DT Portugal No. 2, 2023

Susana Falardo Ramos nomeada vice‑presidente do comité científico da AADSM / News / Combinação de fatores genéticos e ambientais conduz ao desenvolvimento de fendas lábio-palatinas / INDÚSTRIA / INVESTIGAÇÃO / Vendas online continuam a crescer na União Europeia

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Table of contents

The World‘s Dental Newspaper - Edição Portuguesa
Junho 2023

pt.dental-tribune.com

JOÃO CARAMÊS NOMEADO
EMBAIXADOR DA EACIM

IMPORTÂNCIA DA RESPIRAÇÃO NASAL

Para que o maxilar se desenvolva corretamente é fundamental que a língua exerça força contra o palato para estimular o
seu desenvolvimento. Um artigo da Dra.
Cristina Silva.
Página 4

Página 3

Editorial

Vol. II, No. 2

GRUPO PROCLINIC INVESTE
NA MONTELLANO

Bernardo Montellano, diretor geral
da Montellano, desvenda-nos em entrevista que a grande novidade da
empresa para este ano é a junção com
o Grupo Proclinic, uma união natural e que trará muitos benefícios.
Página 5

American Academy of Dental Sleep Medicine

Susana Falardo Ramos nomeada
vice‑presidente do comité científico da AADSM
Por: Dental Tribune Portugal

Susana Falardo Ramos foi nomeada vice-presidente do comité científico da academia norte-americana American Academy of Dental Sleep Medicine (AADSM). A médica dentista refere que está “grata e imensamente feliz pela nomeação” e que tem como objetivo, para este cargo, “promover criteriosamente a qualidade em investigação e divulgar a medicina dentária na sua interligação
multidisciplinar com as diferentes áreas médicas”.
Por Ricardo Flaminio, diretor
Quem é Susana Falardo Ramos?

Nasci no Montijo há 51 anos, local onde
estudei até ingressar no ensino superior.
Frequentei o Instituto Superior de
Ciências da Saúde Egas Moniz de 1990 a
1996, tendo concluído a licenciatura em
Medina Dentária. Fui Assistente de
Ortodontia na mesma instituição, durante aproximadamente oito anos. Em
2015, terminei o doutoramento europeu
com “Sobressaliente Cum Laude” na
Faculdade
de
Odontologia
da
Universidade Complutense de Madrid,
na área da Preventiva, Odontopediatria
e Ortodontia, dedicando-me exclusivamente a estas áreas, na prática clínica.
Dedica-se em especial à medicina dentária
do sono. O que a motivou a procurar a especialização nesta área?

Em 2013 estava em Madrid a terminar o
doutoramento e frequentei um curso clínico de avanço mandibular para o tratamento da apneia do sono, no Centro
Europeu de Ortodontia. Mas o verdadeiro “trigger” aconteceu quando, na
clínica, faço uma consulta de screening
de apneia a um paciente, que veio a confirmar o diagnóstico de apneia severa
com 60 eventos/h, o qual encaminhei
para o SNS. Infelizmente, após dois anos
de espera por uma consulta e iniciação
de terapia com CPAP, este paciente veio a
falecer de enfarte de miocárdio. A partir
daqui procurei formação na área da medicina do sono e depois direcionei o conhecimento para a interligação com a
medicina dentária. Saí do país para estudar, primeiro na Bélgica, no Hospital
Universitário de Antuérpia, e mais tarde
em Chicago, onde frequentei presencialmente, durante um ano e meio, o Mastery
on Dental Sleep Medicine. Passei pela
Harvard Medical School, para frequentar
o curso de Distúrbios Respiratórios do
Sono e pela Tuft’s University para con-

Na segunda edição publicada este ano
destacamos a nomeação de Susana
Falardo Ramos para vice-presidente do
comité científico da American Academy
of Dental Sleep Medicine (AADSM). A médica dentista irá certamente representar
muito bem o nosso país na academia
norte-americana que se dedica a promover a medicina dentária do sono. A
médica dentista refere que está “grata e
imensamente feliz pela nomeação” e que
tem como objetivo, para este cargo, “promover criteriosamente a qualidade em
investigação e divulgar a medicina dentária na sua interligação multidisciplinar
com as diferentes áreas médicas”.
Mostramos também o encontro promovido pela Dentral, uma empresa que ajuda
o médico dentista no seu dia a dia e na
gestão da sua clínica. Liderada por Carlos
Diniz e Dario Bastos Viegas, trata-se de
“uma estrutura centralizada, organizada
e profissional de negociação para as clínicas independentes, decisiva para a sua
competitividade num mercado cada vez
mais concorrencial”.
Neste número pode ler ainda uma série
de outras notícias relacionadas com a
medicina dentária, uma área que conta
com quase 14.000 profissionais preparados para atuar em Portugal.
Mais, a pandemia de Covid-19 causou
fadiga, frustração e exaustão emocional entre os profissionais de saúde, a
grande conclusão do novo relatório
divulgado pela Organização Mundial
da Saúde e pela Aliança Mundial das
Profissões da Saúde. O estudo mediu o
impacto da Covid-19 em fatores como
saúde, bem-estar, disponibilidade e
condições de trabalho dos profissionais da medicina dentária.
Por fim, esteja atento ao nosso site; brevemente, vamos publicar informação
que surpreenderá os nossos leitores.

Dra. Susana Falardo Ramos: “Nesta área ou em qualquer área médica a investigação é primordial!”

cluir a Mini-residência em Sono
Pediátrico. Fiz o exame de Board das
duas academias, a europeia e a americana, de Medicina Dentária do Sono.
Foi nomeada em abril vice-presidente do
Comité Científico da Academia Americana
de Medicina Dentária do Sono. Como se deu
essa nomeação e que significado tem para si?

Desde que conclui, em 2020, o exame especialista internacional pelo American Board
of Dental Sleep Medicine, fui convidada a
ingressar no comité científico da academia
americana. Desde então tenho vindo a desenvolver colaboração na área da avaliação de investigação, atribuição de fundos e
elaboração de conteúdos programáticos
científicos para webinars, congressos e
cooperação com a Academia Americana de

Medicina Dentária de Sono. Este ano, que
seria o meu último ano na academia, recebo a honrosa nomeação pelo presidente
da Academia Americana e Board of
Directors para ficar mais um ano, como vice-presidente do comité científico.
Estou obviamente grata e imensamente
feliz pela nomeação como médica dentista, mulher e portuguesa!
Ao certo que funções vai desempenhar?

Estará a meu cargo a coordenação dos vários membros que constituem o comité, a
elaboração de critérios para aprovação de
fundos à investigação, atribuição do prémio anual de investigação e de personalidade do ano, assim como a aprovação de
conteúdos científicos, submissão de abstracts para o congresso e webinars.

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DESTAQUE

Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

IMPRINT
INTERNATIONAL
HEADQUARTERS
PUBLISHER AND CHIEF EXECUTIVE OFFICER:
Torsten OEMUS
CHIEF CONTENT OFFICER:
Claudia Duschek

“A medicina dentária em
Portugal acompanha o que
melhor se faz lá fora!”

DENTAL TRIBUNE INTERNATIONAL GMBH
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Dra. Susana Falardo Ramos

Quais os objetivos que tem para este cargo?

