DT Portugal No. 4, 2022

“São todos casos diferentes e, para mim, são todos casos especiais! - Importante trabalho realizado pela dentista com pacientes com Perturbação do Espetro do Autismo / Conselhos para pais e dentistas / Conselhos para um sorriso bonito e uma boa saúde oral / OPINIÃO / INVESTIGAÇÃO / Novo estudo destaca efeito bidirecional entre doenças orais e diabetes / Médica dentista escreve livro humanitário / TENDÊNCIAS

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Table of contents

The World‘s Dental Newspaper - Edição Portuguesa
Dezembro 2022

www.dental-tribune.com

DESTAQUE: SAÚDE DENTÁRIA NA INFÂNCIA
Abordagens terapêuticas que podem
ajudar pacientes com Perturbação do
Espetro do Autismo (PEA) e conselhos
para a escolha do melhor dentífrico
para os mais novos.
Página 3

Editorial

CONSELHOS PARA
SORRISO BONITO

Vol. I, No. 4

DICAS APÓS A EXTRAÇÃO
DOS DENTES DO SISO

A Spot Clinic aproveitou o dia Mundial
do Sorriso para relembrar quais são os
pilares da saúde oral que contribuem de
forma eficaz para a manutenção de um
sorriso bonito e uma boca saudável.

Conselhos do Dr. Pedro Domingues
para paciente que extraem os dentes do
siso.
Página 5

Página 4

Dra. Tânia Lourenço – Clínica Dental Mind

“São todos casos diferentes e, para mim,
são todos casos especiais!
Importante trabalho realizado pela dentista com pacientes com
Perturbação do Espetro do Autismo
Por: Dental Tribune Portugal

O Jornal Dental Tribune está presente em mais de 50 países. No primeiro
trimestre deste ano lançámos a versão
portuguesa em conjunto com a revista
DentalPro. Foi uma fase de lançamento
que deu a oportunidade dos profissionais se familiarizarem com esta edição
Dental Tribune Portugal. Esta edição
que o leitor tem nas suas mãos (ou no
seu dispositivo digital) é a primeira,
completamente independente, produzida e distribuída em Portugal. Por
esse motivo, trata-se de uma edição
abrangente que não pode ignorar que
o número de médicos dentistas, em
Portugal, quase duplicou nos últimos
12 anos. Não desvalorizamos o caráter internacional da profissão porque
uma licenciatura em medicina dentária, nos dias de hoje, é um passaporte,
com emprego garantido, para inúmeros
países dentro e fora da UE. Sabemos
que os pacientes também gostam de
se informar e, nesta edição, encontra
artigos de colegas que se esforçam por
explicar e dar a entender ao paciente o
que é a medicina dentária, respondendo às dúvidas mais comuns. Os pacientes não estão devidamente esclarecidos
e os atores deste setor devem contribuir para esse esclarecimento sempre
que possível. Finalmente, acredito que
a cultura e a saúde oral têm muito em
comum. Um cidadão informado não se
deixa levar por campanhas publicitárias
que vendem implantes como se fossem
telemóveis. Olhar para o preço sem dar
atenção aos restantes elementos que
compõem a intervenção é desinformação. Deixo-vos o meu número de telefone: +351916772974, pois muito gostaria
de receber o contributo de quem se interessa e assume um papel ativo na sociedade. Votos de uma boa experiência.

Com experiência no tratamento de crianças autistas sem necessidade de sedação, a Dra. Tânia Lourenço,
fundadora da Clínica Dental Mind, defende que esta opção evita o recurso a
outros fármacos que podem ser mais
prejudiciais para o organismo, acabando
por ser menos complexa. Por outro lado,
“permite desenvolver no paciente, quer
um maior controlo do seu comportamento durante as consultas, quer a consciência da importância de alterar hábitos
quotidianos para assegurar uma boa
saúde oral”. Até porque, revela, o mais
importante é todos agirmos como os
nossos próprios médicos dentistas.
Como recorda o seu início de carreira, em
2000? Foi fácil implantar-se no mercado?

Depois de concluir a licenciatura, iniciei
a atividade de médica dentista em clínicas privadas e fui monitora (mais tarde,
assistente convidada) da disciplina de
Endodontia da FMDUL. Por, então, ter um
ar muito jovem e por trabalhar (como
ainda trabalho) com muita calma, senti
alguns entraves no início da minha carreira clínica. Porém, aquilo que no
princípio me trouxe dificuldades, acabou, a longo prazo, por contribuir para
ganhar a confiança e a fidelização de pacientes, sobretudo aqueles que mostravam mais receio na ida à consulta de medicina dentária.
Há seis anos fundou a Clínica Dental Mind.
Era um sonho antigo por concretizar, ou
sempre preferiu colaborar com várias clínicas privadas?

Acabei por ser “forçada” a montar a
minha clínica, para conseguir proporcionar aos pacientes o tempo de consulta
necessário para cada caso sem pressões
externas e de poder gerir a agenda da

Por Ricardo Flaminio, diretor

Dra. Tânia Lourenço

melhor forma, mas as inúmeras tarefas
inerentes à direção de uma clínica constituem uma sobrecarga.
Desde 2015 que é mestre em Medicina Dentária com uma dissertação sobre pacientes
com autismo. Em traços gerais, em que consistiu este estudo e como se deu a escolha
por este tema?

Como, ao longo da minha carreira clínica,
foram aparecendo no consultório crianças com PEA (Perturbação do Espetro
do Autismo), achei muito importante
aprofundar os meus conhecimentos
acerca deste tema. Por outro lado, na altura não encontrei nenhum estudo realizado em Portugal sobre a saúde oral
neste grupo de pacientes. No estudo realizado a minha orientadora de dissertação e eu elaborámos um questionário a
45 pais / educadores de pacientes com

PEA do distrito de Lisboa para conhecer
melhor os comportamentos relacionados com as visitas ao profissional de
saúde oral e entender quais os maiores
“obstáculos” relacionados com a consulta de medicina dentária, para estudar
os comportamentos relacionados com a
higiene oral e os hábitos alimentares
destes pacientes e descrever, com base
na revisão da literatura científica, um
protocolo de atuação para profissionais
de saúde oral na consulta de medicina
dentária para pacientes com PEA. A principal conclusão deste estudo foi que relativamente aos pacientes com PEA é bastante importante a atuação, a prevenção
e o diagnóstico precoces das doenças
orais, e implementar, desde cedo, rotinas
saudáveis. Também é fundamental instruir os principais cuidadores destes pacientes quanto aos cuidados a ter com a

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02
saúde oral, de modo a prevenir tratamentos dentários mais complexos e dispendiosos.
Trata crianças autistas (e não autistas) sem
necessidade de sedação. Porquê esta opção
e o que a caracteriza?

Esta opção, que envolve o recurso a
anestesia local (quando necessário),
evita o recurso a outros fármacos que
podem ser mais prejudiciais para o organismo, acaba por ser menos complexa.
Por outro lado, permite desenvolver no
paciente, quer um maior controlo do seu
comportamento durante as consultas,
quer a consciência da importância de alterar hábitos quotidianos para assegurar
uma boa saúde oral. Acresce que em diversas situações, tais como a intolerância
aos fármacos usados na sedação, por
razões económicas ou por falta de resposta imediata (por exemplo, blocos operatórios fechados na altura da pandemia pela Covid-19), não é possível realizar a sedação/anestesia geral do paciente. Através de técnicas simples de
modulação de comportamentos (por exemplo, controlo de voz, pedagogia visual,
tell-show-do), podem ser alcançados resultados surpreendentes.

