta nasceu para “criar uma medicina dentária de excelência”, sendo para isso fundamental a formação contínua dos profissionais, o investimento num atendimento personalizado e o feedback dos pacientes. Dr. Rui Monterroso A Campus Clinic é uma referência na área da medicina dentária na região norte do país, e não só. Como nasceu este projeto? Contemnos a vossa história. um melhor acesso às populações do interior do país, visto que estamos a 40 minutos da cidade do Porto e de Braga. A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência para todos os pacientes, através do contributo, não só de médicos dentistas, como também de assistentes dentárias e outros profissionais de saúde. Após uma carreira em constante formação e evolução, foi minha vontade criar uma clínica onde fosse possível colocar em prática todos os conhecimentos e competências adquiridos ao longo do tempo, quer a nível nacional, quer a nível internacional. As grandes cidades do nosso país já têm boas referências, no entanto decidimos construir a nossa clínica em Amarante para permitir E como tem sido a evolução da clínica? A evolução da clínica resulta, essencialmente, de empenho e esforço. Toda a equipa da Campus Clinic tem como objetivo um trabalho de excelência, procurando que todas as áreas da medicina dentária estejam ao nível do que melhor se pratica. Incentivamos todos os nossos profissionais a progredir na carreira através de formação contínua, prezamos por um atendimento personalizado e damos especial importância ao feedback dos nossos pacientes no pós-consulta. É através de críticas construtivas e fundamentadas que podemos evoluir positivamente. Qual é o conceito da Campus Clinic? O conceito Campus Clinic é cópia de conceitos já existentes. O intuito é que o paciente entenda que é uma clínica de qualidade, que presta vários serviços adaptados às possibilidades económicas de cada um. Vou dar um exemplo concreto: quando vamos a um concessionário da Mercedes temos o mesmo atendimento de excelência ao adquirir um modelo básico ou um topo de gama. Esta é uma perspetiva já muito divulgada e utilizada, na qual a Campus Clinic se inspirou. Fazem uma aposta forte na formação, através da Campus Clinic Training. Porquê? A Campus Clinic Training é uma parte da clínica que visa a complementação da formação de médicos dentistas e, concomitantemente, de profissionais da área. Neste momento, a grande aposta é convidar formadores para dar formação interna. Criamos uma mais-valia ao facilitar aos nossos colegas o acesso a conhecimento especializado, sem necessidade de se deslocarem. Consideram que a formação superior em medicina dentária praticada no nosso país é insuficiente para as necessidades reais das clínicas? O que poderia ser alterado? A formação superior, assim como a prática em medicina dentária, é das melhores referências mundiais. No meu entender, o problema reside nos colegas, na vontade ou na dificuldade de acesso às mesmas.[2] => 02 DESTAQUE universidade é uma preparação universal para o mercado de trabalho. © Campus Clinic E como avaliam o excesso de médicos dentistas, assim como do número de clínicas, em relação às necessidades da população portuguesa? A Campus Clinic é uma referência no país Que conselhos dariam a um recém-licenciado à procura do primeiro emprego? O recém-licenciado infelizmente, na sua maioria, vem com insuficiente prática clínica. Também as universidades têm muita dificuldade em proporcionar, em apenas cinco anos, toda a prática clínica que possibilite a um recém-licenciado entrar de imediato no mercado de trabalho. O meu conselho para os recém-licenciados é que devem procurar assistir e aprender com clínicos mais experientes, que lhes possibilitem observar métodos e técnicas que, por múltiplos fatores, não foram colocados em prática no momento de formação superior. A Campus Clinic sempre abriu as portas a colegas interessados na evolução pós-universitária. Sinto que muitos recém-licenciados não estão conscientes da evolução natural que devem obter após a conclusão do curso, sendo da responsabilidade do mesmo entender que a O excesso de médicos dentistas e o número de clínicas existentes é um problema que, na minha opinião, não compete a nós próprios julgar. Quando um jovem pretende iniciar um curso ou quando um empreendedor pretende abrir o seu espaço clínico estão a perseguir um sonho sob a sua responsabilidade. O maior problema, no meu entender, reside na conjuntura socioeconómica do nosso país em relação à Europa. Os rendimentos per-capita baixos limitam o acesso à medicina dentária de qualidade e geram-se planos de seguros e clínicas low-cost que lesam o paciente e o profissional. A área da medicina e da prótese dentária tem evoluído imenso a nível tecnológico. De que forma a Campus Clinic tem acompanhado essa evolução? A vertente digital já faz parte do dia a dia da Campus Clinic. A comunicação entre médico dentista e protésico está a evoluir a bom ritmo, no entanto é necessário muita prática para que o fluxo digital garanta qualidade em todo o processo. Como todas as clínicas, estamos a receber formação e a praticar no quotidiano para, no prazo de dois anos, estarmos com resultados ainda mais positivos. Na vossa opinião, para onde caminha a profissão de médico dentista? O médico dentista é que vai delinear o seu futuro e tem três opções: Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 Médico dentista: Valoriza a sua formação universitária e tem um comportamento ao nível dos grandes médicos dentistas que o inspirará e são fonte de toda a sua sabedoria. Dentista: Indeciso na prática clínica; no dia a dia não pratica os ensinamentos e permite que a prática da medicina dentária se torne prisioneira dos grandes lóbis, que nada dignificam o juramento feito no final do seu curso. Fotógrafo: Vive uma carreira nas redes sociais baseada no Photoshop e descura a humanidade do ato clínico. Esquece que a melhor publicidade é o tratamento digno e de qualidade prestada ao paciente que regressa à consulta com a sua família e amigos. Que mensagem gostariam de deixar a todos os colegas? Acima de tudo, esperança para um bom futuro. Entenderem que temos que procurar evoluir sempre na nossa carreira, a nível da formação contínua, aplicar os ensinamentos no dia a dia e procurar grupos de discussão científica entre colegas. Na clínica, nunca esquecer que o paciente deve ser respeitado e criar condições para que o mesmo se sinta confiante na nossa prática. Agradeço aos meios de comunicação social da nossa área, nomeadamente à tão prestigiada revista Dental Tribune Portugal que permite a divulgação e comunicação entre os profissionais da medicina dentária. Termino com duas citações de dois grandes mestres na área da medicina dentária, que muito admiro: “A melhor medicina dentária é a menor”, do professor dr. Germano Rocha, e “Costumo dizer que o futuro será o que quisermos que ele seja... mas, a continuarmos esta trajetória, é sombrio... e estamos num tempo de incerteza absoluta, o que torna as coisas ainda mais difíceis”, do dr. João Pimenta. IMPRINT INTERNATIONAL HEADQUARTERS PUBLISHER AND CHIEF EXECUTIVE OFFICER: Torsten OEMUS CHIEF CONTENT OFFICER: Claudia Duschek DENTAL TRIBUNE INTERNATIONAL GMBH Holbeinstr. 