Tenho como objetivo principal promover
criteriosamente a qualidade em investigação e divulgar a medicina dentária na
sua interligação multidisciplinar com as
diferentes áreas médicas. É fundamental
a existência de um vocabulário comum
às diferentes áreas médicas que estão
envolvidas na medicina do sono.
Como se encontra a medicina dentária do
sono em Portugal? Que avanços têm sido
feitos?

A medicina dentária do sono em Portugal
está a dar os primeiros passos, mas devidamente integrada em equipas multidisciplinares.
A Ordem dos Médicos
Dentistas já reconheceu a medicina dentária do sono, entre outras, como competência setorial à semelhança da Ordem
dos Médicos e, neste momento, elabora
as condições gerais e específicas de
acesso às diferentes competências.

sono, pelas mais distintas vertentes,
tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, das famílias e o bem-estar de toda uma comunidade. O controlo ou a eliminação das
mais diversas comorbilidades está largamente direcionada com as mais diversas técnicas terapêuticas e, como
tal, é fundamental investigar a eficácia
e eficiência das terapias aplicadas.
Como descreve a medicina dentária que
se pratica em Portugal em relação ao
estrangeiro?

A medicina dentária acompanha o que
melhor se faz lá fora! É necessário
abandonar preconceitos, dogmas e
teorias de que são menos que os outros. O melhor exemplo que posso dar
são os colegas, que nas mais diversas
áreas médico dentárias, são referências mundiais.

Qual a importância da investigação nesta
área da medicina dentária?

Quais são as suas maiores preocupações em relação à medicina dentária em
Portugal?

Nesta área ou em qualquer área médica a
investigação é primordial! A medicina do

Preocupa-me a não valorização e a não
dignificação da medicina dentária!

A Dra. Susana Falardo Ramos, médica dentista com doutoramento europeu “Cum Laude” pela Faculdade
de Odontologia da Universidade
Complutense de Madrid, tem dedicado os últimos anos ao estudo e
conhecimento da medicina do sono
e da medicina dentária do sono. É
mestre em Terapia Miofuncional e
Orofacial pelo ISEP – Madrid, pós-graduada em Cronobiologia e Medicina
do Sono pela E.S. Saúde do Vale do
Ave e concluiu o Mastery em Medicina
Dentária do Sono, pela Academia
Americana de Medicina Dentária
do Sono (AADSM) em Chicago,
Estados Unidos. É Board Diplomate,
Especialista Europeia e Internacional
em Medicina Dentária do Sono por
ambas as academias, norte-americana e europeia. É presidente da
European Academy of Dental Sleep
Medicine (EADSM) e, este ano, tornou-se vice-presidente do comité
científico da AADSM.

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Dental Tribune Edição Portuguesa
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Sede do editor, da redação e do impressor: Pr. Mouzinho de
Albuquerque, nº 113 - 5º andar • 4100-359 Porto, Portugal •
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Editora: Fátima Amaral Ferreira (CJ 5830 A/FIJ P1634)
Jornalistas: Daniela Monteiro (CJ 8249) e Paulo Sá Ferreira
(CJ 8253)
Design e Paginação: Hugo Sousa
Assinaturas: Marta Campos • marta.campos@codigopro.pt
Publicidade: Carlos Silva • carlos.silva@codigopro.pt
Web: www.pt.dental-tribune.com
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 4000 exemplares
Estatuto Editorial: codigopro.pt/DentalTribune-estatuto-edit

Sumário

American Academy of Dental Sleep Medicine

Odontopediatria

Bernardo Montellano

Susana Falardo Ramos nomeada vice‑presidente do comité científico da
AADSM................................................ 01

Importância da respiração nasal no desenvolvimento dentário e craniofacial.04

Grupo Proclinic investe na Montellano ... 06

European Academy of Ceramic Implantology

João Caramês nomeado embaixador da
EACim................................................. 03

Prótese dentária
University College London e Universidade de São
Paulo

Combinação de fatores genéticos e ambientais conduz ao desenvolvimento de
fendas lábio-palatinas ...................... 05

Eduardo Pinto

Grupo OralMed Saúde reforça liderança e projeta faturar 85 milhões de euros
em 2023..........................................03

H3D procura “aliviar escassez de técnicos
de prótese” com AI CAD.................... 06
OMS e WHPA

Novo relatório revela impacto da
Covid-19 nos profissionais de saúde.07

Align Technology apoia Operation Smile desde
2013

Universidade da Finlândia Oriental

Operation Smile corrige sorrisos de crianças com fenda lábio-palatina............ 05

Estudo revela que música ambiente reduz
stress e melhora desempenho ........... 07

Braga A Sorrir

Eurostat

Há oito anos a mudar a vida das pessoas..............................................05

Vendas online continuam a crescer na
União Europeia.................................. 08

Carlos Diniz e Dario Bastos Martins

Dentral promove encontro com associados.............................................04

DIGA-NOS O QUE PENSA!
Tem comentários gerais ou críticas que gostaria de partilhar?
Existe algum tópico específico sobre o qual gostaria de ver artigos
no Dental Tribune? Informe-nos
enviando um e-mail para ricardoflaminio@codigopro.pt.
Estamos ansiosos para receber as
suas contribuições!

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PORTUGAL

Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

European Academy of Ceramic Implantology

João Caramês nomeado embaixador da EACim

©Dental Tribune Portugal

Por: Dental Tribune Portugal

Dr. João Caramês, diretor da FMDUL

O diretor da Faculdade de Medicina
Dentária de Lisboa (FMDUL) foi nomeado membro da comissão científica da European Academy of Ceramic
Implantology (EACim) e embaixador
para Portugal desta academia. Para a
FMDUL, a escolha “reflete anos de trabalho dedicados à investigação em
medicina dentária e mais especificamente na inovadora área da implantologia cerâmica”.
“Os implantes cerâmicos em zircónia estão entre as mais recentes inovações na
implantologia contemporânea. Recentes
estudos científicos revelam que, em contacto com a zircónia, ocorre uma regeneração óssea e gengival comparável aos
implantes de titânio, proporcionando restaurações duráveis e previsíveis”, explica a
EACim no seu website.

A European Academy of Ceramic
Implantology é uma sociedade científica independente, que “procura educar com o objetivo de sensibilizar os
profissionais de saúde para a utilização de materiais biocompatíveis, como
a cerâmica na implantologia dentária”.
Enquanto sociedade independente,
o maior objetivo é pesquisar e inovar
com base científica, produzindo desta
forma uma extensão significativa do
seu espetro de ação comparativamente aos implantes de titânio.
Com a experiência adquirida ao longo
de anos de prática clínica, mas também de investigação científica, João
Caramês integra agora este núcleo “que
sem dúvida traz inúmeras vantagens
para a medicina dentária portuguesa”,
afirma a FMDUL em comunicado.