DESTAQUE
O paciente foi também muito colaborante, principalmente na utilização de
elásticos inter-maxilares, mas todo o processo foi longo pois era um paciente
muito sensível e intolerante à dor. Outros
casos desafiantes foram algumas crianças com PEA que estavam indicadas
para anestesia geral que se encontravam
com dor/abcesso. Conseguiram-se realizar as extrações dentárias numa segunda consulta sem ser necessário recorrer a sedação/anestesia geral.
Sente que ainda há muito medo por parte das crianças em irem ao dentista, ou aos
médicos em geral?

Sim, sinto que ainda existe muito desconforto e desconfiança, muitas vezes transmitida pelos próprios pais.

De que forma, na Dental Mind, apostam na
"prevenção e aconselhamento das técnicas
corretas de higiene oral e cuidados alimentares", como destacam no vosso site?

A ideia do nome da Clínica Dental Mind inspirou-se no conceito de Dental Home,
ou seja, a medicina dentária é feita em
“casa”. O melhor médico dentista de
cada pessoa é, antes de mais, a própria
pessoa. É aqui a nossa maior aposta: motivar, o mais cedo possível, a prevenção e
a manutenção dos dentes, evitando tratamentos restauradores, através da aplicação de selantes, da assiduidade às consultas de rotina e da implementação de
hábitos corretos de saúde oral.
Quantos profissionais trabalham/colaboram na Dental Mind?

Como estudante da FMDUL, uma faculdade do Estado, só tenho a agradecer por
toda a formação recebida e pelos excelentes professores que se cruzaram ao
longo da minha vida académica, que me
ensinaram os princípios pelos quais me
guio na prática clínica diária. Penso que,
para a população em geral, poderia ex-

Na área das crianças, da ortodontia, dos
casos de PEA e de adultos com fobia, sou
a médica dentista responsável. Uma colega intervém na área dos implantes e
das cirurgias mais complexas de adultos
sem PEA, e outra colega que efetua os
tratamentos de dentisteria em adultos
sem PEA.
Quais as metas que tem traçadas para a clínica, a breve/médio prazo? Imagina-se a
abrir novos espaços?

São todos casos diferentes e, para mim,
são todos casos especiais! O primeiro
caso, no ano de 2007, foi o de uma menina
com quatro anos de idade com cáries iniciais de fissura nos molares decíduos e
que não era colaborante. Na altura existia pouca informação disponível sobre
tratamentos dentários de pacientes com
PEA. Com a colaboração e empenho da
mãe, conseguimos tratar as cáries iniciais, sem recurso a sedação.

Uma das metas é conseguir dar formação
para que outros colegas consigam também resolver casos complexos de uma
forma mais simples, tanto de crianças
com PEA como sem PEA. De momento, e
dada a minha paixão pelo exercício da
atividade clínica, não está nos meus planos a abertura de novos espaços.

Lembra-se de mais algum caso especial?

Outro caso muito interessante foi a realização de um tratamento ortodôntico
fixo bimaxilar durante a pandemia pela
Covid-19 num menino com PEA aos 16
anos de idade, com dificuldades na expressão verbal (só frases curtas) e com dificuldades na socialização. O paciente foi
sempre bastante colaborante durante
todo o tratamento ortodôntico, e só se
descolou um bracket ao longo de todo o
processo. Também foi possível corrigir
uma mordida aberta severa num menino
com 14 anos com PEA (Síndrome de Asperger), em que foram realizadas quatro
extrações de pré-molares e foram colocados aparelhos fixos superior e inferior.

istir mais investimento na área da educação e prevenção, principalmente junto
dos cuidadores e das crianças.

Como encara o papel do Estado em relação
à Medicina Dentária? É da opinião que há um
grande desinvestimento nesta área?

Pode partilhar connosco um ou mais casos
que a tenham marcado especialmente na
área do autismo?

“... para mim, são todos casos especiais!”

Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

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FICHA TÉCNICA

Biografia

Dental Tribune Edição Portuguesa

A Dra. Tânia Lourenço exerce atividade
de médica dentista desde 2000, tendo
16 anos depois fundado a Clínica Dental
Mind, com sede em Linda-a-Velha, Oeiras. Associada à prática e à investigação,
publicou artigos científicos relacionados
com casos clínicos. Licenciada em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina
Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), em 2000, terminou mestrado na
mesma faculdade em 2015 com o tema
de dissertação “O paciente com autismo: a abordagem na consulta de medicina dentária e a importância da prevenção
em saúde oral”. Foi monitora e assistente convidada na disciplina de Endodontia
entre 2001 e 2009 na Faculdade de Medicina Dentária na Universidade de Lisboa.

riódicas Unipessoal, Lda. NICP: 506 955 109

Propriedade: Editora Códigopro - Edição de Publicações PeSede do editor, da redação e do impressor: Pr. Mouzinho de
Albuquerque, nº 113 - 5º andar • 4100-359 Porto, Portugal •
Tel.: (+351) 226 090 009
Diretor: Ricardo Flaminio • T: (+351) 916 772 974
ricardoflaminio@codigopro.pt
Editora: Fátima Amaral Ferreira (CJ 5830 A/FIJ P1634)
Jornalistas: Daniela Monteiro (CJ 8249) e Paulo Sá Ferreira
(CJ 8253)
Design e Paginação: Hugo Sousa
Assinaturas: Marta Campos • marta.campos@codigopro.pt
Publicidade: Carlos Silva • carlos.silva@codigopro.pt
Web: www.pt.dental-tribune.com
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 4000 exemplares
Estatuto Editorial: codigopro.pt/DentalTribune-estatuto-edit

DIGA-NOS O QUE PENSA!

Sumário

Editorial................................................1

Dia Mundial do Sorriso........................4

Entrevista com a Dra. Tânia Lourenço
sobre o trabalho realizado com pacientes
com Perturbação do Espetro do Autismo
(PEA)...................................................1

Investigador da UMinho escreve livro sobre a história do riso..............................4

Crianças com autismo: Conselhos para
pais e dentistas......................................3
Dicas de saúde oral para os mais pequenos........................................................3

Opinião do Dr. Pedro Domingues sobre a
extração dos dentes do siso....................5
Dentistas forçados a prescrever antibióticos durante a pandemia.........................5

Saúde dentária precária associada a declínio cognitivo.........................................6

Tem comentários gerais ou críticas que gostaria de partilhar?
Existe algum tópico específico
sobre o qual gostaria de ver artigos no Dental Tribune? Informe-nos enviando um e-mail para
ricardoflaminio@codigopro.pt.

Dentistas solidários: Dra. Ana Sofia Oliveira e Dr. Rui Monterroso...................7

Estamos ansiosos para receber as
suas contribuições!