29, 04229 Leipzig, Germany Tel.: +49 341 4847 4302 Fax: +49 341 4847 4173 General requests: info@dental-tribune.com Sales requests: mediasales@dental-tribune.com www.dental-tribune.com Material from Dental Tribune International GmbH that has been reprinted or translated and reprinted in this issue is copyrighted by Dental Tribune International GmbH. Such material must be published with the permission of Dental Tribune International GmbH. Dental Tribune is a trademark of Dental Tribune International GmbH. All rights reserved. © 2023 Dental Tribune International GmbH. Reproduction in any manner in any language, in whole or in part, without the prior written permission of Dental Tribune International GmbH is expressly prohibited. Dental Tribune International GmbH makes every effort to report clinical information and manufacturers’ product news accurately but cannot assume responsibility for the validity of product claims or for typographical errors. The publisher also does not assume responsibility for product names, claims or statements made by advertisers. Opinions expressed by authors are their own and may not reflect those of Dental Tribune International GmbH FICHA TÉCNICA Dental Tribune Edição Portuguesa Propriedade: Editora Códigopro - Edição de Publicações Periódicas Unipessoal, Lda. NICP: 506 955 109 Sede do editor, da redação e do impressor: Pr. Mouzinho de Albuquerque, nº 113 - 5º andar • 4100-359 Porto, Portugal • Tel.: (+351) 226 090 009 Editorial A terceira edição de 2023 destaca o Dr. Rui Monterroso na capa, diretor clínico da Campus Clinic. O espaço, com sede em Amarante, é uma referência a nível nacional (e internacional) e nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência para todos os pacientes. Falamos também da história da Mundo A Sorrir, que começou há 18 anos após uma missão de um grupo de jovens recém-licenciados em medicina dentária na Ilha do Fogo, em Cabo Verde. A falta de acesso a cuidados de saúde oral, a ausência de recursos humanos e materiais e a inexistência de capacitação contínua no setor levaram à fundação da organização, que passou a ser movida pela missão de promover a saúde e a saúde oral como um direito universal. E deixamos ainda a pergunta: A medicina dentária digital é a solução para o dilema da sustentabilidade? Veja o que nos diz Les Kalman, professor assistente de medicina dentária reconstrutiva na Western University e investigador com foco em inovação em dispositivos e tecnologias médicas, sobre este tema. Fique com estas e outras rubricas e obrigado por continuar a acompanhar o trabalho do Dental Tribune Portugal. Sumário Dr. Rui Monterroso – Campus Clinic Gohar Rehman - Ensmile Aligners “A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência”..................................................... 01 Ensmile Aligners chega a Portugal... 04 sentam melhores resultados quando intervencionadas precocemente......... 06 DIGA-NOS O QUE PENSA! Henry Schein Pegada Ambiental Criado Centro Interativo de Novas Tecnologias em Lisboa...................... 05 A medicina dentária digital é a solução para o dilema da sustentabilidade?..............07 Biofilmes e o Vidro Bioativo Odontopediatria SMD debate futuro da profissão e convoca manifestação nacional................. 03 Investigadores da Universidade de Birmingham estudam a “Cicatrização de feridas crónicas com vidro”.............. 05 Primeiro dente - Primeiro aniversário Primeira consulta!............................. 07 Tem comentários gerais ou críticas que gostaria de partilhar? Existe algum tópico específico sobre o qual gostaria de ver artigos no Dental Tribune? Informe-nos enviando um e-mail para ricardoflaminio@codigopro.pt. Dr. João Caramês - FMDUL Cigarros eletrónicos “A Cidade Digital é um marco diferenciador no ensino da medicina dentária”.........04 EFP adverte para perigos dos cigarros eletrónicos......................................... 06 Investigação japonesa “promete” criar uma “terceira geração” de dentes.... 08 Por Ricardo Flaminio, diretor Associação já beneficiou mais de 886 mil pessoas Mundo A Sorrir atinge a maioridade .03 Sindicato dos Médicos Dentistas Cirurgia da fenda labiopalatina Crianças com fenda labiopalatina apre- Regeneração dentária Dia Mundial do Sonho Queda de dentes é um dos sonhos mais comuns no mundo............................ 08 Diretor: Ricardo Flaminio • T: (+351) 916 772 974 ricardoflaminio@codigopro.pt Editora: Fátima Amaral Ferreira (CJ 5830 A/FIJ P1634) Jornalistas: Daniela Monteiro (CJ 8249) e Paulo Sá Ferreira (CJ 8253) Design e Paginação: Hugo Sousa Assinaturas: Marta Campos • marta.campos@codigopro.pt Publicidade: Carlos Silva • carlos.silva@codigopro.pt Web: www.pt.dental-tribune.com Periodicidade: Trimestral Tiragem: 4000 exemplares Estatuto Editorial: codigopro.pt/DentalTribune-estatuto-edit Estamos ansiosos para receber as suas contribuições![3] => Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 03 SOCIEDADE Solidariedade Mundo A Sorrir celebra 18 anos A história da Mundo A Sorrir (MAS) começou há 18 anos, após uma missão de um grupo de jovens recém-licenciados em medicina dentária na Ilha do Fogo, em Cabo Verde. A falta de acesso a cuidados de saúde oral, a ausência de recursos humanos e materiais e a inexistência de capacitação contínua no setor levaram à fundação da organização, que passou a ser movida pela sua missão de promover a saúde e a saúde oral como um direito universal. A intervenção da Mundo A Sorrir foi alargada a Portugal, à Guiné-Bissau e a São Tomé e Príncipe, países onde trabalha atualmente com o objetivo de transformar o mundo num local mais justo, igualitário e inclusivo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as cáries dentárias não tratadas são o problema de saúde oral mais prevalente, afetando mais de dois mil milhões de pessoas (25% da população) no mundo. A OMS certifica que quase metade da população mundial sofre de doenças orais não tratadas e que essas doenças atingindo mais pessoas em todo o mundo do que as doenças mentais, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crónicas, mas também as doenças oncológicas. A prevenção e a literacia em saúde, a capacitação de profissionais e a assistência médico dentária são os pilares de atuação sobre os quais a Mundo A Sorrir se baseia e, é através de cada um deles, que a organização beneficiou mais de 886 mil pessoas em situação de vulnera- bilidade socioeconómica. “Hoje, fazemos uma retrospetiva do caminho percorrido para que possamos olhar criticamente para os obstáculos, as conquistas e o impacto alcançado na vida das pessoas que beneficiamos, e crescer com esse exemplo no futuro. Orgulhamo-nos ao dizer que – trabalhamos de pessoas para pessoas – e é ao lado destas pessoas que queremos continuar a nossa caminhada para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida dos nossos beneficiários”, declarou Mariana Dolores, presidente da Mundo A Sorrir. Em Portugal, menos de um terço dos portugueses tem dentição completa e 28,5% tem falta de seis ou mais dentes. 65,2% dos menores de seis anos nunca visitam o dentista, revelou o Barómetro da Saúde Oral 2022, promovido pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). O trabalho desenvolvido pela Mundo A Sorrir em Portugal tem crescido significativamente, sendo distinguido pelos seus projetos pioneiros e inovadores. Expandiu-se a atuação a outras cidades do país, a novos públicos-alvo, criaram-se respostas sociais e novas temáticas foram abordadas. “Infelizmente estamos a atravessar momentos difíceis no nosso país e os pedidos de ajuda não param de aumentar de dia para a dia e, por essa razão, tentamos reinventar-nos para ninguém ficar à margem da sociedade e sem uma resposta”, acrescentou Mariana Dolores. Por sua vez, a nível internacional, a intervenção está cada vez mais consolidada, graças à presença permanente da organização em cada país. Os projetos desenvol- ©Mundo a Sorrir Por: Dental Tribune Portugal A nível internacional, a intervenção da Mundo A Sorrir está cada vez mais consolidada vidos em África são mais valorizados pelas entidades governamentais, possibilitando um alargamento da atuação, um maior impacto junto das comunidades e ganhos crescentes em saúde. “É um desafio diário trabalhar em contexto internacional. Existem obstáculos constantes que dificultam o desenvolvimento do nosso trabalho, mas a falta de financiamento torna-se o maior entrave. A