Eduardo Pinto

Grupo OralMed Saúde reforça liderança e projeta faturar 85 milhões
de euros em 2023
Por: Dental Tribune Portugal

Contem-nos a história da OralMED…

O Grupo OralMED Saúde nasceu em 2009. E
surgiu devido ao estado da saúde oral em
Portugal. Se hoje ainda é um dos países da
União Europeia com maiores carências de
saúde oral, imagine há 13 anos. A saúde
oral dos portugueses não era o que devia
ser. E a população não tinha alternativas
para mudar essa situação. Era preciso
transformar a medicina dentária em
Portugal. Existiam milhões de portugueses
a precisar de ajuda e que, por circunstâncias da vida, não conseguiam ter acesso aos
tratamentos de que precisavam. Como é
que se ignora essa realidade? Era preciso
mudar. Foi deste enquadramento, desta
necessidade, que surgiu a nossa visão de
que a saúde oral não pode ser um luxo. Mas,
sim, um direito de todos. Sempre foi esse o
nosso propósito: democratizar a medicina
dentária. Porque, repare, não falamos de
bens superficiais ou acessórios: falamos de
saúde. Falamos de tratamentos que melhoram a qualidade de vida e o bem-estar das
pessoas. E que têm de estar ao alcance de
todos. Se a medicina dentária evoluir e continuar a ser um luxo ao alcance de poucos,
então de que serve essa evolução? Em 2010
abrimos a nossa primeira clínica no Barreiro
com a missão de transformar o paradigma
do setor no país. E, hoje, já contamos com
mais de 60 clínicas próprias em funciona-

mento. E já tratámos mais de 700 mil
pacientes.
Neste momento, contam com clínicas espalhadas por todo o país. A internacionalização
faz parte das vossas ambições?

Não. Enquanto não concretizarmos a
nossa visão, enquanto existirem portugueses que não podem viver com uma saúde
oral plena, sem conseguir aceder a serviços de medicina dentária de qualidade,
não faz sentido para nós chegar além-fronteiras. Democratizar o acesso à medicina
dentária em todo o país é o que nos move.
Não queremos ajudar apenas uma cidade
ou região: queremos que todos os portugueses tenham acesso aos melhores tratamentos. É por isso que já temos mais de 60
clínicas próprias. Todas em território nacional. Cada vez que expandimos o grupo,
ficamos mais próximos de quem necessita.
Mas, infelizmente, os dados que nos vão
chegando de fontes como o Eurostat ou a
Ordem dos Médicos Dentistas mostram-nos que ainda existem muitas carências
por satisfazer. Por tudo isto, temos o foco
de continuar a reforçar a nossa posição de
liderança em Portugal. E temos um plano
de expansão para executar nos próximos
cinco anos que nos fará chegar a um número total de 120 unidades clínicas.
Que balanço fazem dos anos 2021 e 2022 em
termos de volume de negócio?

Nos últimos dois anos crescemos uma
média de 25% ao ano. E foram anos em
que, apesar do contexto, registámos um
aumento de novos pacientes. E conseguimos retomar a nossa estratégia de expansão, depois da interrupção provocada pela
pandemia. No início de 2021 adquirimos o
Grupo Médico dos Dentes. E em 2022 conseguimos manter e consolidar a nossa posição enquanto maior grupo português do
setor, constituído por diferentes sociedades detidas pelo grupo, com um volume de
negócio total de 71 milhões de euros.

©OralMed

Foi o que nos disse o administrador do
Grupo OralMed Saúde, em entrevista.
Eduardo Pinto salientou que nos últimos
dois anos cresceram uma média de 25% ao
ano. “Foram anos em que, apesar do contexto de pandemia, registámos um aumento de novos pacientes e conseguimos
retomar a nossa estratégia de expansão. E,
em 2022, conseguimos manter e consolidar a nossa posição enquanto maior grupo
português do setor”. Para 2023, revela-nos
que o objetivo é “continuar a fazer chegar
serviços de medicina dentária de qualidade
a cada vez mais portugueses”.

Eduardo Pinto, administrador do Grupo OralMed Saúde

E, para 2023, quais são os vossos objetivos a
este respeito?

Que mensagem gostariam de deixar a todos
os médicos dentistas?

Queremos continuar a fazer chegar serviços de medicina dentária de qualidade a
cada vez mais portugueses. E a contribuir
para transformar a saúde oral em Portugal.
Para isso, vamos manter a estratégia do último ano. Reforçando a nossa liderança
com 10 novas clínicas. E com investimento
nas nossas áreas complementares, nomeadamente nos nossos laboratórios. Em
2023, perspetivamos um aumento no volume de negócios de 20% face ao ano anterior. Prevendo atingir os 85 milhões de
euros.

Não há saúde oral sem médicos dentistas.
E Portugal precisa deles. Ter o maior
corpo clínico do país significa que os médicos dentistas se identificam com a visão
e a missão do Grupo OralMED Saúde. E
que se sentem bem connosco, que gostam de evoluir profissionalmente connosco. Creio que só é possível ter o maior
corpo clínico do país quando se está disponível para retribuir a todos os níveis.
Disponibilizando as melhores condições
de trabalho, aceitando os protocolos de
tratamento mais generosos para o paciente, remunerando os profissionais
acima do valor de mercado. E estar permanentemente a disponibilizar cursos e
formações, internas e externas, que, para
nós, é natural que sejam financiadas pelo
grupo. Queremos que os médicos dentistas saibam que nas nossas clínicas vão encontrar crescimento e reconhecimento. É
algo que fazemos desde sempre e que
vamos continuar a fazer. Todos os nossos
médicos dentistas entram no grupo com
um plano de carreira bem definido e são
reconhecidos pelo seu empenho e dedicação. Só assim é que faz sentido.

Em 2029 celebram 20 anos. Como imaginam o
grupo OralMED daqui a outros 20 anos?

Em 2029 esperamos estar mais perto de
concretizar a nossa visão. Esperamos continuar a contribuir para uma medicina dentária mais inclusiva e acessível em Portugal.
E continuar a derrubar as barreiras que
afastam os portugueses de viver com uma
saúde oral plena. Enquanto existir uma localidade no país com carências ao nível
dos cuidados de medicina dentária, cá estaremos para corrigir essa situação.

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PORTUGAL

Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

Carlos Diniz e Dario Bastos Martins

Dentral promove encontro com associados
Por: Dental Tribune Portugal

Qual foi o principal objetivo do evento?

O principal objetivo era muito simples:
estarmos juntos! Ou seja, pretendíamos
promover a interação e o debate sobre as
grandes tendências do setor de saúde
dentária. A Dentral é o resultado da vontade das clínicas, por esse facto é fundamental que haja um fortalecimento do
relacionamento entre todos, proporcionando um ambiente propício para discutir os temas diários de cada uma das clínicas. Tínhamos, ainda, a ambição de partilhar a estratégia e visão da Dentral
sobre o futuro do setor e recolher contribuições, pois a nossa abordagem é totalmente colaborativa em prol do desenvolvimento de cada uma das clínicas.
Do que foi abordado que destaques fazem?

Durante os eventos, abordámos essencialmente a realidade do mercado das clínicas dentárias em Portugal, do futuro do
setor e de como, juntos, podemos contribuir para sustentabilidade económico-financeira das clínicas independentes num
contexto de evolução do mercado, assim
como para outras experiências de negociação centralizada no mercado da
saúde, em particular o setor das farmácias que muito nos pode ajudar numa lógica de benchmark de modelo a replicar
no setor dentário. Contámos, ainda, com
a presença especial de Miguel Muñoz
Duarte, professor de Empreendedorismo
e Inovação na Nova School of Business &
Economics e no ISCTE - Business School,
onde juntos explorámos as macrotendências da área da saúde e conhecemos
exemplos internacionais do setor. Por
fim, partilhámos a estratégia da Dentral e

dedicámo-nos a ouvir os valiosos contributos e sugestões das clínicas.
Em resumo, julgamos que foram duas sessões em que destacamos a troca de conhecimentos e experiências, visando impulsionar o progresso e a inovação no setor.
Falando agora sobre a Dentral, que balanço
fazem desde que iniciaram este projeto?