Estudo sobre a relação entre doenças
orais e diabetes......................................6

Tendências: Como será o mundo em
2030?....................................................8

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DESTAQUE

Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

Crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA)

Conselhos para pais e dentistas

Entrevista com Dra. Mandy Ashley e Dra. Amanda Smith, EUA.
Por: Dental Tribune Internacional

Todos os pais querem ter a certeza de que os
seus filhos são aceites, tratados com gentileza e compreendidos. Mas convenhamos,
as crianças são complicadas. Estamos todos
familiarizados com as birras de crianças, as
crises hormonais da pré-adolescência e os
jovens “alheados”. Mas, o que acontece
quando lidamos com tudo isto e adicionamos o autismo à composição? Neste artigo,
a Dra. Amanda Smith, especialista em
comportamento, e a Dra. Mandy Ashley,
odontopediatra, falam sobre abordagens
terapêuticas que podem ajudar pacientes
com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA). Deixam ainda algumas sugestões aos pais de crianças autistas, de forma
a ajudá-los a superar a ansiedade associada
a consultas médicas e dentárias. Além disso,
tentam consciencializar os profissionais de
que o tratamento precisa de ser feito com
compreensão e inclusão.
Na entrevista, a Dra. Amanda Smith começa por explicar o que é o autismo e como
afeta as crianças. “Trata-se de uma perturbação do neurodesenvolvimento que
se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social, associadas a
comportamentos repetitivos e/ou interesses marcados por objetos ou temas específicos. Uma criança com autismo é muitas vezes mal compreendida, sendo vista
como desobediente ou com falta de disciplina. No entanto, o cérebro é muito mais
complexo do que isso. Um indivíduo neurotípico aceita a informação ou o seu cérebro interpreta essa informação de formas
que são geralmente socialmente apropriadas. Para indivíduos com autismo, no
entanto, a informação que entra nos seus

cérebros é frequentemente interpretada
de uma forma que se revela socialmente
inadequada. Por exemplo, se uma criança
autista ouvir uma sirene de emergência a
uma certa distância, pode começar a gritar
em voz alta. Quando os indivíduos neurotípicos observam este comportamento não
compreendem por que razão esta criança
está a gritar, e talvez eles próprios nem sequer consigam ouvir essa sirene...”.
Quando questionada sobre a forma como
os pais destas crianças encaram os desafios
que enfrentam no dia a dia, especialmente
em consultas médicas ou dentárias, a Dra.
Amanda Smith afirma que “as crianças autistas nem sempre podem comunicar adequadamente os seus desejos ou necessidades e
utilizam frequentemente outros meios para
comunicar. Gritos, choro, bater ou magoar o
seu próprio corpo, fugir e agressão são apenas alguns dos comportamentos sobre os
quais os pais me pedem ajuda, principalmente quando têm de lidar com eles em público.
A par da energia física, emocional e mental
necessária para que possam enfrentar estas
situações, os pais necessitam de saber como
reagir aos olhares ou comentários de julgamento que possam receber dos transeuntes. Quando se trata de consultas médicas
e dentárias, a maioria dos pais relatou longas esperas, a necessidade de programação
antecipada, cancelamento de marcações
e dificuldade num eventual reagendamento. Relataram também dificuldades quando
confrontados com uma emergência ou um
acontecimento inesperado. Os pais têm frequentemente citado a necessidade de abandonar as consultas devido a comportamentos desafiantes dos seus filhos”.

“De acordo com Centros de
Controlo de Doenças e Prevenção, o autismo está a aumentar. Em 2000, uma em cada
150 crianças foi diagnosticada
como autista, subindo para
uma em 69, em 2012. Atualmente, uma em cada 59 crianças é diagnosticada com perturbação do espetro do
autismo. O autismo é alegadamente quatro vezes mais prevalente em rapazes”.
A Dra. Mandy Ashley, por sua vez, deixa
alguns conselhos aos médicos dentistas
que têm de tratar pacientes com este tipo
de perturbação. “O ideal é começar estas
consultas 15 ou 20 minutos mais cedo, de
forma que a criança chegue e se instale
tranquilamente. Tal como acontece com a
maioria das crianças pequenas, o comportamento pode piorar ao longo do dia,
pelo que é importante que as consultas
sejam marcadas o mais cedo possível. À
medida que as crianças começam a ganhar confiança no dentista e em todo o
staff da clínica, poderão começar a marcar
consultas mais tarde para crianças com
necessidades especiais de saúde. Descobrimos também que muitas crianças em
idade pré-escolar podem ainda não ter
um diagnóstico, mas apresentam já alguns desafios comportamentais. Perguntamos aos pais se existe alguma preocupação relativamente à primeira visita dos
seus filhos ao dentista, algo que tem sido
útil para sabermos se a criança está a ser

alvo de avaliação para o autismo antes da
primeira consulta. Os pais podem estar
mais dispostos a revelar as suas preocupações quando questionados diretamente, especialmente se ainda não receberam
um diagnóstico oficial. Antes de começarmos a fazer esta pergunta aos pais,
debatemo-nos com algumas surpresas
em relação a comportamentos difíceis nas
áreas comuns da clínica. Agora estamos
em condições de começar a marcar consultas para estas crianças numa área mais
privada, logo desde o início”. Existe a ideia
de que as consultas com crianças autistas
demoram mais tempo e, por isso, os dentistas só podem atender estes pacientes
em dias específicos. A Dra. Mandy Ashley
diz que não. “Apesar de alguns dentistas
afirmarem que não é viável ver crianças
severamente autistas, crianças em cadeiras de rodas, crianças com síndrome de
Tourette ou crianças com problemas médicos graves no mesmo dia que outros pacientes, eu descobri que é completamente
possível. As consultas com estas crianças,
que necessitam de cuidados de saúde especiais, não demoram mais, exceto talvez
na primeira visita. Esta mentalidade tem
de desaparecer. A tendência deve ser para
a integração e não o contrário”.
Notas
O artigo foi escrito com base numa entrevista publicada originalmente na Shift
Magazine (outono 2019) e republicada no
Dental Tribune International (2021), com
autorização da Sprig Oral Health Technologies.

Dicas para a saúde oral dos mais pequenos
Dentífrico para crianças: o que tem de saber
Higienizar os dentes é uma tarefa básica
e essencial para a nossa saúde oral em todas as idades. No entanto, embora a importância de uma boa escovagem seja reconhecida por todos, a verdade é que
nem sempre sabemos com certeza como é
que o devemos fazer. Um dos aspetos que
mais dúvidas suscita é a quantidade de
pasta de dentes e a concentração de flúor
recomendada para cada idade.
No caso das crianças, que conselhos devemos ter em mente na escolha do dentífrico?
As pastas de dentes utilizadas por crianças podem e devem conter sempre flúor.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a utilização de pastas dentífricas com
este mineral é a forma mais eficaz de
combater as cáries dentárias.
Quais são as funções do flúor?
De um modo geral, o flúor tem duas funções principais: proteger e fortalecer.
Por um lado, quando as bactérias se alimentam dos açúcares presentes na nossa
boca (libertando ácidos que afetam o esmalte e favorecem o aparecimento de cáries), o flúor tem a capacidade de proteger
os dentes, tornando-os resistentes a essa

ameaça. Por outro, se os dentes apresentarem sinais de desgaste ou desmineralização, também ajuda a reforçar o esmalte
nessas áreas, tornando-os mais fortes.
Quais são as quantidades de pasta
indicadas?
As pastas dentífricas adequadas para cada
idade devem ser avaliadas em dois aspetos
principais: a concentração de flúor e a quantidade utilizada em cada lavagem.
Em relação às concentrações de flúor recomendadas para as crianças, estas dependem obviamente da idade. Como tal, entre
os 2 e os 6 anos, a concentração recomendada é de 450 ppm. Entre os 6 e os 10 anos,
a indicação ronda os 800 ou 850 ppm. E a
partir dos 10 anos, é aconselhada uma concentração de 1250 ppm.
Simultaneamente, para evitar problemas, é
importante ter atenção às quantidades de
pasta aplicadas em cada lavagem. Por isso,
utilize quantidades semelhantes a um grão
de arroz cru (0,1g) para crianças com dificuldade em cuspir (o que pode acontecer até aos
6 anos de idade) e uma quantidade semelhante a um grão de ervilha para as restantes
crianças (0,3g). Outro indicador para a quantidade de pasta a ser usada pode ser o tamanho da unha do dedo mindinho da criança.