resiliência da equipa aliada à responsabilidade social dos nossos associados, parceiros e entidades individuais e coletivas permite-nos continuar a nossa jornada em prol da universalização da saúde e saúde oral. Sabemos que estamos a contribuir para a melhoria da saúde da população e o impacto do nosso trabalho torna-se visível a cada dia que passa”, reforçou a responsável. Nos últimos 18 anos, a Mundo A Sorrir contou com o apoio de 1.856 voluntários e registou 38.559 ações de prevenção em saúde e saúde oral, 165.729 rastreios orais, 185.880 tratamentos e 5.462 reabilitações orais com prótese dentária, tendo sido doadas 437.853 escovas e pastas de dentes. O 18º aniversário da Mundo A Sorrir foi celebrado através de um jantar solidário que teve lugar na Fundação Cupertino Miranda, no Porto. A iniciativa reuniu 150 pessoas, entre elas colaboradores, voluntários, associados, parceiros e amigos da organização. Sindicato dos Médicos Dentistas SMD debate futuro da profissão e convoca manifestação nacional A Dental Tribune Portugal marcou presença na III Reunião Nacional do Sindicato dos Médicos Dentistas (SMD), que decorreu em junho no Hotel Hilton Porto, em Vila Nova de Gaia. “Neste evento, e como é objetivo do nosso Sindicato, oferecemos aos colegas e futuros colegas, de forma gratuita, formação científica de qualidade e palestras orientadoras para o bem-estar laboral”. De facto, o encontro contou com oradores nacionais e internacionais que expuseram praticamente todas as valências da medicina dentária. “O Sindicato deve incluir todas as áreas da medicina dentária, não podemos fazer um congresso só de implantes ou de ortodontia. A escolha dos palestrantes assentou numa ideia pluridisciplinar”, assumiu a comissão organizadora desta edição, presidida pelo Dr. Ricardo Ferreira. O Dr. Miguel Albuquerque inaugurou a reunião científica com o tema “Retratamento não cirúrgico frente a cirúrgico, como e quando decidir?” e foi seguido pela Dra. Rosana Mendes, com a palestra “Resinas compostas: até onde?”. A Dra. Helga Leite levou ao palco a exposição “Não sou odontopediatra: odontopediatria para quem não atende crianças”, sendo que a manhã terminou com a apresentação conjunta da Dra. Teresa Pinho e do Dr. Jorge André Cardoso: “Reabilitação interdisciplinar ortodontia-periodontologia”. De tarde, os trabalhos iniciaram com o Dr. Rodrigo Valdoeiros, o “jovem revelação/ empreendedor”, que falou sobre “How to free an idea from paper and unlock an enterpreneurial mindset”. Prosseguiu o Dr. Bernardo Sousa com o tema “Arcada total 2023, sem guias, sem regenerações e sem zigomas, é possível?” e, por fim, o Dr. Dirk Duddeck brindou os presentes com o tópico “Peri-impantitis from the factory? Extent and consequences of impurities on sterile packaged implants”. Um dos momentos mais aguardados foi a mesa-redonda intitulada “O futuro da nossa profissão”, que fechou a manhã da III Reunião do Sindicato dos Médicos Dentistas (SMD). Liderada pelo Dr. João Neto, presidente do Sindicato, o momento contou com a intervenção dos médicos dentistas Serafim Freitas, Inês Pereira, João Pimenta e Patrícia Manarte. Para além das sessões científicas, o evento contemplou uma vertente laboral, que teve lugar na Sala Água. De manhã, foi ministrado um curso de atualização nas áreas de proteção radiológica, protagonizado pela Associação Portuguesa dos Físicos Médicos (apFisMed). Durante a tarde, foram abordados os temas laborais associados aos problemas músculo-esqueléticos, por repre- ©SMD Por: Dental Tribune Portugal Dr. Serafim Freitas, Dra. Inês Pereira, Dr. João Pimenta e Dra. Patrícia Manarte protagonizaram a mesa-redonda sentantes da Associação dos Osteopatas de Portugal, e aos procedimentos médico-dentários/financiamento, da responsabilidade de Luciana Coutinho, presidente da comissão instaladora da Associação Mutualista do Médico Dentista (AMMED). Houve ainda um momento de aconselhamento aos profissionais, apoiado pelo departamento jurídico e contabilístico do SMD. “Na componente laboral, que muito preocupa o Sindicato, foram abordados temas nas áreas da proteção radiológica e da osteopatia, que sem dúvida são grandes aliados para a resolução das doenças profissionais da medicina dentária atual. Sabemos que muitos dos colegas sofrem de problemas posturais, alguns altamente debilitantes para toda a vida, queremos ajudar e prevenir que ocorram”, acrescentou o responsável pela organização. Como já vem sendo hábito nas reuniões do SMD, foi entregue o prémio de reconhe- cimento da carreira profissional de médico dentista atribuído pelo Sindicato aos profissionais que se destacaram ao longo da sua atividade. O homenageado deste ano foi o Dr. Germano Rocha, que em muito contribuiu para a profissão em Portugal. O dia terminou com um momento de lazer, com visita às caves do Vinho do Porto. SMD em direção à AR A IV Reunião Nacional do SMD foi já agendada para o dia 15 de junho de 2024. Mas, antes disso, o presidente da direção do SMD lança o desafio à classe para uma manifestação na Assembleia da República (AR), convocada para 19 de outubro. O dirigente afirma que “urge colocar a medicina dentária na ordem do dia e, por isso, o Sindicato dos Médicos Dentistas tomou a iniciativa de organizar esta manifestação. O SMD apela à participação dos colegas que queiram verdadeiramente participar”.[4] => 04 INDÚSTRIA Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 Dr. João Caramês - FMDUL “A Cidade Digital é um marco diferenciador no ensino da medicina dentária” Por: Dental Tribune Portugal No contexto do plano de ação para a educação digital promovido pela Comissão Europeia, a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) obteve a adjudicação do projeto Cidade Digital. O médico dentista João Caramês, diretor da instituição, declarou à Dental Tribune Portugal que o objetivo é “ampliar de forma significativa a exposição dos alunos do pré e pós-graduado a protocolos, instrumental e software para o diagnóstico, planeamento e execução da reabilitação oral pela via digital, cumprindo uma curva de aprendizagem cada vez mais necessária no exercício presente e futuro da profissão”. E é aqui que entra a parceria com a empresa Upcera, cujo protocolo foi assinado em abril. Em que consiste o protocolo estabelecido entre a FMDUL e a Upcera? No âmbito do projeto Cidade Digital, a empresa Upcera será um dos vários parceiros que irá colaborar com a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) nos próximos anos. Destacaria, acima de tudo, o hub da Cidade Digital como o fator verdadeiramente inovador e diferenciador no panorama do ensino da medicina dentária a nível nacional e internacional. A criação deste projeto em saúde oral parece-me singular e um marco diferenciador para a Universidade de Lisboa, gerando mais valias que perspetivamos irem muito além do ensino implementado. Neste projeto, pretende-se ampliar de forma significativa a exposição dos alunos do pré e pós-graduado a protocolos, instrumental e software para o diagnóstico, planeamento e execução da reabilitação oral pela via digital cumprindo uma curva de aprendizagem cada vez mais necessária no exercício presente e futuro da profissão. Tal irá acontecer em formação contínua pós-graduada, mas também pré-graduada, considerando não apenas medicina dentária, mas também os cursos em higiene oral e prótese dentária. De que forma a instalação patrocinada pela Upcera irá contribuir para a melhoria da formação dos alunos? Como referi, a parceria estabelecida com a empresa Upcera é apenas um dos vários complementos que contribui para ampliar os meios deste projeto. Um dos objetivos presentes da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa é consolidar a estratégia de transição curricular pré e pós-graduada para a vertente digital. Tal só é possível pela modernização