Estamos extremamente satisfeitos. Tal
como transmitimos, a Dentral será o que
as clínicas quiserem que seja.
Acreditamos, desde o início do projeto,
que uma estrutura centralizada, organizada e profissional de negociação para as
clínicas independentes é decisiva para a
sua competitividade num mercado cada
vez mais concorrencial. Não tivemos,
nem teremos, nenhuma postura agressiva de angariação de clínicas. Queremos
que seja um processo natural de consciencialização de cada um, o que temos
observado é um crescimento consistente
e uma resposta muito positiva por parte
das clínicas, o que é revelador do nível de
maturidade das mesmas. Sabemos que é
um modelo revolucionário que agrega diversos serviços, que os disponibiliza de
forma a passar o maior benefício económico para cada uma das clínicas e que estamos a preencher uma lacuna no mercado que proporciona acesso a um nível
de experiência extremamente especializado, que levará à otimização de processos, redução de custos e maior eficiência
operacional. Os resultados indicam que
estamos no caminho certo, continuamos
muito confiantes.
Como tem sido o feedback por parte das clínicas que se juntaram à Dentral?

Honestamente, o feedback das cerca de
70 clínicas associadas à Dentral tem sido
extremamente positivo, o que aumenta
significativamente o nosso nível de responsabilidade. A expectativa e exigência
são enormes, sobretudo numa área em
que está praticamente tudo por fazer. A
nossa maior dificuldade, nesta fase, é
conseguir priorizar as constantes sugestões das clínicas que se associaram.
Genericamente, reconhecem os benefícios de fazer parte de uma rede e mostram entusiasmo em aproveitar os serviços integrados que oferecemos. Diríamos

©Dental Tribune Portugal

Nos passados dias 16 e 17 de maio, a Dentral realizou um executive breakfast para
os associados, no Porto e em Lisboa, com
o intuito de “debater sobre as grandes
tendências do setor de saúde dentária”.
De acordo com os fundadores, Carlos Diniz e Dario Bastos Martins, “a Dentral é
o resultado da vontade das clínicas, por
esse facto é fundamental que haja um fortalecimento do relacionamento entre todos, proporcionando um ambiente propício para discutir os temas diários de cada
uma das clínicas”.

Da esquerda para a direita: Dario Bastos Martins e Carlos Diniz

que as clínicas que mais utilizam as ferramentas já experimentam melhorias significativas na sua operação, em particular na área do financiamento, contribuindo para um aumento da satisfação
dos pacientes. Estamos, e continuamos,
extremamente motivados em continuar
a perseguir a excelência e o sucesso das
clínicas associadas, ainda que conscientes que é um caminho que faremos em
conjunto com as mesmas.
E, em relação ao futuro, quais são as
ambições?

É um lugar-comum afirmarmos que as
ambições futuras serão a expansão,
ainda mais, da nossa rede de clínicas associadas, pois assim permitirá fortalecer parcerias estratégicas e continuar a

melhorar a competitividade da nossa
oferta de serviços. A médio-longo prazo,
queremos ser reconhecidos como um
parceiro de referência no setor de saúde
dentária, impulsionando a inovação,
promovendo o desenvolvimento e sustentabilidade
económico-financeira
através das nossas soluções generalizadas e através das soluções personalizadas para as clínicas. Nesta fase, estamos
totalmente comprometidos em garantir
a maximização de utilização das nossas
ferramentas atuais, concluir os desenvolvimentos para que possamos continuar a privilegiar os que confiam na
Dentral, desta forma temos a certeza
que estamos a contribuir para o nosso
crescimento sustentável, contribuindo
para o sucesso das clínicas.

Odontopediatria

Importância da respiração nasal no desenvolvimento dentário e craniofacial
Por: Dra. Cristina Cardoso Silva, médica dentista

Numa situação fisiológica, o ser humano deve respirar
unicamente pelo nariz, desde o nascimento. Só assim
conseguirá um bom desenvolvimento craniofacial e da
oclusão dentária. Quando a criança não tem permeabilidade suficiente das vias aéreas superiores e a respiração
é efetuada pela boca, a língua adota uma posição de repouso baixa, em vez da posição correta que deverá ser
encostada ao palato. Para que o maxilar se desenvolva
corretamente é fundamental que a língua exerça força
contra o palato para estimular o seu desenvolvimento. Crianças que respiram pela boca vão desenvolver
um palato alto e estreito, frequentemente associado a
uma projeção dos incisivos superiores. Adicionalmente
estas crianças não conseguem ter um sono reparador,

apresentando-se mais sonolentas durante o dia, com
dificuldade de concentração e olheiras bem demarcadas na face, sendo tendencialmente crianças mais
agitadas. O tratamento destas crianças implica o
atendimento por uma equipa multidisciplinar onde
intervêm o Odontopediatra, o Otorrino, o Terapeuta
da fala, entre outros.
Quando a permeabilidade das vias aéreas é restabelecida torna-se fundamental reeducar o hábito de respiração nasal e posicionamento lingual em repouso e ao
engolir. Este tratamento funcional permite estimular
um correto desenvolvimento das arcadas dentárias,
facilitando e corrigindo o posicionamento dentário,
evitando muitas vezes a necessidade de tratamento

ortodôntico ou, pelo menos, diminuindo a sua complexidade e evitando recidivas a longo prazo. Tem também um papel fundamental na prevenção da apneia
obstrutiva do sono.
Se o seu filho está permanentemente com a boca entreaberta, não consegue mastigar de boca fechada, dorme de
boca aberta ou ressona, consulte um Odontopediatra!
A Dra. Cristina Cardoso Silva, para além de médica dentista na Manuel Neves - Clínica de Medicina
Dentária, Lda., é professora de Odontopediatria na
Universidade Fernando Pessoa

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Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

05

SOCIEDADE

University College London e Universidade de São Paulo

Combinação de fatores genéticos e ambientais conduz ao desenvolvimento de
fendas lábio-palatinas
Por: Dental Tribune International

Um novo estudo, realizado por investigadores da University College London e da
Universidade de São Paulo, revelou como
uma combinação de fatores genéticos e ambientais conduz à formação de malformações craniofaciais do lábio leporino ou do
palato num feto em desenvolvimento. Os
investigadores esperam que as suas descobertas conduzam a estratégias de prevenção
da doença nos cuidados pré-natais.
O Dental Tribune International noticiou
em 2019 que investigadores na Alemanha
e nos EUA tinham identificado um mecanismo genético que desencadeia o
desenvolvimento de fendas labiais ou
palatinas. Acreditava-se que as interações gene-ambiente contribuíam para
a ocorrência da doença e a investigação
mais recente mostra que esta resulta de
uma combinação de mutações no gene