©Flavia Gava em unsplash.com

Por: OralMed

A correta escolha e utilização de dentrífico é muito importante numa higiene oral cuidada.

Procure sempre informação personalizada
Estes são os conselhos gerais que deve
ter em conta durante a utilização de pastas dentífricas. Ainda assim, é importante
referir que não existem dois casos iguais.
Por isso, apesar de ter estes aspetos em
conta, procure sempre informação personalizada junto de um profissional.
Marcar regularmente consultas para os
mais pequenos é a melhor forma de garantir que está a fazer o melhor pela saúde oral das crianças e que utiliza todos os
instrumentos de forma adequada à sua
situação. Não hesite, visite o seu médico
dentista e Sorria para a Vida.

Notas
Em 2005, a Direção Geral da Saúde definiu na Circular Normativa 01/DSE que a
quantidade de flúor recomendada deverá
ser de 1000-1500 ppm de flúor. “A higiene
oral deve iniciar-se logo após a erupção
do primeiro dente, utilizando uma pequena quantidade de dentífrico fluoretado de
1000-1500 ppm”. Mais informações sobre
este assunto em https://www.omd.pt/content/uploads/2017/12/dgs-circular-normativa-01dse-2005.pdf
Pode consultar o artigo original “Dentífrico para crianças: o que tem de saber”
em https://www.oralmed.pt/pasta-de-dentes-para-criancas-o-que-tem-de-saber

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PORTUGAL

Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

Dia Mundial do Sorriso

Conselhos para um sorriso bonito e uma boa saúde oral
Spot Clinic

Por: Dental Tribune Portugal

A 7 de outubro celebrou-se o Dia Mundial do Sorriso,
que foi criado por Harvey Ball, o inventor do tão conhecido “Smile”. A partir de 1999, a data passou a ser assinalada em todo o mundo. Para os dentistas esta data reforça a importância do cuidado com a saúde oral. Dessa
forma, a Spot Clinic aproveitou este dia para relembrar
quais são os pilares da saúde oral, quatro passos importantes que contribuem de forma eficaz para a manutenção
de um sorriso bonito e uma boca saudável.
Toda a gente gosta de ter um sorriso bonito e saudável e
para isso é preciso ter certos cuidados diários e seguir os
conselhos dos especialistas. Se os cuidados forem regrados, nas consultas de higiene oral é tudo mais simples e
não existem surpresas. Veja o que deve fazer:
Uma boa escovagem de dentes ajuda a reduzir a adesão bacteriana. Este ponto é muito importante porque
é através da escovagem que eliminamos a maior parte
das bactérias à volta do esmalte dentário. Consequentemente estamos a evitar o aparecimento da inflamação
gengival, da cárie dentária e de outras lesões orais. Devem fazer-se entre duas a três escovagens por dia, durante dois minutos. É também importante escovar a língua.
A língua é um nicho de bactérias. Essa acumulação pode
causar mau hálito. Para evitar este problema oral, temos
de escovar língua todos os dias, pelo menos uma vez por
dia. Podemos escovar a língua com a escova de dentes
ou com um raspador de língua.

©Miguel Bruna em unsplash.com

1 - Escovar os dentes com regularidade

A manutenção de um sorriso saudável requer cuidados diários consistentes.

2- Usar Fio Dentário
A escovagem dos dentes não é suficiente para remover
todos os restos alimentares e bactérias entre os dentes: é
indispensável o uso de fio dentário, escovilhões ou flossers para se chegar aos pontos onde a escova de dentes
não consegue chegar. É indispensável para a higiene oral
e deve ser feito uma vez por dia e antes da escovagem,
preferencialmente à noite antes de ires para a cama.
3 - Usar um dentífrico com flúor
A escovagem dos dentes por si só não é suficiente. Precisamos de um agente químico que atue sobre o problema a resolver. Os dentífricos mais recomendados para o
cuidado diário de gengivas inflamadas são os dentífricos

com composições com ativos bastante eficazes:
Uso diário: dentífricos que tenham na sua composição
o trio: triclosan que é um antisséptico e ajuda a combater a formação de placa bacteriana, o dexpantenol que
funciona como regenerador de tecidos e a alantoína que
tem uma ação calmante. Dentífricos com bicarbonato de
sódio que promove a remoção física da placa bacteriana, ajudando a manter o selamento entre os dentes e as
gengivas;
Cuidado com as gengivas: dentífricos que contêm a dupla: fluoreto de amina e iões de estanho, que inativam a
placa bacteriana e inibem o seu reaparecimento, proporcionando um efeito antibacteriano rápido e duradouro;

Indicado para grávidas e pessoas com aparelhos ortodônticos: gel dentífrico com fluorinol que se fixa intensamente ao esmalte para reminarelizar, reforçar e proteger
os dentes e com ácido glicirretínico reconhecido pelas
suas propriedades calmantes.
4 - Consultar o higienista oral pelo menos
duas vezes por ano
Estas são dicas standard que ajudam a guiarmo-nos e a
mantermos diariamente os nossos cuidados preventivos. Contudo, não dispensam o acompanhamento regular de um higienista oral cujas visitas devem ser de pelo
menos duas vezes por ano.

Curiosidade

Investigador da UMinho lança livro "História do Riso"
A obra parte da recente tese doutoral do autor em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho.
Abílio Almeida, investigador do Centro de Estudos de
Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do
Minho (UMinho), lançou a 25 de outubro o livro
"História do Riso" (Guerra e Paz), sobre a origem e evolução deste fenómeno social, de Platão a Umberto Eco,
e deixando várias questões.
“A democratização do riso no cinema, na televisão,
nos media e na Internet transformou o riso numa arma,
envolvendo diferentes papéis na sociedade e aspetos
psicológicos e emocionais. Terá hoje o riso caído na banalização e será algo mecanizado e produto de determinados géneros mediáticos?”, questiona Abílio Almeida,
barcelense de 31 anos.
O livro de 200 páginas é “uma viagem atrevida”, prefaciam os professores Helena Sousa e Manuel Pinto, que
orientaram a investigação doutoral. O autor percorre
em especial as emoções (medo, tristeza, raiva, alegria)

que o riso provocou ao longo da História, sobretudo
após o século I.
Para o filósofo grego Platão, qualquer expressar emocional positivo era um usufruto temporário das coisas
mundanas, logo um atentado visual à pureza moral.
Esta expressão pública de prazer voluntário era na
Antiguidade Clássica oriundo de um mundo inferior,
doentio e terreno. "Será o 'fato, gravata e cara de mau' o
espelho contemporâneo do ideal platónico?", pergunta
Abílio Almeida.
Também Agostinho de Hipona teorizou o desuso das
emoções positivas a nível social, que entraria na doutrina católica por quase dois milénios. João Crisóstomo,
outro “pai” da Igreja, foi dos maiores adversários do
riso. “Alegava que, segundo as escrituras, Cristo jamais
rira, mas 'frequentemente aparecia triste'. Mas quem
pode prová-lo?”, devolve o investigador do CECS.