dos espaços clínicos da FMDUL e a chegada em número considerável de ferramentas para o treino clínico dos alunos. Considerando o elevado investimento associado ao custo destes equipamentos, a existência deste tipo de parcerias permite-nos mais rapidamente conseguir estes objetivos. Os equipamentos fornecidos preenchem uma lacuna ao nível da qualidade clínica e evidência científica da Faculdade? A qualidade clínica e a evidência científica promovida pela FMDUL advêm do seu corpo docente. É graças à sua diferenciação clínica e científica que atribuímos qualidade ao ensino praticado. Reconhecemos, contudo, que ter apenas bons docentes e uma comunidade académica muito capaz não é suficiente à luz do que tem sido o desenvolvimento das instituições de ensino da medicina dentária a nível internacional. É necessário modernizar instalações, colocar à disposição dos alunos os mais recentes recursos e ferramentas de diagnóstico, plano de tratamento e reabilitação. Além do mais, e como já referi, a nossa necessidade de atualização curricular não olha apenas para a medicina dentária, mas também para a higiene oral e prótese dentária. a componente de tecnologias digitais já existente nos cursos de formação pós-graduada e pré-graduado de Medicina Dentária, Prótese Dentária e Higiene Oral. Desta forma, será também possível diferenciar docentes na área da Medicina Dentária Digital, promover projetos de investigação e desenvolvimento nesta área com a indústria e, progressivamente, assumirmo-nos como um dos principais centros de formação contínua nesta área a nível europeu. A FMDUL tem outras salas patrocinadas por outras empresas. Porquê a implementação destes protocolos e o que têm alcançado com eles? Reconhecemos que para a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa é fundamental gerar fontes de financiamento externo, tomando como ponto de partida a nossa dimensão e prestígio enquanto instituição de ensino. A implementação de protocolos com várias marcas, desde que benéfica para ambas as partes, atribui à FMDUL mais recursos, divulgação e a possibilidade de desenvolvimento de projetos de inovação. Assegurar a autonomia e sustentabilidade financeira da faculdade e, simultaneamente, prosseguir uma linha pioneira que se encontra desde a sua fundação impõe no presente e no futuro estarmos abertos às várias empresas multinacionais líderes em medicina dentária. Quais os objetivos que pretendem alcançar? No contexto do plano de ação para a educação digital promovido pela Comissão Europeia, a FMDUL obteve a adjudicação do projeto Cidade Digital. Os nossos objetivos pretendem que a capacidade instalada neste projeto amplie Consegue fazer um paralelismo sobre a importância da tecnologia na formação dos alunos nos dias de hoje, em comparação com os seus tempos de estudante? o país oferece uma elevada qualidade de vida, excelentes infraestruturas e um forte compromisso com a sustentabilidade, tornando-o uma escolha atrativa para estabelecer uma fábrica”. Quando questionado sobre a estrutura humana da fábrica no mercado português, o CEO da Ensmile Aligners afirmou que a equipa será cuidadosamente constituída para garantir a eficiência e a produtividade. “Será composta por uma gama diversificada de profissionais, incluindo gestores de produção experientes, engenheiros, técnicos e trabalhadores qualificados. Os diretores de produção vão supervisionar e coordenar a equipa para assegurar um fluxo de trabalho regular e a entrega atempada dos produtos. Os engenheiros tratarão dos aspetos técnicos, otimizando os processos de produção e aplicando medidas de controlo de qualidade. Os técnicos serão responsáveis pela manutenção e reparação das máquinas e os trabalhadores qualificados estarão afetos a tarefas específicas, como montagem e embalamento”. ©Dental Tribune Portugal Dr. João Caramês, Jakey Xie, David Wu e Miguel Mendes Como costumo salientar, mais do que ter os meios tecnológicos à disposição, o importante é a forma como pensamos e planeamos os nossos tratamentos por forma a que o fluxo digital, uma vez aplicado, traga previsibilidade e maior eficácia. Se é inquestionável todo o potencial da tecnologia digital, deve salientar-se que a sua aplicação apenas terá êxito se o fluxo de trabalho tiver subjacente o conhecimento e a experiência do médico. Não obstante o “gadget” que a indústria ponha diante de nós, terá sempre que imperar o fator humano, a sua ponderação e raciocínio clínico. Gohar Rehman - Ensmile Aligners Ensmile Aligners chega a Portugal Por: Dental Tribune Portugal A Ensmile Aligners chegou a Portugal a 1 de setembro de 2023. Gohar Rehman, CEO e fundador da empresa, revelou à Dental Tribune Portugal que o motivo da escolha de instalação da fábrica em território luso aconteceu porque o país oferece “imensas vantagens”. Gohar Rehman começa por nos dizer que, em primeiro lugar, “Portugal possui uma localização estratégica na Europa, permitindo um acesso fácil a outros mercados europeus. Para além disso, o país ofe- rece uma mão de obra qualificada, está bem desenvolvido ao nível de línguas e competências técnicas. Portugal tem, também, custos de mão de obra competitivos em comparação com outros países europeus, o que conduz a poupanças de custos. Além disso, o governo português oferece incentivos e apoios atrativos para investimentos estrangeiros, incluindo benefícios fiscais e subsídios. O ambiente político e económico é estável, o que reduz os riscos e assegura um clima favorável aos negócios. Finalmente,[5] => Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 05 INDÚSTRIA / INVESTIGAÇÃO Henry Schein Criado Centro Interativo de Novas Tecnologias em Lisboa Por: Dental Tribune Portugal Foi a 30 de junho que a Henry Schein apresentou um novo escritório e centro dentário de vanguarda, o Centro Interativo de Novas Tecnologias, em Portugal. Com uma área de 400 metros quadrados e localizada a poucos minutos da capital, a abertura desta abrangente sede portuguesa responde à vontade da empresa de reforçar a sua presença no país e de oferecer uma melhor experiência, tanto aos seus clientes como aos seus colaboradores – conhecidos como membros da Equipa Schein. O novo escritório está dividido em diferentes áreas funcionais, como uma sala de reuniões, uma espaçosa área de trabalho e uma cozinha funcional. Foi cuidadosamente projetado com estética e funcionalidade em mente e incorpora um conceito de espaço aberto para criar um ambiente de trabalho dinâmico e promover a comunicação e o trabalho em rede entre os membros da Equipa Schein. Junto ao espaço de escritórios encontra-se o Centro Interativo de Novas Tecnologias, que dispõe de uma grande zona de exposição, apresentando as últimas tecnologias e equipamentos do setor dentário, como sistemas Cad-Cam, impressoras 3D, microscópios, fresadoras e unidades de tratamento dentário, entre outros. A Henry Schein pretende facilitar a introdução de tecnologias digitais avançadas para profissionais da área dentária, pelo que o novo espaço incorpora uma sala de formação com capacidade para até 20 pessoas, onde serão organizadas palestras, workshops e sessões de informação para profissionais de medicina dentária principiantes e especialistas com uma vasta experiência. A inauguração do Centro Interativo de Novas Tecnologias contou com a presença de Davide Fazioni, vice-presidente EMEA Dental Equipment and Service e diretor geral Iberia, e de Myriam Díaz, diretora geral da Henry Schein Portugal, que participou na apresentação oficial do novo espaço e esteve disponível para questões por parte dos participantes. A Dental Tribune Portugal aproveitou a oportunidade para falar com a responsável pela empresa no nosso país sobre esta inauguração. “A abertura deste escritório direcionado para o futuro é um marco importante para a Henry Schein em Portugal, uma vez que a