E-caderina e de fatores de risco ambientais experimentados durante a gravidez.
Roberto Mayor, autor sénior do estudo e
professor de neurobiologia do desenvolvimento e celular na University College
London, comentou num comunicado de
imprensa: “Há já algum tempo que se
sabe que existe uma componente genética na fenda labial e que alguns fatores
ambientais, como o tabagismo, o stress,
as infeções e a má nutrição durante a gravidez, podem também aumentar o risco
de fenda labial. Aqui, pela primeira vez,
mostrámos como estes dois fatores funcionam em conjunto e porque é que tanto os fatores de risco genéticos como os
ambientais são necessários para que uma
criança nasça com fenda labial”.
Os investigadores estudaram famílias
com a mutação genética e observaram

que nem todos os portadores da mesma
desenvolvem fenda labial ou palatina.
Utilizaram a mutação para gerar malformações semelhantes em ratos e sapos e
observaram que tal só ocorreu em animais
que foram adicionalmente expostos a fatores ambientais inflamatórios. Segundo um
comunicado de imprensa da University
College London, foram observados efeitos
semelhantes em células estaminais humanas com a mutação e a inflamação.
“O nosso estudo é o primeiro a demonstrar em pormenor como os fatores genéticos e ambientais se combinam para causar uma malformação congénita, sendo
também um exemplo notável de epigenética, uma vez que os fatores ambientais influenciam a expressão de um gene”,
elucidou Lucas Alvizi, primeiro autor do
estudo e investigador do Departamento

de Biologia Celular e do Desenvolvimento
da University College London.
Roberto Mayor salientou ainda que os resultados podem conduzir a estratégias
preventivas para a fenda labial ou palatina.
E acrescentou: “O teste para esta mutação
poderia ser uma parte simples dos cuidados pré-natais, de modo a que, se alguém
for portador da mutação, seja aconselhado a tomar medidas para reduzir o risco de
inflamação que poderia combinar-se com
o fator genético para resultar numa fenda
labial. Para além de visar fatores como o
tabagismo, a prescrição de medicamentos
anti-inflamatórios também pode ajudar as
mulheres grávidas em risco”.
O estudo, intitulado "Neural crest E-cadherin loss drives cleft
lip/palate by epigenetic modulation via pro-inflammatory
gene-environment interaction", foi publicado online a 24 de
maio de 2023 na Nature Communications.

Align Technology apoia Operation Smile desde 2013

Operation Smile corrige sorrisos de crianças com fenda lábio-palatina
Por: Dental Tribune Portugal

Desde 2013 que a Align Technology tem
apoiado a Operation Smile, uma organização médica internacional sem fins lucrativos
que tem proporcionado centenas de milhares de cirurgias gratuitas a pessoas nascidas
com fendas lábio-palatinas em países de
baixo e médio rendimento. Os cuidados das
fendas lábio-palatinas são prestados por
mais de seis mil voluntários e a organização
opera em mais de 30 países como o Brasil,
República Dominicana, Etiópia ou Vietname.
Além das cirurgias, a organização médica disponibiliza apoio em várias áreas como nutrição - os terapeutas ensinam aos pais técnicas

de alimentação para os seus bebés, porque
as crianças com fissuras muitas vezes não se
conseguem alimentar corretamente e podem
ficar malnutridas; terapia da fala, uma vez que
a fenda lábio-palatina cria dificuldades à fala;
cuidados de saúde oral, com médicos dentistas que criam procedimentos especializados e
desenvolvem dispositivos que melhoram os
resultados cirúrgicos dos pacientes e a saúde
em geral; apoio psicológico, disponibilizado
por psicólogos certificados que apoiam os pacientes e as suas famílias durante todo o seu
tratamento; cuidados ortodônticos, cruciais
para um desenvolvimento oral saudável dos
pacientes e para o desenvolvimento da sua

confiança. “É extraordinário testemunhar o
impacto do trabalho da Operation Smile. Não
só nas próprias crianças, mas também nos
seus familiares, nos seus amigos e nos seus vizinhos. As crianças que antes eram intimidadas e excluídas pelos seus pares, estão agora
a desenvolver-se, frequentam a escola e estão integradas na comunidade. Estamos orgulhosos do apoio que recebemos da Align
Technology durante estes anos, uma vez que
isso permitiu-nos fazer mais e proporcionar
o acesso a cuidados a ainda mais crianças,
às suas famílias e às suas comunidades", referiu Maria Moore, presidente do conselho de
administração da Operation Smile no Reino

Unido. Juan Manuel Frade, diretor geral da
Align Technology para Portugal e Espanha, comentou: “Estamos muito orgulhosos da nossa parceria com a Operation Smile e por ajudar mais pessoas em todo o mundo a sorrir. A
Operation Smile preconiza um futuro onde a
saúde e a dignidade são melhoradas através
de cirurgias seguras, uma missão em consonância com a nossa: transformar sorrisos e
mudar vidas”.
A Align Technology já doou mais de 2,5 milhões de dólares, permitindo à organização
proporcionar cirurgias e cuidados de saúde
oral a centenas de milhares de pacientes nos
países mais vulneráveis no mundo.

Braga A Sorrir

Há oito anos a mudar a vida das pessoas
O “Braga A Sorrir”, um projeto que presta
cuidados de saúde oral e acompanhamento
psicossocial a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconómica do concelho
de Braga, já beneficiou 2.981 pessoas desde
2015. Em oito anos de história realizaram-se 76.384 tratamentos dentários e colocaram-se 2.677 próteses dentárias.
“O projeto Braga A Sorrir não é apenas
uma clínica dentária, mas sim uma resposta multidisciplinar que devolve o sorriso e
a vontade de viver aos bracarenses. A reabilitação oral tem um forte impacto social
nas suas vidas, ao nível da melhoria da autoestima e da qualidade de vida. Os nossos
beneficiários recuperam a força de viver e
a vontade de conquistar os sonhos que já
tinham deixado de lado. São frequentes
os casos de pessoas que conseguem arranjar novos empregos depois de participarem no Braga A Sorrir”, afirmou Mariana
Dolores, presidente da Mundo A Sorrir.
“Casei com 17 anos e sofri desde cedo de
violência doméstica. Quando não consegui mais, separei-me e aí começaram os
problemas financeiros. Não tinha recursos

para nada, muito menos para tratar dos
dentes. Sentia dificuldades a comer, não
conseguia falar e evitava sorrir”, partilhou
Rosa Soares, uma das beneficiárias do
projeto. A utente acrescentou: “Tinha muita vergonha do meu aspeto e da minha situação. Foi com o apoio do projeto que recuperei a vontade de sorrir, voltei a querer
cantar e a minha vida mudou!”
Em oito anos de história realizaram-se
76.384 tratamentos dentários e colocaram-se 2.677 próteses dentárias, tendo
contribuído para a melhoria da qualidade
de vida dos beneficiários e potenciado a
sua inclusão social, mas também, a reintegração no mercado de trabalho.
Glorete Malta encontra-se desempregada.
Os seus problemas financeiros impossibilitaram-na de ir ao médico dentista, acabando por prejudicar a sua saúde oral e autoestima: “Tinha muita vergonha da minha
imagem, não sorria e evitava conversar com
as pessoas”, contou a beneficiária do projeto Braga A Sorrir. A mulher de 41 anos integrou esta resposta social com o objetivo
de melhorar o seu estado de saúde oral e

© Mundo A Sorrir

Por: Dental Tribune Portugal

“O projeto Braga A Sorrir não é apenas uma clínica dentária, mas sim uma resposta multidisciplinar”

reorganizar a sua vida. “Pretendo terminar
a minha formação profissional de auxiliar
de ação médica, arranjar um emprego e dar
uma volta à minha vida”, referiu.
“É um trabalho muito reconhecido localmente e, de facto, tem mudado a vida de

muitas pessoas. As transformações mais
visíveis são na autoestima e na valorização
pessoal, bem como em questões práticas,
como na melhoria no ato de comer, falar e
sorrir”, afirmou a coordenadora técnica do
Braga A Sorrir, Elsa Antunes.