Por: Dental Tribune Portugal

Abílio Almeida

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Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

OPINIÃO / INVESTIGAÇÃO

10 dicas a seguir após a extração dos dentes do siso

Dr. Pedro Domingues

Dr. Pedro Domingues
Por: Dental Tribune Portugal

São também chamados de dentes do juízo pela gíria popular por surgirem, por norma, entre os 16 e os 20 anos. Falamos dos
dentes do siso que, segundo a tendência,
vão sendo cada vez mais incomuns, e um
dia poderão ser totalmente extintos graças
à evolução da espécie humana. Sorte de
quem nascer nessa altura, porque a verdade é que os dentes do siso, apesar de não
terem nenhuma função específica, podem
muitas vezes ser uma fonte de problemas.
É bastante comum existirem algumas complicações associadas aos terceiros molares
que conduzem à sua extração. Para além
de serem mais propensos a cáries, uma
vez que são difíceis de higienizar, podendo originar infeções e inclusivamente abcessos, podem também provocar lesões
nos dentes adjacentes, especialmente
quando o dente do siso está mal posicionado. Podem ainda causar gengivites, pe-

riodontites ou até desenvolver quistos. No
entanto, caso a sua erupção seja feita na
totalidade, em posição favorável, e não
comprometendo o alinhamento dos restantes dentes, raramente causam problemas a longo prazo, não havendo, desta forma, motivo para a sua extração.
É um facto que muitos de nós já passámos
pela experiência de extrair dentes do siso
e, para alguns, a recuperação pode revelar-se bastante desafiante. É nesse sentido que a Clínica Médis esclarece alguns
cuidados a ter nos dias após a cirurgia:
1. Manter o repouso no dia da extração do
dente do siso, evitando qualquer tipo de
esforço, como praticar exercício físico;
2. Evitar a exposição solar durante os primeiros dias;
3. Tomar a medicação prescrita pelo médico dentista, que passa por analgésicos/
anti-inflamatórios para suavizar as dores;

4. Aplicar gelo no exterior da
face (durante 15 minutos, várias vezes ao dia) – dica crucial
para reduzir inchaços;
5. Ter cuidado a escovar os dentes
nos dias seguintes optando por uma
escova de cerdas moles;
6. Não fazer bochechos ou cuspir durante as primeiras 24 horas, aconselhando-se lavar delicadamente a boca com uma
solução prescrita pelo médico dentista
após esse período;
7. Manter a cabeça elevada a 45 graus quando estiver a repousar e durante a noite;
8. Evitar alimentos sólidos e quentes nas
primeiras 24 horas, optando por alimentos moles e frios como gelados, iogurtes,
batidos, para ajudar na cicatrização e impedir o sangramento excessivo;
9. Evitar bebidas alcoólicas;
10. Evitar fumar.

• Diretor clínico da
Clínica Médis Acqua
Roma
• Mestre em Medicina Dentária pelo
Instituto Superior de
Ciências da Saúde
Egas Moniz, em 2016
• Pós-Graduado em Cirurgia Oral na Faculdade de Estomatologia de
Havana, Cuba

Em caso de agravamento de sintomas
ao longo dos dias, como febre, aumento do inchaço, dor muito intensa ou sangramento excessivo, recomenda-se contactar o respetivo médico dentista para
receber o aconselhamento indicado à
situação clínica. É muito importante seguir todas as recomendações que lhe
são indicadas, por forma a minimizar riscos e reduzir o desconforto causado pela
cirurgia, recuperando de forma rápida e
saudável.

University of Manchester

Dentistas forçados a prescrever antibióticos desnecessários na pandemia
Um estudo realizado por investigadores
da Universidade de Manchester demonstrou que as restrições provocadas pela
Covid-19, que impediriam os dentistas
em Inglaterra de fornecer tratamentos
presenciais, exigiram que alguns prescrevessem desnecessariamente antibióticos
para as dores de dentes.
Os resultados do estudo basearam-se
numa análise dos dados de prescrição de
antibióticos dentários do National Health
Service (NHS) - Serviço Nacional de Saúde - em Inglaterra antes e durante a pandemia, e num inquérito em linha realizado em 2021 a 159 dentistas do NHS em
toda a Inglaterra.
O artigo foi publicado a 28 de outubro, na
revista britânica Dental, antes da Semana
Mundial de Sensibilização Antimicrobiana, que decorreu de 18 a 24 de novembro,
com o objetivo de alertar para a emergência global da resistência aos antibióticos.
A escritora principal do estudo, a Dra. Wendy Thompson, dentista e investigadora
clínica do NHS na Universidade de Manchester, revela: "Mostramos que as restrições Covid-19 causaram uma frustração
generalizada entre os dentistas que sabem
que os procedimentos em vez de receitas
médicas são geralmente a solução mais
segura e rápida para as dores de dentes.
Embora as infeções dentárias possam ser
perigosas, a maioria das dores de dentes
não são causadas por infeções, pelo que
não são de todo ajudadas por antibióticos.
Mesmo as infeções pequenas são mais
bem tratadas sem antibióticos. Quando a
falta de máscaras e de EPI’s de qualidade
era significava, os consultórios dentários
eram obrigados a fechar, mas os funcionários do serviço nacional de saúde disseram
aos dentistas para efetuarem o diagnóstico e a gestão à distância, por telefone. Só
raramente os dentistas podiam encaminhar pacientes para centros dentários urgentes (UDCs) especialmente criados para
tratamento prático”, revela.

“Metade dos dentistas inquiridos de todas as regiões de Inglaterra relataram
que, durante a primeira fase das restrições da Covid-19, de março a junho de
2020, as suas referências a uma UDC tinham sido rejeitadas porque o paciente
não tinha tomado antibióticos pela primeira vez”, continuou.
Um dentista disse à equipa de investigação: "Eu menti muito. Quando os pacientes tinham pulpite [dor de dentes causada
por inflamação e não infeção], disse-lhes
para dizerem que tinha prescrito antibióticos como meio de ser visto no Hub. O
antibiótico não teria sido apropriado".
Outro dentista também referiu que "Os
pacientes foram recusados a ser vistos
num centro dentário urgente para tratamento até terem tomado antibióticos".
Com o estudo também foi possível descobrir que:
• No primeiro ano da pandemia, a prescrição de antibióticos aumentou 12,1%
em Londres (o aumento mais baixo) e
29,1% no Leste de Inglaterra (o mais alto).
• Menos de metade (68/140) dos inquiridos estavam confiantes no diagnóstico remoto e apenas um quarto (35/140) estavam
confiantes no tratamento remoto de doentes com dor ou infeção dentária aguda.
• Mais de três quartos (109/139) referiram pacientes que solicitaram antibióticos com mais frequência durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 do
que no ano anterior.
• Alguns dos dentistas sugeriram que a
gestão remota dos pacientes durante a
pandemia tinha tido um efeito duradouro nas expectativas dos pacientes sobre
a capacidade de usar antibióticos para
evitar um procedimento dentário.
"Este estudo salienta que durante a pandemia, o acesso restrito aos cuidados
dentários presencialmente estava diretamente ligado à prescrição de antibióticos
muito mais elevados do que nos anos anteriores”, referiu a Dra. Wendy Thompson.