nossa empresa está há muito tempo empenhada em crescer no país. Exemplo disso é a expansão do nosso portefólio de produtos e serviços nos últimos dois anos. A abertura do escritório de Lisboa e do novo Centro Interativo de Novas Tecnologias é outro grande marco que traduz a nossa confiança no mercado português e a nossa vontade de continuar a prestar um serviço de excelência aos nossos clientes”, começa por dizer-nos. O lançamento do Centro Interativo de Novas Tecnologias em Lisboa foi antecedido pela abertura de um muito semelhante em Madrid, onde a resposta dos profissionais do setor já foi “muito positiva”. Este novo espaço na capital portuguesa é a mais recente adição aos muitos showrooms de última geração da Henry Schein em toda a Europa. Segundo a responsável, trata-se de “um espaço de experiências dedicado à interação, demonstrações ao vivo e formação. A tecnologia está a mudar rapidamente e, com os últimos desenvolvimentos e a introdução de novas tecnologias, identificámos a necessidade de muitos profissionais de medicina dentária terem acesso a demonstrações ao vivo, pois a adoção de novos sistemas envolve por vezes uma curva de aprendizagem. Queremos satisfazer esta procura e oferecer o nosso suporte para ajudar os dentistas a manterem-se atualizados, dar a oportunidade de ver e sentir em primeira mão como é que os novos equipamentos funcionam e desvendar os muitos benefícios que podem trazer tanto para os consultórios como para os pacientes”. E acrescenta: “Na Henry Schein, também entendemos a importância da formação contínua para impulsionar a inovação e facilitar a incorporação de soluções de última geração para medicina dentária que possam ajudar clínicas e laboratórios de prótese dentária a crescer e a oferecer aos pacientes um atendimento avançado de qualidade. É por isso que o novo centro também conta com uma sala de formação onde serão realizadas palestras, workshops e sessões de informação realizadas por fabricantes e outros profissionais do setor, destinadas a dentistas iniciantes e profissionais experientes”. Durante a conversa, Myriam Díaz realçou que estão constantemente à procura de maneiras de ajudar os profissionais do setor de medicina dentária a trabalhar com mais eficiência e, ao mesmo tempo, oferecer um atendimento ideal ao paciente. “Portugal é um mercado muito relevante para nós e vamos continuar a trabalhar para potenciar e melhorar os serviços e produtos que disponibilizamos aos nossos clientes no país. Oferecemos um portefólio abrangente que inclui também equipamentos, produtos especializados, software e sistemas de gestão prática, serviços técnicos, soluções de negócios, formação contínua e muito mais. Exemplos da nossa linha de produtos e serviços podem ser encontrados no novo Centro Interativo de Novas Tecnologias. Gostaria de convidar os profissionais de medicina dentária a visitá-lo e a participarem nas nossas sessões de formação e demonstrações ao vivo. A nossa equipa está pronta para atender os nossos clientes e ajudá-los a encontrar a solução para as necessidades individuais da sua clínica”. Biofilmes e Vidro Bioativo Investigadores da Universidade de Birmingham estudam a “cicatrização de feridas crónicas com vidro” Investigadores da Universidade de Birmingham demonstraram que a prata retém a atividade antimicrobiana por mais tempo quando é impregnada em “vidro bioativo” e mostraram pela primeira vez como esta combinação promissora oferece proteção antimicrobiana mais duradoura para feridas do que as convencionais alternativas. Os vidros bioativos são uma classe única de biomateriais sintéticos feitos de silicone e têm sido utilizados há alguns anos em enxertos ósseos. A investigação centra-se nos efeitos do vidro bioativo com prata iónica em biofilmes formados por pseudomonas aeruginosa, uma bactéria multirresistente que forma facilmente biofilmes e é uma causa comum de infeção em doenças crónicas. De acordo com publicação da University of Birmingham Enterprise, “sabe-se há muito que a prata previne ou reduz o crescimento de biofilmes (comunidades de bactérias) em feridas abertas e os tratamentos à base de prata são cada vez mais populares, pois são eficazes contra muitas cepas de bactérias resistentes a antibióticos”. Estas propriedades antimicrobianas dependem do facto de a prata permanecer numa forma iónica para que possa pene- trar nas paredes das células bacterianas e perturbar o seu ciclo de vida, mas os iões ou nanopartículas de prata nos pensos para feridas são propensos a transformar-se em sulfureto de prata ou cloreto de prata – o que pode reduzir a atividade antimicrobiana e dificultar o sucesso do tratamento. O estudo, publicado na revista Biofilm, mostrou que técnicas específicas de preparação, armazenamento e aplicação podem minimizar a transformação de iões de prata em cloreto de prata e, assim, reter a atividade antimicrobiana. A equipa de Birmingham conta com “experiência substancial” em vidro bioativo, que é atualmente usado como material de enxerto bioativo degradável. Nesta aplicação, os aspetos críticos do vidro bioativo são a sua forma fibrosa, que proporciona uma estrutura porosa 3D que é robusta, compactável, e o diâmetro e a densidade das fibras de vidro para suportar o crescimento do tecido. O investigador do pós-doutoramento Sam Moxon, que colabora com a equipa de investigadores da Universidade de Birmingham, tem explorado o uso destes materiais inovadores em cirurgia dentária e tratamento de feridas. Acabou de concluir um programa financiado pela Innovate UK denominado ICURe (Inovação ©Korng Sok em unsplash.com Por: Dental Tribune Portugal O investigador Sam Moxon tem explorado o uso destes materiais inovadores em cirurgia dentária para Comercialização de Pesquisa Universitária) procurando agora encaminhar o material para aprovação clínica. Os investigadores que trabalharam no estudo publicado na Biofilm são: a investigadora de microbiologia Sarah A. Kuehne, o especialista em biomateriais Gowsihan Poologasundarampillai e o estudante multidisciplinar de doutoramento Sandeep Shirgill da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Birmingham, Sara Jabbari da Escola de Matemática e John Ward do Departamento de Ciências Matemáticas da Universidade de Loughborough. A University of Birmingham Enterprise ajuda investigadores a “transformar as suas ideias em novos serviços, produtos e empresas que atendam às necessidades do mundo real”.[6] => 06 INVESTIGAÇÃO Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 Cigarros eletrónicos EFP adverte para perigos dos cigarros eletrónicos Advertências regulares contra a vaporização geralmente apenas destacam os danos no coração e nos pulmões, mas não se referem à saúde oral. A EFP (Federação Europeia de Periodontologia) alerta que vaporizar cigarros eletrónicos pode ser tão prejudicial para as gengivas e para a saúde oral como fumar cigarros tradicionais de tabaco. Para a organização europeia “fumar pode contribuir para danos graves nas gengivas e na saúde oral, com os fumadores a terem mais doenças gengivais, mais perda de dentes e níveis aumentados de cancro oral”. A doença gengival pode desempenhar um papel negativo na saúde sistémica, pois está implicada na diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crónicas, doença inflamatória intestinal e outras. Apesar de “o fenómeno vaping ser relativamente novo em comparação com o tabagismo, o que significa que os detalhes da investigação ainda estão incompletos, as evidências mostram uma ligação clara entre os cigarros eletrónicos e a má saúde das gengivas e da boca”, mostra a EFP. Uma das razões por trás do impacto pre- judicial à saúde da vaporização “é a nicotina, seja fumada ou vaporizada, que restringe o fluxo sanguíneo para as gengivas. Outros produtos químicos contidos no vapor do cigarro eletrónico (incluindo