[6] =>

INDÚSTRIA

Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

Bernardo Montellano

Grupo Proclinic investe na Montellano
Bernardo Montellano, diretor geral da
Montellano, desvenda-nos em entrevista
que a grande novidade da empresa para
este ano é a junção com o Grupo Proclinic, uma união natural e que trará muitos
benefícios.
Como está atualmente a Montellano?

Eu diria, de uma forma resumida, que a
Montellano é hoje uma empresa muito
saudável e dinâmica. Ao longo destes 50
anos tivemos o cuidado (eu só nos últimos cinco, os restantes são mérito do
meu avô e do meu pai) de dar passos pequenos e bem refletidos e de nunca querer crescer mais rápido do que aquilo que
podíamos. Tivemos sempre uma visão a
longo prazo, de estar no mercado durante muito tempo e de poder acrescentar valor. Isso permitiu-nos, sobretudo,
crescer de uma forma muito saudável e
orgânica, pouco a pouco, e chegar até à
liderança do mercado onde estamos
hoje. A nível financeiro, isso dá-nos uma
grande tranquilidade, uma vez que a empresa não teve necessidade de recorrer a
grandes financiamentos para promover
o seu crescimento. Ao nível das pessoas,
que são sem dúvida um pilar fundamental da nossa estratégia, algumas estão cá
desde a fundação da empresa e todos os
anos vamos reforçando com algum sangue novo. Esta combinação tem sido um
dos nossos principais fatores de sucesso,
porque fortalece muito a nossa equipa,
da qual temos muito orgulho. Tudo isto
permitiu que a Montellano, nos últimos
cinco anos, crescesse mais de 50% e que
consolidasse a sua liderança no mercado, tanto na área de equipamento,
como na de consumo.
Anunciaram recentemente que o Grupo
Proclinic investiu na Montellano. Como surgiu essa oportunidade?

Foi uma coisa natural. Não era algo que
estivesse nos nossos planos, nem a curto
nem a médio prazo, mas estamos atentos
ao mercado e, quando em 2021, o Grupo

Proclinic, que já era um parceiro da
Montellano há 25 anos, foi adquirido parcialmente por um fundo de investimento,
sabíamos que era uma possibilidade que
viria a surgir. Em 2022, a Proclinic falou
connosco e apresentou-nos esta oportunidade e nós agarrámo-la. A partir daí tivemos um conjunto de negociações, em
que definimos tudo o que havia para definir e, felizmente, este namoro acabou
em casamento. Para nós foi a conclusão
de uma etapa e o início de outra com
muita satisfação. É importante dizer que,
ao longo deste tempo, o processo foi conduzido de forma muito positiva e com
muito respeito. A Montellano tem uma
parceria muito próxima com a Proclinic
há 25 anos, desde que iniciámos a venda
de consumíveis dentários e, por isso, sabíamos com quem estávamos a falar, tínhamos uma confiança muito grande
nestas pessoas e nesta empresa e,
quando a oportunidade surgiu, foi o caminho natural a seguir.
Em que se traduzirá esta união?

Iria resumir esta união em três pontos.
Em primeiro lugar, e muito importante,
esta união traduz-se num reforço de conhecimento para a Montellano.
Felizmente, temos pessoas que são espetaculares, com muita experiência
neste mercado, mas acredito que o conhecimento não ocupa espaço e podermos estar lado a lado com pessoas que
fizeram o seu percurso e atingiram a liderança do mercado espanhol, para nós
é ótimo. É uma oportunidade que temos
de aproveitar e acredito que, em conjunto, a soma do nosso conhecimento
com o deles vai dar um resultado muito
positivo. Em segundo lugar, a Montellano
dá um salto na dimensão. Passamos de
uma empresa nacional, de 45 colaboradores, para fazer parte de um grupo que
está presente em 32 países e que conta
com mais de 500 colaboradores. Essa dimensão é fundamental em vários aspetos, não só no posicionamento que

Por: Dental Tribune Portugal

Bernardo Montellano, diretor geral da Montellano

temos junto dos nossos fornecedores e
alguns fabricantes, mas também acreditamos que nos vai trazer muitos benefícios no processo de negociação e na
gestão do dia a dia com todos os nossos
stakeholders. Tudo irá refletir-se em
melhores condições que podemos disponibilizar ao mercado. Acreditamos
que com esta dimensão e capacidade,
vamos conseguir oferecer um melhor
serviço às clínicas e laboratórios em
Portugal, com condições muito competitivas. O output do conhecimento,
como da dimensão, só pode ser positivo.
Acrescentava um terceiro ponto: as soluções, que desde já conseguimos ter ao
nosso alcance e oferecer aos nossos
clientes em Portugal. Neste caso, o
Grupo Proclinic ao longo dos últimos
anos tem tido uma postura muito inovadora no mercado, tem investido muito
em novas ferramentas e soluções, que
agora, passando a integrar o grupo, podemos usufruir. São soluções que poderiam demorar anos a implementar e que
hoje passam a estar à nossa disposição.
Acreditamos que, com base nestes três
pontos (conhecimento, dimensão e so-

luções), vamos conseguir oferecer ao
mercado um melhor serviço no seu
todo, isto é, vamos estar mais presentes, oferecer mais soluções, e sempre de
uma forma mais competitiva, que com
os valores e as pessoas que temos, só
pode reforçar a confiança que o mercado tem na Montellano.
Que palavras gostaria de deixar?

A união com a Proclinic faz com que consigamos manter tudo o que nos caracteriza, as nossas pessoas, os nossos valores
e a nossa cultura. Continuamos muito
empenhados e muito dedicados neste
projeto - a Montellano - que surgiu há 50
anos com o meu avô e com o meu pai, desejando que continue a ter sucesso e a
estar presente no mercado. Queremos
dar continuidade a este legado com
muito empenho e motivação. A partir de
agora, teremos também um conjunto de
soluções e uma capacidade reforçada
para estarmos ainda mais presentes
junto dos nossos clientes. Nesse sentido,
a mensagem que deixo é que nos desafiem, que estamos cá para ser desafiados
e dar resposta.