©Benyamin Bohlouli em unsplash.com

Por: Dental Tribune Portugal

primeiro ano da pandemia, a prescrição de antibióticos aumentou 12,1%.

E acrescentou: "Isso coloca as pessoas
em risco acrescido de efeitos adversos
dos antibióticos, tais como perturbações
gástricas, alergias graves e, claro, o desenvolvimento de resistência aos antibióticos. Como a profissão dentária contribui com cerca de 10% da prescrição de
antibióticos nos cuidados primários do
Serviço Nacional de Saúde, os dentistas
estão perfeitamente conscientes da necessidade de desempenhar o seu papel
no combate à resistência, prescrevendo
antibióticos apenas e quando estritamente necessário e apropriado”.

Wendy reforça ainda que “ser forçado a
receitá-los quando não indicados é intensamente frustrante”, uma vez que
os dentistas sabem “a angústia que a
dor de dentes grave não resolvida causa
aos pacientes, e sabem que as infeções
dentárias tratadas apenas com antibióticos são muito suscetíveis de voltar e ser
mais difíceis de tratar da próxima vez”.
O estudo, intitulado “Understanding
the impact of Covid-19 on dental antibiotic prescribing across England: ‘It
was a minefield’”, pode ser consultado
no British Dental Journal.

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INVESTIGAÇÃO

Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

University of Helsinki

Novo estudo destaca efeito bidirecional entre doenças orais e diabetes
Um estudo recente conduzido na University of Helsinki, na Finlândia, destaca um efeito bidirecional entre doenças orais e a diabetes. Os investigadores
procuraram saber se as anormalidades
da saúde oral poderiam preceder e/ou
promover a inflamação tecidual relacionada a condições sistémicas crónicas. Num acompanhamento de dez
anos descobriram que a periodontite
tem uma forte ligação com a diabetes e
relataram que as duas doenças se afetam mutuamente.
O estudo envolveu 68.273 pacientes
com 29 anos ou mais com pelo menos
uma consulta de medicina dentária nos
serviços de saúde da cidade de Helsínquia, entre 2001 e 2002. No total, 46.998
da população do estudo tinha diabetes. Além disso, cerca de 25% dos participantes tinham periodontite, 17%
tinham cárie, mais de 70% tinham periodontite periapical e 9% tinham menos de 24 dentes no início do estudo.
“Sabemos de estudos anteriores que
a periodontite tem uma conexão com
muitas doenças crónicas. Graças ao
nosso conjunto de dados excecionalmente longo, fomos capazes de analisar causalidades e efeitos bidirecionais
entre esses fatores”, disse a coautora do
estudo Pia Heikkilä, professora sénior
do Departamento de Doenças Orais e
Maxilofaciais da Universidade de Helsínquia, em comunicado à imprensa.
“O conjunto de dados da pesquisa foi
extraordinariamente extenso, abrangendo cerca de 70.000 sujeitos do estudo, o que aumenta a confiabilidade e o
peso do mesmo”, acrescentou.
De acordo com as descobertas, ter periodontite, cárie ou lesões de periodontite periapical foi associado a doenças
metabólicas comuns, incluindo síndrome metabólica, diabetes tipo 1 e 2

©Joseph Costa em unsplash.com

Por: Dental Tribune Internacional

No estudo, os pesquisadores descobriram uma associação bastante forte entre o número de dentes cariados e a incidência de diabetes.

e diabetes gestacional. Os pesquisadores também descobriram que havia
uma associação bastante forte entre o
número de dentes cariados e a incidência de diabetes. Os investigadores não
observaram uma associação semelhante entre quaisquer anormalidades da
saúde oral e outras doenças crónicas
comuns, como artrite reumatoide ou
transtornos mentais graves.
Considerando essas descobertas, explicaram que a diabetes potencializa a
progressão da periodontite e complica
o diagnóstico e tratamento, principalmente se a diabetes não foi diagnosticada ou a doença está mal controlada.
Da mesma forma, observaram que a periodontite incipiente ou latente torna a

diabetes crónica e impede o seu diagnóstico, controlo e terapia de manutenção. Além disso, o efeito bidirecional
entre essas doenças resulta em aumento dos custos económicos e de saúde,
afirmaram os autores do estudo.
“Com base nas nossas descobertas, o
tratamento bem-sucedido da periodontite tem um efeito positivo nos resultados do tratamento para a diabetes e reduz o custo do tratamento. Da
mesma forma, o tratamento bem-sucedido da diabetes retarda a progressão da periodontite e reduz os custos
médicos”, comentou o coautor, Timo
Sorsa, professor do Departamento de
Doenças Orais e Maxilofaciais Universidade de Helsinki. “A saúde geral e oral

dos pacientes deve ser considerada
como um todo nos cuidados de saúde,
pois a pesquisa demonstra que mesmo
as doenças latentes têm um efeito prejudicial e de longo prazo umas sobre as
outras”, continuou.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, aproximadamente
537 milhões de adultos, entre os 20 e 79
anos, tinham diabetes em 2021, número que deve aumentar para 643 milhões
em 2030 e 783 milhões em 2045.
O estudo, intitulado “Oral health associated with incident diabetes but
not other chronic diseases: A register-based cohort study”, foi publicado
online a 18 de agosto de 2022 na revista Frontiers in Oral Health.

University of Eastern Finland

Saúde periodontal precária e perda de dentes associadas ao declínio cognitivo e demência
Investigadores da University of Eastern
Finland acrescentaram evidências científicas de uma ligação entre problemas de
saúde periodontal e declínio cognitivo.
De acordo com a investigação, intitulada
“Saúde periodontal, declínio cognitivo e
demência: uma revisão sistemática e meta-análise de estudos longitudinais”1, publicada em setembro no Journal of the
American Geriatrics Society, a má saúde
periodontal e a perda dentária aumentam
substancialmente o risco de demência e
ressaltam a importância da higiene oral
como ferramenta preventiva.
Os pesquisadores verificaram 47 estudos
longitudinais de todo o mundo e descobriram que a má saúde periodontal – a
incidência de periodontite, perda de dentes, bolsas periodontais profundas ou
perda óssea alveolar – estava ligada ao
declínio cognitivo e à demência. A análise descobriu que a má saúde periodontal
aumentou o risco de declínio cognitivo e
demência em 23% e 21%, respetivamente. A perda de dentes aumentou o risco de

declínio cognitivo em 23% e o risco de demência em 13%, segundo a revisão.
Os autores advertiram que a qualidade
da evidência verificada era baixa e que
a interação entre a saúde periodontal e
a saúde cognitiva requer mais investigação. No entanto, chamaram a atenção
para a importância dos resultados: “De
uma perspetiva clínica, as nossas descobertas enfatizam a importância da monitorização e gestão da saúde periodontal
no contexto da prevenção da demência,
embora as evidências disponíveis ainda
não sejam suficientes para apontar caminhos claros para a identificação precoce
de indivíduos em risco, e as medidas mais
eficientes para prevenir a deterioração
cognitiva”.
As descobertas sugerem o envolvimento de múltiplos mecanismos na associação entre saúde periodontal e cognitiva.
Os autores explicaram: “Sugere-se que a
periodontite facilite o desenvolvimento
da neuroinflamação por meio da inflamação sistémica, evidente pelo aumento

Por: Jeremy Booth, Dental Tribune International

A análise descobriu que a má saúde periodontal aumentou o risco de declínio cognitivo em 23%.

dos mediadores pró-inflamatórios sistémicos. A inflamação sistémica per si é um
determinante independente da deterioração cognitiva e vincula outros fatores
de risco, incluindo diabetes, hipertensão,
hipercolesterolemia e até envelhecimento e deterioração cognitiva”.