formaldeído, propilenoglicol e benzeno) podem aumentar agressivamente os danos na boca, começando com uma destruição progressiva do periodonto, os tecidos que sustentam os dentes. Os danos nas gengivas e nos tecidos que sustentam os dentes, muitas vezes até um estado irreversível, são um provável efeito adverso da vaporização”, destaca o Prof. Andreas Stavropoulos, presidente do comité de assuntos científicos da EFP e ex-presidente imediato da EFP. “Esse dano inclui a reabsorção permanente das gengivas e dos ossos que mantêm os dentes em funcionamento e na boca. O tratamento destes problemas, dependendo da extensão, é muitas vezes complicado e caro. Por estas razões, na EFP instamos os profissionais de saúde oral a não sugerirem a vaporização como uma estratégia de transição para a cessação do tabagismo, mas sim a priorizarem o aconselhamento sobre a cessação do tabagismo, tanto para cigarros como para cigarros ©Ernst Gunther Krause em unsplash.com Por: Dental Tribune Portugal A vaporização pode prejudicar a saúde oral de várias formas eletrónicos, e a fornecerem aos pacientes informações sobre o provável impacto prejudicial da vaporização nas gengivas e na saúde bucal”, recomenda o Prof. Stavropoulos. Além disso, a vaporização “pode prejudicar a saúde oral de várias formas, incluin- do mau hálito, irritação na boca e garganta, edema paratraqueal, laringite, língua negra, estomatite nicotínica, língua cabeluda, dor de dente, descoloração dentária, cárie dentária, sensibilidade e perda dentária, redução da dureza do esmalte e aumento do risco de cancro”. Cirurgia da fenda labiopalatina Crianças com fenda labiopalatina apresentam melhores resultados quando intervencionadas precocemente Um estudo internacional, feito a recém-nascidos na Europa e América do Sul, revela que a cirurgia precoce para a correção da fenda labiopalatina isolada tem mais probabilidades de ser bem-sucedida. Publicado no New England Journal of Medicine e financiado pelo National Institute of Health dos Estados Unidos, o estudo poderá ter implicações importantes nas atuais vias de tratamento. A investigação, liderada pelo Prof. William Shaw, professor da Universidade de Manchester, e pela Prof. Carrol Gamble, professora da Universidade de Liverpool, e com contributos de alguns co-investigadores seniores das Universidades de Gotemburgo, Copenhaga, São Paulo e Edimburgo, concluiu que a cirurgia para a correção da fenda labiopalatina em bebés clinicamente aptos (em 23 centros especializados em fendas), aos seis meses de idade, reduziu o risco de insuficiência velofaríngea (IVF) aos cinco anos, em comparação com a reparação da fenda labiopalatina aos 12 meses. Dos 281 (84%) bebés distribuídos aleatoriamente para receberem a cirurgia aos seis meses, 235 permaneceram no estudo até às avaliações aos cinco anos e forneceram gravações vídeo e áudio das avaliações da fala. No grupo aleatoriamente selecionado para receber a cirurgia aos 12 meses, foram 226 bebés, num total de 277 (82%). Os resultados do ensaio internacional revelaram que: - A aleatorização para cirurgia primária de correção da fenda labiopalatina aos seis meses de idade, em comparação com a intervenção aos 12 meses, foi associada a melhores resultados na fala aos cinco anos. Também aos cinco anos, foi observada uma função velofaríngea insuficiente em 21 (9%) e 34 (15%) dos bebés aleatorizados para os grupos etários dos seis e 12 meses, respetivamente. - Registaram-se três eventos adversos graves no grupo de seis meses e um no grupo de 12 meses. Todos foram resolvidos no seguimento. - Outros eventos de segurança foram pouco frequentes e semelhantes entre os grupos. As taxas de cirurgia secundária foram semelhantes entre os grupos, mas as razões variaram. Mais bebés no grupo de seis meses necessitaram de uma cirurgia secundária para VPI, enquanto mais bebés no grupo de 12 meses necessitaram de uma cirurgia secundária para fístula. - Ao fim de um ano, a audição e a função do ouvido médio eram piores no grupo que aguardava cirurgia. Estas diferenças, no entanto, não eram aparentes aos três e cinco anos de idade. - Embora não tenha havido diferenças notáveis entre os grupos para o crescimento no primeiro ano, os resultados do desenvolvimento dento facial aos cinco anos foram piores para o grupo aleatorizado para cirurgia aos seis meses. Contudo, a diferença entre os dois grupos não foi considerada clinicamente significativa. A Prof. Carrol Gamble, que dirigiu a conceção e a análise do ensaio, afirmou: "O TOPs é um excelente exemplo da abordagem de investigação da ciência de equipa necessária para realizar com êxito este ©Cleft Lip and Palate Association UK Por: Dental Tribune Portugal A investigação foi liderada pelos Profs. William Shaw, da Universidade de Manchester, e Carrol Gamble, da Universidade de Liverpool ensaio complexo e exigente. A análise das gravações da fala exigiu que 41 terapeutas da fala e da linguagem dos participantes se deslocassem ao Reino Unido para avaliar as gravações da fala nos períodos de avaliação de um, três e cinco anos. Este facto deu origem a dados ricos e complexos para análise”. “Este estudo mostra-nos que, em geral, os resultados para as crianças são melhores se forem submetidas a cirurgia corretiva mais cedo. Se os bebés clinicamente aptos com uma fenda labiopalatina isolada não sindrómica forem operados aos seis meses, limita-se a perturbação que esta pode causar em futuros desenvolvimentos fun- damentais, particularmente relacionados com a fala e a audição. Estas importantes descobertas permitirão aos médicos tomar decisões informadas sobre o tratamento de doentes infantis e reduzir a quantidade de cuidados médicos adicionais de que podem necessitar", acrescentou. Também a Prof. Tanya Walsh, da Universidade de Manchester, que agora co-dirige a investigação com o Prof. Kevin Munro, disse: "A cirurgia é efetuada entre os seis e os 14 meses nos muitos centros especializados em fendas na Europa e nos EUA. Os resultados deste importante ensaio irão apoiar grandemente a tomada de decisões clínicas e parentais”.[7] => 07 OPINIÃO Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 Pegada Ambiental A medicina dentária digital é a solução para o dilema da sustentabilidade? Por: Dental Tribune International Acho que podemos concordar que a medicina dentária não é a profissão mais ecológica. Basta ter em consideração a quantidade de materiais descartáveis, como plásticos, pedra e gesso, barreiras de proteção e, claro, equipamentos de proteção individual que são utilizados. Todos são necessários para manter o padrão de atendimento e o controlo adequado de infeções? Agora, considere as etapas de um fluxo de trabalho analógico típico para uma restauração indireta. A moldagem é tirada, embalada, enviada num veículo até ao laboratório e esvaziada. A coroa é confecionada e devolvida à clínica, novamente por um veículo. Isto é sustentável? Acredito que temos ferramentas à nossa disposição que podem ajudar a melhorar o fluxo de trabalho e a pegada ambiental. A evolução da medicina dentária digital teve um impacto significativo na profissão. A aquisição de impressões intraorais digitais, impressões digitalizadas e modelos melhorou a eficiência, a precisão e o fluxo de trabalho clínico. Mas e a sustentabilidade? Fazer uma impressão analógica e enviá-la para um laboratório por meio de um veículo é mais prejudicial ao meio ambiente do que enviar um arquivo digitalmente? O método digital reduziria imediatamente as emissões de dióxido de carbono, no entanto seria necessário considerar o fornecimento de todos os materiais e o fabrico de todos os componentes necessários para a transferência digital com base na procura total de energia acumulada ao longo do ciclo de vida de um produto. Qual o impacto do design digital na sustentabilidade? O