Prótese dentária

H3D procura “aliviar escassez de técnicos de prótese” com AI CAD
Por: Dental Tribune International

A H3D, fornecedora líder de CAD assistido por inteligência artificial (AI CAD)
para a indústria de aparelhos auditivos,
anunciou que está a desenvolver soluções
personalizadas para laboratórios de prótese dentária. A entrada da H3D na medicina dentária é apoiada por parcerias
com fornecedores de soluções para laboratórios dentários, e tem como objetivo
“suprir a escassez de técnicos de CAD e
permitir que os laboratórios dentários expandam os seus negócios”.
A H3D nomeou a Modern Dental Pacific,
a Andent e a Ortodonzia Estense, como
fornecedores de soluções de laboratório. A empresa disse em comunicado que
se concentraria em laboratórios dentários em vez de clínicas e que colocaria forte ênfase na qualidade. De acordo

com a H3D, os laboratórios dentários têm
sido cada vez mais negligenciados como
consequência das empresas de CAD, que
priorizam soluções para clínicas e consultórios. “Os laboratórios são o padrão
de ouro em termos de níveis de qualidade e a nossa ambição é criar o melhor AI
CAD do mundo, portanto, a parceria com
estas empresas foi uma escolha natural
para nós”, comentou Damian Png, diretor da unidade de negócios de medicina
dentária da H3D.
A empresa com sede em Copenhaga
transmitiu que a sua oferta aos laboratórios de prótese dentária ajudará a resolver
a escassez de técnicos de CAD e permitirá
que os laboratórios de prótese expandam
os seus negócios. A H3D referiu ainda, em
comunicado, que este software pode per-

mitir que centenas de pedidos sejam processados em minutos e pode ser operado
por profissionais de laboratório que não
sejam técnicos de CAD.
“O AI CAD da H3D tem o potencial de ser
extremamente impactante para a nossa
indústria. Isso permitirá aumentar significativamente a produção e superar os
problemas de capacidade causados pela
escassez de técnicos de CAD. O AI CAD
também facilitará a transição de talas
termoformadas para digital, resultando
num produto de melhor qualidade para
dentistas e pacientes.”
Também Matt Smith, diretor geral da
Andent, afirma que “os projetos AI CAD da
H3D parecem muito promissores, com altos padrões de qualidade, tempos de resposta rápidos e preços competitivos”.

O AI CAD da H3D para talas dentárias será
lançado no terceiro trimestre de 2023, seguindo-se o CAD para coroas, próteses e
alinhadores. A empresa está atualmente
a aceitar manifestações de interesse para
o seu programa Innovators, que proporciona acesso antecipado ao produto AI
CAD, bem como preços com desconto.
A H3D espera repetir, na medicina dentária, o rápido sucesso que teve no mercado da audiologia. Desde a fundação,
em 2021 na Austrália, o fabricante de
dispositivos médicos personalizados
tornou-se um fornecedor líder de tecnologias de automação AI CAD para
grandes marcas de audiologia, como a
Sennheiser e a Amplifon.
Pode consultar o comunicado em: https://h3d.ai/dental-entry-announcement/?fbclid=IwAR108FEr0OtrotGBGBwDRGg7uwV8lKTRiksR3KvmJG6ikTElWve6a_IzII4

[7] =>

07

INVESTIGAÇÃO

Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

OMS e WHPA

Novo relatório revela impacto da Covid-19 nos profissionais de saúde
A pandemia de Covid-19 causou fadiga, frustração e
exaustão emocional entre os profissionais de saúde. Esta
é a grande conclusão do novo relatório divulgado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Aliança
Mundial das Profissões da Saúde (WHPA). O relatório
mediu o impacto da Covid-19 em fatores como saúde,
bem-estar, disponibilidade e condições de trabalho dos
profissionais da medicina dentária.
O relatório usou informações coletadas por associações
profissionais nacionais de organizações WHPA e foi realizado de 2020 a 2021. A investigação comparou as experiências de dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, médicos e fisioterapeutas e identificou cinco temas principais.
Os temas estavam relacionados com fatores ocupacionais e psicossociais, saídas temporárias ou permanentes do serviço e acesso e aceitação de vacinas contra a
Covid-19.
Foi relatado, por exemplo, que os profissionais de saúde
sentiram muito medo durante a pandemia devido à falta
de equipamentos de proteção individual, o que alimentou o medo de infeção. Verificou-se também que os profissionais de saúde se sentem profundamente desvalorizados. Essa desvalorização manifestou-se na ausência
de apoio sistemático durante a pandemia.
Outro tópico importante foi a vacinação e foi relatado
que o treino e as informações relacionadas à vacinação
precisavam de ser verificados para abordar a hesitação e
a rejeição à mesma entre os profissionais de saúde. Além
disso, o relatório chamou a atenção para a falta de apoio
à saúde mental e ao bem-estar psicossocial e destacou
que os profissionais de saúde sofreram uma enorme interrupção na aprendizagem durante a pandemia, uma
vez que muitas instituições educacionais foram fechadas
e as consultas clínicas foram adiadas ou canceladas.
Howard Catton, CEO do Conselho Internacional de
Enfermeiros e coautor do relatório, disse que os governos devem usar o relatório para apoiar o planeamento da
próxima emergência global de saúde e aliviar o fardo que
as equipas de saúde terão que carregar em futuras crises:
“Em todo o mundo, o baixo investimento anterior nos sistemas de saúde significou que eles falharam com os pro-

©Mufid Majnun em unsplash.com

Por: Dental Tribune International

A investigação comparou as experiências de dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, médicos e fisioterapeutas

fissionais de saúde e as equipas multidisciplinares, que
são a força vital, a própria essência dos nossos serviços de
saúde”, disse Catton num comunicado à imprensa.
E acrescentou: “Sabemos o que precisa de ser feito: o desafio é fazer acontecer. Um primeiro passo vital seria ter mais
profissionais de saúde nos cargos de liderança para combater a atual desconexão entre os decisores e os profissionais
de saúde na linha de frente. Precisamos que os governos

honrem a contribuição dos enfermeiros e outros profissionais de saúde durante uma pandemia, que elevem as posições onde possam influenciar mais diretamente as políticas
de saúde e garantam que nunca mais tenham que enfrentar uma pandemia mortal sem o cuidado, apoio e proteção
que merecem”, concluiu Howard Catton.
Pode
consultar
o
item/9789240070189

relatório

em:

https://www.who.int/publications/i/

Universidade da Finlândia Oriental

Estudo revela que música ambiente reduz stress e melhora desempenho
Um estudo piloto, realizado na Universidade da Finlândia Oriental, verificou que a utilização de música ambiente reduziu o stress dos estudantes de medicina dentária e melhorou o seu desempenho durante a formação
pré-clínica. Os resultados foram publicados no Journal
of Dental Education.
Ouvimos música em quase todos os sítios onde vamos.
A investigação sobre a música em vários ambientes tem
apoiado os seus efeitos positivos nas emoções e no bem-estar. As provas também sugerem que a música de fundo
pode promover o ensino e a aprendizagem e tem o potencial de aumentar a satisfação e a produtividade dos estudantes. No entanto, os dados sobre se a música ambiente
tem influência nos níveis de ansiedade dos estudantes de
prática pré-clínica de medicina dentária, ou se altera o seu
desempenho, são escassos ou inexistentes.
A aquisição de habilidades manuais e a competência processual é de vital importância na formação pré-clínica em
medicina dentária. Mesmo as aptidões dentárias básicas,
como a preparação e o polimento dos dentes, podem tornar-se difíceis nos novos ambientes cognitivamente exigentes em que os estudantes devem aprender a fazer a
triagem e atuar.
O presente estudo piloto prospetivo e transversal comparou o desempenho de 36 jovens estudantes de medicina
dentária de um curso de cariologia durante exercícios de
treino num laboratório de simulação sem música de fundo ou com música de fundo calma e de baixa intensidade.
O objetivo era determinar se a música tem impacto na an-