Notas
1. Saúde periodontal, declínio cognitivo e
demência: uma revisão sistemática e meta-análise de estudos longitudinais. https://doi.org/10.1111/jgs.17978c

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SOCIEDADE

Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

“A Fuga de Frank”

Médica dentista escreve livro humanitário
Obra destina-se a apoiar crianças ucranianas.
A Dra. Ana Sofia Lopes, médica dentista há mais de 20
anos, lançou recentemente o livro “A Fuga de Frank”,
publicação que retrata a escapatória de um menino de
sete anos, e sua família, da guerra que assola a Ucrânia.
Quando questionada sobre as razões que a levaram
a criar esta obra, a Dra. Ana Sofia Lopes diz-nos que
“tudo começou há uns anos, quando uma amiga envolvida em projetos de ajuda humanitária me deu a conhecer a realidade de uma vila muito pobre no norte
da Índia, onde o acesso das meninas à escolaridade é
muito difícil, por faltar de tudo, designadamente escolas, o que, por sua vez, está na origem de casamentos
muito precoces. Senti que tinha de ajudar essas meninas de alguma forma. Foi então que decidi ir à gaveta onde guardo as histórias que escrevi para os meus
filhos, quando eram pequeninos, e publicar uma dessas histórias para fazer reverter as receitas da venda do
livro na ajuda da construção duma escola para essas
meninas tão sofridas, impedidas de concretizar os seus
sonhos desprezados. E assim nasceu o meu primeiro
livro, ‘A borboleta que queria voar mais alto’. Mais recentemente, após duas deslocações à Ucrânia, integrada em missões de ajuda humanitária, surgiu ‘A Fuga de
Frank’, livro que escrevi inspirada nas conversas que
tive com vítimas desta guerra e principalmente inspirada pelas crianças com quem interagi. Mais uma vez,
senti que tinha de fazer algo por aquelas crianças e que
a forma de o fazer seria escrever um livro, revertendo
para a ajuda de crianças ucranianas”. Atendendo ao
propósito com que o livro foi escrito, a autora espera
sinceramente que venda muito. “Para já, a promoção
do livro está a correr bastante bem: foi apresentado na
Feira do Livro em Lisboa e teve uma segunda apresentação na Fnac Cascais, onde contou com a presença de
vários comentadores da CNN Portugal e da SIC, que se
juntaram a esta nobre causa que é proporcionar algo
mais aos pequenos ‘grandes heróis’ desta guerra estúpida e injusta, que são as crianças ucranianas”.

Por: Dental Tribune Portugal

A Dra. Ana Sofia Lopes é autora do livro e dentista.

Uma história comovente
“A história é baseada na coragem e na luta travada
pela família duma criança que conheci num centro de
refugiados em Ozhhorod, na Ucrânia, até chegarem a
um centro de acolhimento. O Frank da história tem a
fisionomia e a coragem dessa criança, que trago guardada no meu coração e que deixei com a promessa
de nos voltarmos a abraçar. Como a família de Frank
muitas outras tentaram o mesmo caminho, umas com
sucesso, outras não. O apelo e a esperança é que todas as crianças envolvidas nesta guerra, sem fim à vista, consigam ser Frank e escapar dela, com uma grande coragem e com uma grande fé no futuro. Com este
livro, que dirigi a crianças, pretendi transmitir-lhes

duma forma simples o grande sofrimento por que
passou aquela família, onde o grande protagonista é
Frank, uma criança que, outrora feliz, ia todos os dias
à escola, livre, na sua bicicleta e que, de um dia para
o outro, viu essa liberdade desaparecer. Frank e a sua
família tiveram que se fechar na cave de sua casa para
se protegerem das bombas assassinas. Frank fechava
os olhos, relembrando com carinho e saudade a vida
feliz que tinha há tão pouco tempo; desejando que
tudo não passasse dum sonho mau. Até que chegou
o dia em que teve de viajar com os irmãos e pais para
um lugar seguro. No livro procuro descrever as sensações que invadiram essa criança, as dificuldades que
teve que ultrapassar e a grande coragem dos pais tentando a todo o custo colocá-los em segurança”.

Campus Clinic – Amarante

Mural solidário para apoiar desenvolvimento artístico e cultural local
A Campus Clinic pretende estar sempre envolvida com a
sociedade, principalmente nas atividades de cariz social
e cultural. “Tínhamos um espaço vazio, no qual imaginei
a criação de uma ilustração”, começa por explicar o Dr.
Rui Monterroso, diretor clínico. Foi assim que surgiu a
parceria com a associação Gatilho e a edificação de um
espaço lúdico destinado a atividades, como forma de unir
a comunidade.
A Campus Clinic, sediada em Amarante e liderada por Dr.
Rui Monterroso, tem tido diferentes parcerias com várias
instituições e, neste caso específico, falamos do trabalho
desenvolvido com a Gatilho. Trata-se de uma associação que tem como principal objetivo o desenvolvimento artístico e cultural local. O foco da associação é destruir barreiras já existentes no que diz respeito ao acesso
à cultura. Nesse sentido, a Gatilho trabalha em produção de eventos artísticos, tais como concertos de música, lançamentos de livros, mostras e exposições de artes
plásticas, festivais de cinema de animação, etc.. Possui
também uma academia de artes onde são produzidos
diariamente projetos, tanto individuais como coletivos,
de artistas que estão sediados à associação.
Junto da associação, o Dr. Rui Monterroso sugeriu a criação de um mural pintado de forma livre e artística. O trabalho foi repartido entre pacientes e amigos - que criaram o desenho - e todos os elementos da Gatilho - que
executaram o projeto. A inauguração do mural, no dia

24 de julho, “foi celebrada com muita alegria”, contando com a presença de todos os amigos e do bastonário
da Ordem dos Médicos Dentistas, Dr. Miguel Pavão, que
deixou claro que “a medicina dentária deve desenvolver atividades com a sociedade na qual se insere, principalmente na área da cultura”. A apresentação contou
também com a participação do amarantino Pedro Fidalgo (Noble), um dos maiores artistas musicais portugueses, da Academia de Dança de Amarante, entre outros.
“A presença de todos permitiu uma união de várias áreas
artísticas. De uma forma geral, todos os que assistiram
e estiveram presentes celebraram o projeto com grande
alegria e satisfação pela forma como o tema foi tratado e
apresentado à sociedade”.
Uma das características que o Dr. Rui Monterroso mais
preza é a solidariedade, pois, como já foi referido, a Campus Clinic “tem a preocupação constante em estar presente nas necessidades das associações que estão na periferia das nossas clínicas e integram o nosso quotidiano.
É, assim, uma forma de contribuir e ajudar, com carinho
e dedicação, os nossos pacientes”. Apesar de continuar a
ser um desafio aliar a medicina dentária à cultura, “ambas as áreas podem coexistir e abrir portas a atividades
e projetos sociais que incluam e sirvam a comunidade.
Esta é também uma forma positiva de os pacientes se
sentirem envolvidos, integrados e estabelecerem relações interpessoais”, conclui o Dr. Rui Monterroso.