fluxo de trabalho analógico exigiria moldagens, modelos, registo e um articulador para projetar e desenvolver a prótese. O armazenamento dos modelos também deve ser considerado. Isto requer espaço físico e serviços públicos em conformidade com os requisitos regulamentares. O design digital possui um fluxo de trabalho completamente diferente, permitindo captura de imagens, armazenamento em nuvem, visualização e planeamento num dispositivo, tudo feito remotamente. Também fornece uma abordagem simples para modificações e remakes de design. Que impacto a produção ou fabrico de próteses dentárias pode ter na sustentabilidade? Inicialmente, a fundição exigia investimento, fusão e acabamento significativo e dependia muito de materiais e tempo. A fresagem fornece um fluxo de trabalho preciso e previsível, mas tem limitações de design e sustentabilidade. Como é que a manufatura aditiva ou a impressão 3D se enquadram na equação? Há uma infinidade de processos de manufatura aditiva que fornecem próteses precisas e eficientes em plástico (resinas), metais e cerâmica (zircónia e dissilicato de lítio). Estas abordagens podem criar qualquer geometria e normalmente oferecem precisão superior e maior sustentabilidade. Além disso, pesquisas recentes quantificaram que o fluxo de trabalho em manufatura aditiva é mais sustentável do que os caminhos con- ©Quang Tri Nguyen em unsplash.com Artigo da autoria de Les Kalman, professor assistente de medicina dentária reconstrutiva na Western University, no Canadá, e investigador com foco em inovação em dispositivos e tecnologias médicas. A medicina dentária digital é uma ferramenta tecnológica forte que pode ajudar esta especialidade a tornar-se mais sustentável vencionais de fabricação. Outra vantagem é que as próteses feitas digitalmente oferecem propriedades físicas impressionantes. A possibilidade de contornar o design digital usando restaurações indiretas também foi explorada. Esta seria uma abordagem inovadora que poderia poupar uma enorme quantidade de tempo, dinheiro e recursos. E isto é apenas o começo, uma vez que a inteligência artificial já está a ter impacto no diagnóstico e no planeamento do tratamento, e a realidade virtual e aumentada está a ser utilizada para educação e formação. Outro fator a ser considerado é o metaverso que continua em desenvolvimento. No entanto, a medicina dentária digital apresenta uma ressalva significativa: o utilizador deve ter um excelente entendimento das suas aplicações e limitações num ambiente clínico. Afinal, a medicina dentária digital fornece mais um conjunto de ferramentas na caixa de ferramentas do dentista. Os médicos devem saber qual ferramenta usar e quando. Por exemplo, houve um relatório recente de um caso clínico de implante de arcada completa que incluía um guia de redução óssea e um guia para colocação de implante. Ambos foram adquiridos através de um fluxo de trabalho totalmente digital. Infelizmente, durante a sessão cirúrgica nenhum dos guias se adaptou bem e o médico teve que desviar para uma abordagem à mão. Parabéns ao médico por perceber os erros, mas que impacto ambiental desnecessário e desperdício de tempo e dinheiro! Já ouvi histórias semelhantes em que as guias cirúrgicas dos implantes não se ajustavam intraoralmente devido à abertura limitada da boca do paciente – outra situação infeliz em que a medicina dentária digital foi utilizada de forma inadequada. O último cenário que destaco diz respeito a um clínico que comprou uma impressora 3D de resina para complementar o seu scanner intraoral. Neste caso, todos os pacientes receberam um exame diagnóstico e modelos impressos por motivos educacionais e de marketing. Este é um uso apropriado da medicina dentária digital? Como é que isso se reflete na sustentabilidade? O que acontece com estes modelos quando os pacientes não os utilizam? São recicláveis? Este cenário lembra-me aquele meme em que um gerador movido a gás é usado para carregar um veículo elétrico. Se lutarmos coletivamente para que a medicina dentária melhore a sustentabilidade, devemos considerar o quadro completo. Aqui estão algumas recomendações para implementar a medicina dentária digital relacionada à sustentabilidade: - considerar o fluxo de trabalho clínico e avaliar como a sustentabilidade pode ser melhorada sem comprometer o padrão de atendimento; - compreender e seguir os fundamentos e princípios da medicina dentária digital. É apenas um conjunto de ferramentas para melhorar o fluxo de trabalho; - seja curioso e explore novas tecnologias; - seja crítico. Por exemplo, considere se um caso totalmente orientado é essencial; - considere um fluxo de trabalho híbrido ou fundido, combinando os melhores aspetos do analógico e do digital, até que haja uma forte compreensão dos fluxos de trabalho digitais previsíveis; - exercite os R’s: reconhecer, reduzir, reciclar, reaproveitar, repensar e alegre-se! A medicina dentária digital é uma ferramenta tecnológica forte que pode ajudar a medicina dentária a tornar-se mais sustentável. No entanto, os profissionais de medicina dentária têm de fazer as perguntas certas, realizar a devida diligência e tomar decisões adequadas que beneficiem os pacientes e o planeta. Odontopediatria Primeiro dente - Primeiro aniversário - Primeira consulta! Por: Dra. Cristina Cardoso Silva, médica dentista A primeira consulta médico dentária da criança deverá ocorrer com o aparecimento do primeiro dente (em média, por volta dos seis meses), ou ao completar um ano de idade, mesmo que ainda não tenha erupcionado nenhum dente. Embora possa parecer demasiado cedo, esta primeira consulta é fundamental e habitualmente inclui um exame completo dos dentes, maxilares, gengivas, tecidos orais e mordida, para verificar se o crescimento e o desenvolvimento estão a ocorrer dentro da normalidade, permitin- do também a determinação precoce do risco individual de cárie. É a oportunidade perfeita para os pais aprenderem a cuidar corretamente dos dentes do seu filho, evitando assim futuras patologias. Nesta consulta serão fornecidas recomendações individualizadas e serão reforçadas as recomendações recebidas antes do nascimento, na consulta da grávida. A deteção precoce de alterações dentárias, nomeadamente cárie dentária e defeitos de esmalte, permite implementar medidas que travam ou limitam a progressão de patologias. Questões sobre a utilização de chupeta, amamentação, biberão, qual a melhor escova e pasta de dentes, entre outras, poderão ser respondidas pelas nossas especialistas em odontopediatria nesta primeira consulta. A Dra. Cristina Cardoso Silva, para além de médica dentista na Manuel Neves - Clínica de Medicina Dentária, Lda., é professora de odontopediatria na Universidade Fernando Pessoa.