©Brian Tromp em unsplash.com

Por: Dental Tribune International

Este estudo piloto apoia a utilização de música ambiente na formação pré-clínica em cariologia

siedade, satisfação e desempenho dos estudantes de medicina dentária durante os exercícios.
As perceções dos estudantes foram objeto de um inquérito e foram efetuadas medições quantitativas, assistidas
por computador para analisar o seu desempenho.
O estudo revela que a satisfação geral dos alunos
que trabalharam com música ambiente foi elevada.
Verificou-se que a música reduz o stress e, ao mesmo
tempo, aumenta a motivação para aprender e praticar. A comunicação na sala de aula decorreu sem

problemas, apesar da música de fundo, e a utilização
do tempo e a qualidade da preparação da cavidade
foram melhoradas.
Segundo os investigadores, este estudo piloto apoia a utilização de música ambiente na formação pré-clínica em
cariologia, uma vez que parece ter efeitos úteis no ensino
e na prática das competências dentárias. Esta intervenção
musical também poderia ser alargada a outros ambientes
de ensino dentário stressantes.
Pode consultar o artigo completo em: https://doi.org/10.1002/jdd.13235

[8] =>

08

TENDÊNCIAS

Dental Tribune Edição Portuguesa | junho 2023

Eurostat

Vendas online continuam a crescer na União Europeia
Por: Dental Tribune Portugal

A pandemia de Covid-19 veio intensificar o comércio eletrónico.
No entanto, a percentagem de empresas portuguesas que vendem
online ainda está abaixo da média
da União Europeia.
Os dados recentemente divulgados pelo
Eurostat mostram que, em 2022, 19,7% das
empresas da União Europeia (UE) atingiram pelo menos 1% do seu volume de negócios em vendas por comércio eletrónico,
traduzindo-se num aumento de 0,7 pontos
percentuais (p.p.) face ao ano anterior.
A Suécia registou a maior percentagem de
empresas que vendem online (vendas eletrónicas de pelo menos 1% do seu volume
de negócios total) com 36,6%, seguida da
Dinamarca (35,6%) e da Irlanda (35,2%).
Por outro lado, o Luxemburgo (8,6%), a
Roménia (10,5%) e a Bulgária (11,5%) registaram as mais baixas proporções de empresas com comércio eletrónico.
Já em Portugal, a percentagem de empresas com pelos menos 1% do seu volume de
negócios em vendas online é, atualmente, de 18,4%, o que coloca o nosso país
ligeiramente abaixo da média europeia,
pese embora no último ano ter registado
um aumento significativo de 2,1 pontos
percentuais. Mesmo depois do impacto da
pandemia, em 2021 apenas 62% dos portugueses abordados que usaram internet
nos 12 meses antes do inquérito indicaram
ter adquirido produtos ou serviços para
uso pessoal nesse período.

UE | Empresas* com vendas online – 2022
% do total das empresas

Suécia

36,6

Dinamarca

35,6

Irlanda

35,2

Lituânia

32,0

Malta

30,0

Croácia

29,7

Espanha

29,5

Bélgica

28,3

Finlândia

27,7

Países Baixos

24,9
23,8

Chéquia
Áustria

21,8

Hungria

20,9

Eslovénia

20,2

Chipre

20,1

Alemanha

19,9

UE 27

19,7

Estónia

19,2

18,4

Portugal
Grécia

17,0

Letónia

15,9
14,9

Eslováquia
Polónia

14,5

Itália

13,4

França

13,2

Bulgária

11,5

Roménia

10,5

Luxemburgo

8,6

10,0

0,0

20,0

Eurostat: https://ec.europa.eu/eurostat/en/web/products-eurostat-news/w/ddn-20230221-2

rio desportivo), sapatos ou acessórios
(encomendados por 42% dos utilizadores
de Internet). Na sequência dos artigos de
vestuário, as cinco compras online de bens
físicos mais comuns foram completadas
por entregas de restaurantes, cadeias de
fast-food e serviços de restauração (19%),
cosméticos, produtos de beleza ou bem-estar (17%), mobiliário, utensílios domésticos
ou produtos de jardinagem (16%), livros
impressos, revistas ou jornais e artigos de
desporto - excluindo vestuário desportivo
(ambos 14%).

A título particular...
Em 2022, 91% das pessoas com idades
compreendidas entre os 16 e 74 anos na UE
tinham utilizado a Internet, 75% das quais
tinham comprado ou encomendado bens
ou serviços para uso pessoal. A proporção
de e-shoppers cresceu de 55% em 2012
para 75% em 2022, um aumento de 20
pontos percentuais. O crescimento foi particularmente significativo na Estónia (+47
pp), Hungria (+43 pp), República Checa e
Roménia (+41 pp).

Em 2022, apenas 14% dos
utilizadores de internet compraram livros impressos, revistas ou jornais online.

ROUPAS, SAPATOS E ACESSÓRIOS: A COMPRA ONLINE MAIS
COMUM
Em 2022, as compras online mais comuns
de bens eram roupas (incluindo vestuá-

30,0

40,0

* Empresas com pelo menos 1% do volume de negócios e com 10 ou mais empregados

COMPRA DE BENS FÍSICOS
ACIMA DA PROCURA DE SERVIÇOS
A tendência aponta para uma clara preferência nas compras online de produtos,
em detrimento dos serviços. A economia colaborativa abriu uma nova forma
de troca de bens e serviços através das
tecnologias digitais. Mas vamos a números: em 2022, entre os utilizadores
de Internet na UE, 21% utilizou plataformas de economia colaborativa para
encomendar ou comprar bens físicos a

outros indivíduos, enquanto 6% alugou
alojamento, 1% utilizou um serviço de
transporte e menos de 1% encomendou serviços domésticos através dessas
plataformas. Os indivíduos com idades
compreendidas entre os 25 e 34 anos e
os 35 e 44 anos tinham uma propensão
superior à média para comprar bens a
outros vendedores particulares em 2022,
com uma quota de 29% de utilizadores
de Internet cada um.
Fonte: Eurostat

UE | Empresas* com vendas online – 2022
Crescimento anual (p.p.)

4,2

Finlândia
Espanha

3,7

Malta

3,3

Chipre

3,0

Suécia

2,5

Hungria

Portugal Vs UE | Empresas* com vendas online (%)

2,3

Portugal

2,1

Países Baixos

Evolução 2010 – 2022

1,8
1,6

Irlanda

Zona Euro

Letónia

Portugal

1,3
1,1

França
Bulgária

25

1,0

Eslováquia

0,7
0,7

UE 27
Estónia

19

0,5

Eslovénia

0,3

Itália

0,3

Alemanha

0,2

Lituânia

13

0,0

Croácia

0,0

Polónia

-0,3

Luxemburgo

-0,5

Chéquia

6

-0,7
-1,2

Áustria
Roménia

-1,6

Grécia

-2,3

Bélgica

0

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

Eurostat: https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/ISOC_EC_ESELS__custom_4961293/bookmark/table?lang=en&bookmarkId=8222459b-7f6d-4bbb-97d2-e79fedaae7c7

* Empresas com pelo menos 1% do volume de negócios e com 10 ou mais empregados

2022

Dinamarca

-2,3
-2,7

-3,0

-1,0

1,0

3,0

Eurostat: https://ec.europa.eu/eurostat/en/web/products-eurostat-news/w/ddn-20230221-2

* Empresas com pelo menos 1% do volume de negócios e com 10 ou mais empregados

5,0

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