Por: Dental Tribune Portugal

Da esquerda para a direita: Dr. Miguel Pavão, Pedro Fidalgo e Dr. Rui Monterroso

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TENDÊNCIAS

Dental Tribune Edição 04 | 12/2022

GlobalData Report

Como será o mundo em 2030?
Por: Dental Tribune Portugal

balho
No que diz respeito ao trabalho, o relatório antevê “tecnologias disruptivas e movimentos sociais” que “transformarão” o
futuro do trabalho. A semana de trabalho
de quatro dias “tornar-se-á prática comum”. Além disso, a automação “apoiará, mas não substituirá os empregos”. Os
escritórios “passarão para o metaverso”,
enquanto a inflação (que já estamos a viver) e a regulamentação “forçarão a economia gig (empregos temporários ou de
freelancer) a evoluir”. Gémeos digitais
“serão usados para replicar espaços físicos, como fábricas”.
A tecnologia e inovação vão acelerar durante o resto da década

Futuro da Tecnologia em Serviços
Financeiros
Até ao final da próxima década, os serviços financeiros “serão incorporados em
aplicações e outros canais digitais”, enquanto as carteiras móveis terão “um
crescimento significativo, impulsionado
pelo comércio eletrónico, comércio social
e gerações mais jovens”. O setor bancário
“mudará para canais digitais até 2030”,
alimentado pela “conveniência para os
consumidores e custos indiretos mais baixos”. Além disso, “muitos governos introduzirão moedas digitais do banco central
e a computação quântica melhorará os
algoritmos de simulação e a subscrição
de seguros”.

Os espaços de trabalho virtuais serão uma realidade

Futuro da Tecnologia no Transporte

Futuro da Tecnologia na Manufatura

Futuro da Tecnologia nos Cuidados de Saúde
“Tecnologias que possam aliviar o fardo
dos sistemas de saúde” são apontadas
ao setor, mesmo que “os preços se man-

Em 2030, as tecnologias e materiais da Indústria 4.0 vão revolucionar toda a cadeia
de valor da manufatura, permitindo fábricas digitais e cadeias de distribuição inteligentes. Segundo o relatório, o “futuro da
manufatura está na biologia sintética (SynBio)”. Até 2030, o SynBio “estará no centro
da bioeconomia e terá desbloqueado uma
série de novos produtos e conceitos por
meio de novos sistemas biológicos ou redesenhando os existentes para fins úteis”.
A SynBio é uma área de pesquisa multidisciplinar que busca criar componentes, dispositivos e sistemas biológicos, ou redesenhar sistemas já encontrados na natureza.
Devido às capacidades de engenharia genética mais poderosas e à redução dos
custos de síntese e sequenciamento de
ADN, o campo da biologia sintética está
crescendo rapidamente.

O metaverso fará cada vez mais parte da nossa existência

A SynBio será uma realidade dentro de uma década

tenham relativamente altos”. Impulsionadas pela adoção durante a pandemia da Covid-19, o relatório prevê que
as tecnologias digitais de saúde darão
aos doentes “um maior controlo sobre
a sua saúde a partir de casa”. Além disso, os sistemas de saúde “digitalmente
transformados”, utilizando tecnologias
inovadoras, “melhorarão a qualidade
dos cuidados de saúde dos pacientes,
reduzindo ao mesmo tempo os custos”.

O último relatório da GlobalData Thematic Intelligence Tech in 2030 estabelece o cenário para daqui a sete anos e
analisa como a tecnologia irá mudar a
forma como trabalhamos e vivemos. O
relatório pretende que cada stakeholder
se posicione para “o sucesso ao compreender como a sua indústria irá mudar até 2030”.
A tecnologia e inovação estão de mãos
dadas e vão acelerar durante o resto da
década à medida que as empresas, os
governos e os indivíduos se adaptarem
às novas realidades, como deslocalização, descarbonização, demografia, e
tensões geopolíticas. O relatório pretende que cada stakeholder se posicione
para “o sucesso ao compreender como a
sua indústria irá mudar até 2030”.
O relatório GlobalData Thematic Intelligence's Tech in 2030 adianta alguns tópicos, com o objetivo de:
"Preparar para mudanças fundamentais na forma como trabalhamos”.
"Aproveitar as oportunidades de mercado decorrentes da evolução do retalho e do entretenimento”.
"Compreender as tecnologias que irão
alimentar a forma como pessoas e bens
se movimentam”.
“Explorar as tecnologias que têm impacto nos principais setores e decidir
onde se concentrar”.
"Ganhar uma vantagem competitiva
antecipando os desafios e oportunidades que perturbam a sua indústria”.
O documento “Tech in 2030 Thematic
Intelligence Report” fornece previsões
de mercado em 11 setores, incluindo
educação, energia, entretenimento,
serviços financeiros, alimentos e agricultura, entre outros. Apresentamos
seis perspetivas globais para 2030, sobre setores diretamente envolvidos
com o negócio da sua empresa, numa
interligação que vai impactar o nosso
quotidiano.

Barman robótico cria bebidas de forma autónoma

Futuro da Tecnologia no Retalho
No futuro, os retalhistas usarão a tecnologia para oferecer uma experiência de
cliente “perfeita e luxuosa”. A personalização e a conveniência “impulsionarão”
as compras digitais, e, a conveniência do
consumidor nos métodos de pagamento “estará na vanguarda do setor”. A automação “ajudará ou substituirá os trabalhadores do retalho e as escolhas de
estilo de vida dos consumidores reformularão o cenário deste setor”.
Futuro da Tecnologia no Tra-

O transporte em 2030 terá como foco a
acessibilidade humana e a tecnologia de
transporte. A aposta passa por uma “forma final de mobilidade” baseada no serviço MaaS, disponível e pago através de
subscrição mensal por meio de uma única aplicação movél. A Mobility as a Service (MaaS) hospeda um menu diversificado de opções de transporte, incluindo
transporte público, modos ativos, como
caminhada e ciclismo, compartilhamento
de carro e/ou bicicleta, táxi e aluguer de
carro. O MaaS visa fornecer uma alternativa ao uso do carro particular, com o intuito de ser “mais sustentável”, contribuindo
para a “redução de congestionamentos,
restrições na capacidade de transporte”.
Além do uso privado, a MaaS Alliance tem
ainda como objetivo “posicionar o seu
negócio para tirar o máximo partido desta nova oportunidade de mercado em rápido crescimento”.
Fontes:
1- GlobalData: https://www.globaldata.
com/store/report/tech-in-2030-theme-analysis/
2- SynBio: https://en.wikipedia.org/wiki/
Synthetic_biology
3- MaaS: https://maas-alliance.eu/homepage/what-is-maas/

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