[8] => 08 TENDÊNCIAS Dental Tribune Edição Portuguesa | setembro 2023 Regeneração dentária Investigação japonesa “promete” criar uma “terceira geração” de dentes Por: Dental Tribune Portugal Os resultados da investigação liderada pelo Dr. Katsu Takahashi - publicada em fevereiro de 2021 - demonstra que “o USAG-1 controla o número de dentes inibindo o desenvolvimento de potenciais germes dentários em camundongos selvagens ou mutantes sem dentes”. Os investigadores concluem que “a administração de anticorpos anti-USAG-1 é, portanto, uma abordagem promissora para a terapia de regeneração dentária”. pudesse interromper a atividade da proteína USAG-1 de forma a permitir que os animais desenvolvessem novos dentes enquanto permanecessem saudáveis. Em 2021, descobriram o referido anticorpo, observando que também desencadeou o crescimento dentário em furões, que, segundo Takahashi, têm “padrões dentários semelhantes aos humanos”. Olhando para o futuro O que há de novo? Pesquisadores no Japão estão a desenvolver um medicamento que pode permitir o crescimento de dentes em seres humanos. A experiência inicial desencadeou o crescimento dentário em camundongos e furões, sendo agora anunciado planos para lançar ensaios clínicos em julho de 2024. Como funciona? Em 2007, os investigadores relataram a descoberta de que camundongos com genes USAG-1 também tinham dentes extras. A proteína do gene desempenha um papel no desenvolvimento de muitas partes do corpo, portanto, simplesmente derrubá-lo para desencadear o crescimento do dente não era uma opção. O “A ideia de cultivar novos dentes é o sonho de todos os dentistas”, disse o investigador principal à publicação japonesa The Mainichi Dr. Katsu Takahashi estudo incidiu na testagem de diferentes anticorpos monoclonais – proteínas feitas em laboratório projetadas para se ligar a certas moléculas – em camundongos com uma condição que os fazia nascer com menos dentes do que o normal. O objetivo era encontrar um que O estudo prepara-se para testar a segurança de seu anticorpo monoclonal, TRG035, em pessoas com agenesia dentária congénita. Se comprovada a sua segurança, seguir-se-iam ensaios que testassem a sua eficácia. Se a terapia for aprovada, os investigadores preveem que ela seja usada primeiro para fazer crescer novos dentes em crianças de 2 a 6 anos com sinais de agenesia. Eventualmente, poderia ser administrado a pessoas que nasceram com o número certo de dentes, mas perderam alguns deles na idade adulta. O panorama Cerca de 1% da população apresenta o inverso da anodontia: hiperdontia, uma condição congénita que causa um número de dentes acima do normal. De acordo com a investigação de Takahashi, um em cada três desses casos manifesta-se como o crescimento de uma terceira dentição. Takahashi acredita que, na “maioria dos casos, a capacidade dos humanos de desenvolver um terceiro conjunto foi perdida com o tempo”. Quando o tratamento dos dentes não é mais possível devido a cáries graves ou periodontite, as pessoas precisam de recorrer a próteses dentárias ou implantes. A capacidade de desenvolver dentes de terceira geração pode mudar isso. “Esperamos ver um momento em que a medicina de regeneração dentária seja uma terceira opção ao lado de próteses e implantes”, sublinha o investigador nipónico. Fontes: https://www.kitano-hp.or.jp/toothreg/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33579703/ https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abf1798 Dia Mundial do Sonho Queda de dentes é um dos sonhos mais comuns no mundo Por: Dental Tribune Portugal O Dia Mundial do Sonho, em que todas as pessoas são inspiradas a agir sobre os seus sonhos, é um lembrete poderoso de que todos temos a capacidade de fazer mudanças positivas nas nossas vidas e no mundo. Contudo, podemos pensar nos sonhos de duas formas, como sinónimo de objetivos e metas a atingir, ou como sonhos fisiológicos que nos assolam durante o sono. Os sonhos podem ser bons ou maus, mas têm normalmente alguma relação com a realidade. Podemos lembrar-nos ou não de acordo com o momento em que acontece o sonho, mas dizem os especialistas que sonhamos todas as noites e que sonhar é importante para o nosso cérebro. Segundo a psicologia, os sonhos que temos enquanto dormimos revelam muito dos nossos anseios e medos que muitas vezes ficam bloqueados no inconsciente. Já no misticismo, sonhos podem ter uma simbologia própria e até trazerem mensagens e premonições. Os temas mais comuns com que sonhamos Um estudo realizado pela Mornings, plataforma do Reino Unido que se dedica a estudar o sono, desde os seus padrões até aos melhores colchões e almofadas, refere que sonhos com a queda de dentes, cobras, gravidez, casamento e ex-companheiros são os mais frequentes no mundo. Em Portugal, dos cinco sonhos indicados, é com cobras que as pessoas sonham mais. A Mornings utilizou dados de pesquisas online de todo o mundo relativos ao tipo de sonhos que se tem. O sonho mais comum em todo o mundo tem a ver com cobras. Dos 147 países analisados 52 tem este animal como o tópico número um do sonho dos seus habitantes. A perda de dentes aparece como o segundo tópico mais presente quando se dorme, com 17 países a registarem este sonho como primeira opção. O terceiro sonho mais comum está relacionado com a gravidez, seguindo-se o casamento ou sonhos com ex-companheiros. Com recurso ao site Dreammoods, que usa a “perspetiva psicológica ou Freudiana”, a plataforma Mornings tentou dar uma breve explicação para cada um dos cinco sonhos mais recorrentes no mundo. Sonhar que se vê uma cobra ou que se é mordido por uma pode significar preocupações ou medos escondidos, e o sonho pode ser uma forma de o subconsciente alertar para algo na vida. Já sonhar com a queda dos dentes pode significar “falta de confiança ou vergonha sobre algum defeito”. A plataforma explica que a calma neste tipo de sonhos pode ajudar a perceber como sair desta situação. De acordo com um estudo da Universidade do Colorado, pessoas que sonham com a perda de dentes “esta- vam significativamente mais ansiosas e deprimidas, tinham menos autoestima, estavam menos satisfeitas com as suas vidas, com um sentimento de falta de controlo, e sentiam-se mais desamparadas que as pessoas que sonhavam, por exemplo, em voar”. Sonhar com uma gravidez representa uma característica da pessoa que está em crescimento, ou pode ainda significar o nascimento de uma ideia nova, um objetivo ou projeto. Já sonhar com o casamento significa compromisso, harmonia ou uma fase de transição. Este sonho é recorrente quando se atravessa uma etapa impor- tante de desenvolvimento pessoal. Já sonhar com ex-companheiros é sinal de que alguém com quem possamos estar desperte em nós o mesmo tipo de sentimentos que o ex ou a ex. Pode ainda ser um modo de alertar para um padrão comportamental que está a ser repetido no atual relacionamento. Dos outros sonhos mais populares, excetuando os que estão no top cinco, encontramos, por exemplo, sonhos com bebés, crocodilos, neve, mar, dinheiro, sexo, carros, sapatos e morte. Fonte: Morning Life: https://morninglife.co.uk/ most-common-dream-by-country/ ISLÂNDIA SUÉCIA NORUEGA FINLÂNDIA RUSSIA ESTÓNIA LETÓNIA DINAMARCA LITUÂNIA IRLANDA REINO UNIDO PAÍSES BAIXOS BÉLGICA ÁUSTRIA ESPANHA ESLOVÉNIA POLÓN ESLOVÁQUIA IA UCRÁNIA CHÉQUIA FRANÇA PORTUGAL IA SS LORÚ BIE ALEMANHA LUXEMBURGO ©Dental Tribune Portugal Assinala-se a 25 de setembro o Dia Mundial do Sonho, conhecido globalmente como “World Dream Day”. A data foi criada em 2002, por Ozioma Egwuonwu, docente da Universidade de Columbia, no Canadá, com o objetivo de refletirmos sobre os nossos sonhos e pensarmos em como atingi-los. NGRIA HU ROMÉNIA ANDORRA MOLDÁVIA TURQUIA ITÁLIA SUIÇA MALTA ALBANIA CROÁCIA BOSNIA HERZEGOVINA MONTENEGRO GRÉCIA SÉRVIA MACEDÓNIA DO NORTE BULGÁRIA CHIPRE FONTE: MORNINGS.CO.UK Em Portugal, sonhar com cobras está no topo da lista) [page_count] => 8 [pdf_ping_data] => Array ( [page_count] => 8 [format] => PDF [width] => 815 [height] => 1134 [colorspace] => COLORSPACE_UNDEFINED ) [linked_companies] => Array ( [ids] => Array ( ) ) [cover_url] => [cover_three] => [cover] => [toc] => Array ( [0] => Array ( [title] => Dr. Rui Monterroso – Campus Clinic: “A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência” [page] => 1 ) [1] => Array ( [title] => SOCIEDADE [page] => 3 ) [2] => Array ( [title] => INDÚSTRIA [page] => 4 ) [3] => Array ( [title] => INDÚSTRIA / INVESTIGAÇÃO [page] => 5 ) [4] => Array ( [title] => INVESTIGAÇÃO [page] => 6 ) [5] => Array ( [title] => OPINIÃO [page] => 7 ) [6] => Array ( [title] => TENDÊNCIAS [page] => 8 ) ) [toc_html] =>[toc_titles] =>Table of contentsDr. Rui Monterroso – Campus Clinic: “A Campus Clinic nasce da intenção de criar uma medicina dentária de excelência” / SOCIEDADE / INDÚSTRIA / INDÚSTRIA / INVESTIGAÇÃO / INVESTIGAÇÃO / OPINIÃO / TENDÊNCIAS
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